lifelog

Abrindo

Já ameacei umas três ou quatro vezes escrever um post longo sobre as eleições. Mas antevendo os comentários, vou só reafirmar algumas coisas que falei há dois anos:

Alguns temas me interessam em especial: planos para infraestrutura de comunicação digital e comunitária; incentivo ao conhecimento livre e aberto, inclusive promovendo ações de cultura livre e a adoção de recursos educacionais abertos; valorização da criatividade cotidiana como busca de soluções para problemas comuns à sociedade, criando instâncias de debate e proposição; valorização dos conselhos municipais como instrumento de democratização e de educação para a democracia; desenvolvimento de ações para o transporte sustentável; entre outros.leia mais >>

Etapa

Dissertação homologada. Vamos em frente.

Sincronicidade

Percebi hoje que ainda penso no chat como uma ferramenta síncrona de comunicação - através da qual falaríamos em tempo real com outra(s) pessoa(s), ao contrário das ferramentas assíncronas, que sediariam conversas em intervalos maiores. Mas na verdade, a partir do surgimento do chat no browser (meebo, google chat e outros, depois facebook) e posteriormente do chat no celular, isso tudo muda. Tenho conversas que vão avançando à medida que as pessoas acessam seus dispositivos. Com o celular isso tudo fica mais confuso ainda. As conversas no telegram e whatsapp têm um tempo todo maluco.

E a garotada de 14 anos se pergunta, em sincera consternação: "mas quem é que usa e-mail?"

Tempos...

Algum tempo sem blogar. Insatisfeito comigo mesmo por conta do uso impensado e cotidiano das tais "redes sociais" capturadas pelo capital. Naquela efemeridade toda, mil opiniões fadadas a quase desaparecer na avalanche de repetições. Repetição de verdades absolutas. Certezas em excesso. Estranho para mim: quanto mais informação eu acesso mais dúvidas tenho. Mas o resto do mundo exibe cada vez mais certezas inquestionáveis. Talvez as tenham desde sempre, mas sinto que sem um Facebook ou afim precisavam vestir uma imagem social mais equilibrada. Agora é tudo excesso, desqualificação, maniqueísmo de todo lado. A mim soa como histeria apocalíptica. Parece que o mundo acaba amanhã.

Mas ele não acaba. O mar sempre me lembra disso.

Este blog continua aqui. Talvez eu volte a frequentá-lo, mais por nostalgia do que vontade de qualquer coisa.

Até o jeito de escrever é outro, sinto que preciso medir melhor as palavras. Blogs são mais librianos? Ou é só mais um entre tantos museus de bits, coisas do passado a que ninguém dará atenção? Mees alunes, que nasceram em torno de 1999, nem facebook usam mais.

Manter um sistema com algum grau de autonomia dá trabalho. Não sei o quanto ainda quero ter esse trabalho. Mas vou mantendo.

Ahn, e vou aposentar os trackbacks.

Blogues

Últimos meses foram corridos. Da organização e produção do Tropixel até terminar de redigir minha dissertação de mestrado (semana passada!), o tempo passou voando e eu parei de rabiscar coisas nos meus blogues. Usei muito as redes sociais corporativas, em especial aquela lá. Isso me incomoda. Eu costumo recomendar que não se utilize essas redes como única plataforma de publicação, porque ninguém sabe onde estarão nossos dados daqui a um ano (ou depois de amanhã, pra falar a verdade). Então estou aos poucos reformando meus blogues e voltando a publicar por aqui. Eu pessoalmente acho uma pena que tenhamos coletivamente perdido o hábito de comentar diretamente nos sites das pessoas, e que todas as conversas tenham sido transferidas para as redes corporativas. Mas o SPAM é mesmo um problema, e por enquanto isso me parece inevitável...

Coisas novas acontecendo nos próximos tempos. Vou informar primeiro pelos meus blogues, para voltar aos velhos hábitos.

Fast-Forward (FFWD) - Ciudades Creativas, parte 2

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Os últimos meses não deixaram muita folga para relatar da maneira habitual os eventos pelos quais passei. A própria quantidade de eventos e projetos, minhas aventuras acadêmicas, a mudança de volta para Ubatuba e uma viagem de dois meses (com mais eventos e projetos) atrasaram ainda mais meu ritmo de documentação. Cheguei em casa semana passada doido para contar sobre as últimas andanças, mas a lista de coisas a documentar acabou me bloqueando.

Vou então, como comentei em outro post, deixar de lado o capricho virginiano e contar por cima alguns episódios. Começo com o fim do relato sobre as Jornadas Ciudades Creativas, organizadas pela Fundação Kreanta em Medellín (Colômbia) em outubro do ano passado. Eu já publiquei a primeira parte do relato sobre minha participação. Este não chega a ser um post curto, mas normalmente eu faria mais dois ou três.leia mais >>

Sem vírgulas

Portugal, dia de voltar.

Voltei semana passada depois de mais de dois meses fora. Um monte de anotações para transformar em textos - alguns para um ou outro blog, outros para o mestrado, e ainda outros para projetos futuros. E de repente lembro que não consegui nem terminar de relatar os eventos dos quais participei no ano passado! Pensando em passar por cima da mania virginiana de contar em detalhes, pelo menos com tudo que vivi há mais de seis meses. Decidir isso não é tão fácil quanto parece para quem nasceu nos outros onze meses do ano...

Mas para entreter as sete pessoas que leem esse blog, aqui vão algumas fotinhos ;)

Do outro lado

Boiando por aí... ficamos dezoito dias suspensos em uma bolha algo neurótica mas ainda assim surpreendentemente interessante. Chegando a Hamburgo, cidade grande e cheia de gente (pelo menos aqui perto da estação central do trem). Saímos para dar uma volta. A pequena dormiu quando descemos e só acordou no elevador, na volta. Mas tudo bem. Tropecei em pessoas na rua. Muita loja metida a besta, mas também aquele costumeiro grupo de punks sentados em frente à estação, gritando impropérios para todxs menos seus cachorros. E Hamburgo tá que é um Brasil só...

Essa semana, algumas voltas pela Alemanha e depois conhecer Helsinque para preparar minha parte do Pixelache. Vamo que vamo!

Trocaram o roteirista?

Hoje estava naqueles últimos quilômetros da Ayrton Senna antes de chegar em São Paulo, com 3/4 do céu coberto de nuvens negras ocasionalmente cortadas por relâmpagos; ouvindo no rádio relatos sobre o que acontecia na cidade (bloquearam o túnel por baixo do Anhangabaú, 130 árvores caídas, 130 semáforos quebrados, não sei quantos pontos de alagamento); e ainda lembrando do noticiário das últimas semanas (Papa renunciou, caiu um relâmpago no Vaticano, um meteoro caiu, outro meteoro passou perto, Yoani dando rolê, Marina fundando partido de sonháticos, nem me lembro o que mais)... de repente tive a impressão de que estava em alguma história de quadrinhos dos anos oitenta. Talvez alguma do Frank Miller, ou sei lá.

Tempos estranhos.

Diário do ventre da besta - parte 3

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Última parte do meu relato sobre a participação no ISEA, em Albuquerque, setembro do ano passado. Veja também a parte 1 e a parte 2.

 

No café da manhã de sábado, todos os americanos tinham os olhos grudados na imensa TV do salão. Cobertura da campanha presidencial - Romney tinha falado alguma besteira. Encontrei parte da turma brasileira, e logo Teresa nos deu uma carona até o Centro Nacional de Cultura Hispânica (NHCC), que sediaria o Fórum Latinoamericano do ISEA.

É forte essa coisa da identidade "hispânica" naquelas paragens - me pergunto se os estadunidenses chegam a atinar a relação etimológica com "Espanha" ou se já significa uma coisa totalmente diferente. Penso também no pesado legado da política do multiculturalismo, que acaba induzindo as pessoas a se identificarem com alguma "minoria". Engraçado ver em Albuquerque aqueles carrões antigos, conversíveis, guiados por "hispânicos" tatuados, totalmente enquadrados no estereótipo cultural.

O Centro de Cultura Hispânica é grande, bonito, bem estruturado. Salas, auditórios, um pátio amplo com palco debaixo de uma larga árvore que alivia um pouco o calor. Tem uma grande placa do Instituto Cervantes, que infelizmente me fez lembrar dos tropeços do CCE de São Paulo, desaparecido graças às inversões políticas de Madrid. Logo na recepção, Fred Paulino conta que Ganso havia enfartado e estava no hospital. Justo nos EUA, que têm péssima fama na saúde.leia mais >>