lifelog

Ritmo acelerado

Motores acelerados nos últimos tempos. Comecei o mestrado no Labjor, que tem me dado a oportunidade de ler coisas que eu desejava mas sempre deixava para mais tarde, e descobrir outras que eu desconhecia. Por exemplo, essa semana estou lendo Levi-Strauss, Robert Pirsig, Adam Kuper e Eric Wolf. O tempo é curto, tenho que aprender a disciplinar o momento da leitura e manter a concentração. Tudo deve ficar mais fácil quando terminar a mudança - pegamos um apartamento em Campinas, em São Quirino. Nas últimas semanas, rodei um monte pelas estradas de São Paulo - indo e voltando entre Campinas, São Paulo, Ubatuba e Cunha. Muita gasolina e pedágio, muito tempo atrás do volante, sem poder ler nem escrever. Mas acho que depois da Páscoa as coisas acalmam (um pouco). Estou também preparando o ninho - nesse fim de semana vou a Ubatuba buscar minhas companheiras de vida pra começar esse período.

Meu foco de pesquisa ainda está se definindo. Continuo interessado na emergência de práticas experimentais que flertam com a ideia de "conhecimento científico", mas aparentemente se posicionam fora do circuito acadêmico-industrial. Uma possibilidade é trabalhar em cima de espaços que se posicionam nessa fronteira arte-ciência-sociedade, e acho que isso tem uma relação forte com a perspectiva Rede//Labs.

Ainda entre as novidades: comprei uma televisão (talvez pela primeira vez na vida). Tenho canais a cabo, mas passo mais tempo usando as funções espertinhas do aparelho: entrada USB, cartão SD, cliente DLNA, etc.). No momento, ela toca música enquanto tento ler os textos da semana.

Câmbio e publico.

Doze

Mais um ano começando, com um mês de janeiro que passou bem devagar (em contraste com 2011, um ano acelerado). Nos primeiros dias de janeiro fiquei praticamente desconectado, em um sítio em Cunha: sem celular, sem TV, internet só uma vez por semana no centro da cidade. Bom pra estudar, passear com a bebê, cozinhar e relaxar. Em particular ler, e muito, aproveitando o Kindle que um amigo-irmão me deu de natal. Bem bom o aparelhinho - consigo ler páginas a fio, coisa que a tela de computador nunca me atraiu a fazer. Comecei a tirar o atraso da coleção de centenas de ebooks e artigos que se acumula no meu desktop. A maior parte deles eu consegui converter com o Calibre, mas alguns são mais problemáticos - em geral arquivos com duas colunas, ou muitas imagens. De todo modo já consegui aumentar meu ritmo de leitura.leia mais >>

Sleep House - não entre mesmo!

Ano passado tivemos uma experiência ruim em uma loja metida a besta de São Paulo. Eu escrevi sobre isso, avisei a algumas pessoas e acabei esquecendo o assunto. Ontem recebi um comentário aqui no blog que ofereceu um contraponto, em linguajar belo:

VOCE COM ESSE SEU COMENTARIO DE MERDA DEVE SER UM BOSTA METIDO A RICO POR ISSO QUANDO QUISER COMPRAR BARATO VAI NA LOJA DE USADOS E COMPRA UM COLCHAO CHEIO DE PULGAS PRA VC DORMIR COM SUA MULHER OU ENTRA NA LOJA E JA EXPLICA PRO VENDEDOR O Q VC QUER SEU OTARIO

Então eu achei adequado terminar de contar a história. Como já escrevi antes, tentamos explicar o que queríamos para o vendedor, mas ele só queria saber da comissão que ia ganhar com o colchão de mola e não nos escutou (ou pior, fingiu que não escutou).

Naquele mesmo dia a gente saiu daquela loja de merda, ligou para uma amiga que tinha comprado um colchão no mês anterior e pegamos com ela a indicação de uma loja chamada Jabaquara Colchões, no Brooklin. Fomos até lá, onde nos atenderam muito bem e compramos um colchão bem razoável de espuma, que estamos usando sempre que vamos a sampa. Pagamos em três vezes, provavelmente porque eu sou um bosta metido a rico, e agora toda vez que os bostas metidos a ricos que eu conheço querem comprar colchões eu falo "não entrem na Sleep House". O comentário que essa pessoa publicou no meu blog só me deu vontade de voltar a um assunto que eu tinha esquecido. Valeu!leia mais >>

Inferno eletrônico

No começo de novembro saímos de Ubatuba para alguns meses em São Paulo. Eu estava organizando um debate no Fórum da Cultura Digital e seguiria depois para um bate-volta a BH, para participar da abertura da mostra Gambiólogos. Depois disso, já havíamos planejado continuar em Sampa até pelo menos um mês depois que a Isadora nascesse. Antes de sair de Ubatuba, arranquei o HD do meu computador desktop (com todos os meus arquivos importantes) e o instalei dentro de um case externo.

Chegando em São Paulo, começou a zona. Meu celular, um nokia E71 (o fusca dos smartphones), começou a dar problemas. Não conectava, reiniciava sozinho, travava direto. Ainda dei um pouco de sobrevida a ele reinstalando (pela terceira vez em um ano) o firmware. Mas no fim de dezembro liguei pra TIM pra reclamar de alguma coisa da minha conta e acabei forçando a barra pra ganhar outro aparelho. Se fosse uns meses antes, eu até estaria disposto a arriscar o Nokia N900 por causa do maemo, com o qual eu já tinha brincado um pouco. Mas o relativo isolamento do sistema, a empatação eterna do Symbian e, por outro lado, algumas experiências que eu tinha feito com o Android me convenceram a dar uma chance ao robozinho. Perguntei pra moça o que eles tinham com Android e ela me ofereceu um "mailistoni dois". Eu tinha visto meia dúzia de geeks felizes com ele, e topei. Ela falou que chegaria em "sete a nove dias úteis".leia mais >>

Meus projetos para 2011

Agora que consegui mais ou menos situar o que eu penso sobre o que foi e o que vem, fica mais fácil elencar as prioridades da minha vida para esse ano.

No campo profissional:

  • Trabalhar um pouco na infralógica da MetaReciclagem. Em resumo: simplificar ao máximo o site. Eu fiz umas escolhas ali nos últimos anos que trouxeram um nível de complexidade grande demais. Resultado: cinco pessoas usam o site. Ao longo das próximas semanas, vou dar um gás nisso.
  • Fazer acontecer o Ubalab, implementando essa proposta aqui em Ubatuba (e também pensando no horizonte de um pólo de inovação local baseado em tecnologias livres, como sugeri nesse texto). Conhecer gente interessante em Ubatuba e arredores pra articular essas coisas. Tô dependo de umas respostas burocráticas pra saber quando começo. E sempre procurando parcerias em potencial. Bora?
  • Participar de alguns encontrinhos da MetaReciclagem e organizar um em Ubatuba.
  • Continuar com a produção do Mutgamb: participar das edições do Mutsaz a cada estação. Criar alternativas de financiamento. Estudar/desenvolver maneiras de editar ebooks com software livre. Propor/desenvolver alguns metalivros:
  • Montar um livrim com alguns dos meus textos.
  • Organizar um evento sobre internet das coisas, cena maker, protocolos abertos, infraestruturas genéricas, DIY, DIWO, inovação livre, shanzhai, hardware livre, laboratórios e pólos locais.
  • Continuar rabiscando textinhos.
  • Implementar o projeto MicroReciclagem.
  • Continuar a RedeLabs, com pelo menos uma publicação e outro encontro.

No canto doméstico:

  • Passar o maior tempo possível com minha amada e minha filha.
  • Terminar de construir meu quarto.
  • Descolar um carro pra ponte Uba-Sampa.
  • Ficar preto.
  • Tocar mais violão repetindo as mesmas músicas de sempre.

Para os futuros: juntar grana ou descolar uma bolsa pra fazer o mestrado na EGS.

PS.: tinha esquecido de mencionar MicroReciclagem e Redelabs. Agora foi.

PS2.: atualizei mais umas coisas... essa lista não acaba é nunca :Pleia mais >>

Isadora

Em maio do ano passado, quando eu e minha companheira estávamos a caminho da Europa para um rolê (documentado aqui http://efeefe.no-ip.org/blog/role-geral), descobrimos que ela estava grávida. Não foi nenhuma surpresa - pelo contrário, esperávamos que acontecesse em algum daqueles meses. A data de referência da gestação (dia do começo da última menstruação) foi 20 de março, último dia do zodíaco (e véspera do aniversário do meu pai, um ariano do primeiro dia). Passados nove meses de uma gestação tranquila, Isadora nasceu às vésperas do solstício de verão. Tinha 3,460 kg (exatamente o mesmo peso que eu quando nasci) e 50cm. Com dez minutos de vida, já estava de olhos abertos. Em seguida, dei um pequeno banho de conforto nela.

BabãoDesde então, foram quinze dias de maravilhamento e aprendizados fantásticos. A cada dia, ela está um pouco diferente. Ainda estamos nos adaptando com relação a horários e tudo mais, mas de maneira geral a pequena é tranquila: se deixarmos ela é capaz de dormir até cinco horas direto. Está mamando direito. Cresceu um centímetro e recuperou o peso de nascimento na primeira semana.

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Isadora é sagitariana, com ascendente capricórnio. Chinês: Tigre.

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Muita preguiça de internet nesses últimos dias. Tenho coisa mais importante pra fazer.

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Sleep House - passe longe

Eu e minha companheira vamos ficar em Sampa até um mês depois de a pequena nascer. A cama no quarto onde a gente dorme por aqui tem um colchão que um dia deve ter sido bom, mas cuja validade já venceu há alguns anos. Resolvemos sair para comprar outro colchão hoje. Estávamos passando na frente de uma loja na Avenida Ibirapuera chamada Sleep House e resolvemos entrar.

Explicamos para o imbecil que nos atendeu que precisávamos de um colchão de casal. Ele nos mostrou aqueles colchões de mola. Falei que como a gente usa pouco o quarto, não precisávamos de nada tão caro, podia ser um colchão de espuma. Ele fez cara de cu, e foi andando para o fundo da loja. Fomos atrás, sem saber direito se era pra acompanhá-lo ou se ele voltaria. Ele nos mostrou alguns colchões em uma saleta lá no fundo, visivelmente contrariado. Deu a entender que na lojinha de merda em que ele trabalha, só se vendem colchões de gente fina. Perguntou se era "pro quarto da empregada". 

Ele voltou para uma mesa lá na frente da loja, e a gente seguindo. Pedi para ele anotar o preço de um colchão de espuma em um papel. Enquanto ele escrevia, minha companheira fez uma pergunta, que o imbecil ignorou. Ela ia repetir a pergunta, mas peguei-a pela mão e saí, praguejando e amaldiçoando a loja. Eu, minha mulher grávida e nossos reais não ficaríamos mais por ali. Antes de sair, ainda amassei o papel e joguei na vitrine.leia mais >>

Tempassando

Voltamos há pouco de uns dias em Porto Alegre, visitando a família, exibindo a barriga que leva minha filha. Voltei com a inbox cheia, um monte de buzzes e rss pra ler. Sem pressa. Preguiça de computador. Entre-projetos, esperando algumas respostas burocráticas pra começar a movimentar várias coisas. Vivendo com menos, e bem feliz de sair algumas manhãs para andar até o fim da praia e voltar. Segunda-feira vem o empreiteiro marcar o gabarito para fazer a fundação do que vai ser nosso canto. Ali no quintal, do lado da horta.

Lendo, anotando, planejando. Escrevendo pouco. Sem pressa. Passando mais tempo com amigxs.

Aliás, chegaram. Com cerveja. Tchau.

efe cinco

Nas últimas semanas andei quieto aqui, mas girei bastante. Fui a Brasília pra algumas reuniões e fiquei meio tonto de ver aquela cidade sem dpadua. Li um monte, a trabalho e lazer. Me perdi um pouco em uma avalanche de confusões - velharias vindo a tona, novidades difíceis mas positivas. Fiquei sabendo que o bebê que a gente espera vai ser guria. Mergulhei em cachoeiras geladas na chapada dos veadeiros. Ensaiei e participei, com mãos e garganta, da gravação de uma coletânea de músicas espirituais. Meu cabelo cresceu um pouco. Acho que minha barriga também (muito tempo longe de casa). Junto com algumas pessoas maravilhosas, seguramos uma bronca para fincar um pouco mais os pés em São Paulo, com olhos no futuro. Tive indícios de notícias boas. Abri novas conversas com pessoas que já conhecia. Toquei pouco violão e guitarra. Ganhei um par de botas fantásticas que me fizeram lembrar das Commander que eu usava no começo da adolescência (entre a fase M2000 e a fase coturno).

Alguma coisa mudou no meu mundo. Profundamente. Semana que vem volto a casa, pra também fincar os pés, respirar aquele ar úmido da mata atlântica e sentir o mar. Talvez lá eu entenda o que foi.

Labtolab - prévias e chegada

Fiquei sabendo sobre o encontro Labtolab há alguns meses através de Victor Vina, que conheci no Mobilefest do ano passado. Como eu estava para começar o projeto Redelabs e vinha mantendo havia alguns meses uma conversa produtiva com o Conselho Cultural da Espanha em São Paulo, acabou surgindo o convite para participar do evento no Medialab Prado, em Madrid. Seria o segundo encontro de uma rede de Laboratórios de Mídia europeus, mas dessa vez com uma porta aberta para a América Latina. Aconteceria simultaneamente à primeira semana do Interactivos, um projeto que sempre quis acompanhar. Aceitei, de bom grado.

Na semana anterior ao evento, Jara Rocha do Medialab Prado me falou um pouco mais do formato, perguntou se eu toparia moderar um grupo de trabalho e me pediu para responder a um questionário. Respondi meio nas coxas porque estava com essa natureza dupla - levava o histórico da MetaReciclagem, mas também queria incorporar a reflexão de Redelabs que trata de assuntos paralelos. Outros participantes também responderam ao questionário no wiki, o que também me deu a chance de conhecer um pouco mais sobre o trabalho deles. Já comecei me perdendo com tantos nomes e contextos diferentes - e isso se repetiria durante toda a semana por lá, uma certa entropia que me deixou feliz.leia mais >>