lifelog

Voltando...

Pois é, a aletta ficou fora uns dias. Maus aí.

Resumindo as últimas semanas: fui pra Madrid a convite do Daniel Gonzalez pra falar no Medialab-Prado, junto com a programação do Arco, que esse ano homenageava o Brasil. Minha cúmplice me acompanhou, fomos e voltamos de trem. Ficamos num hostel aparentemente apoiado pela prefeitura chamado Mejía Lequerica, bem organizado e limpo. Gostei da cidade, apesar de realmente me sentir mais próximo de Sampa do que aqui, como me haviam falado. Era a primeira vez que eu falava em castellano, e não foi tão ruim quanto eu esperava. Também eram convidados o pessoal do LabOrg, Fetalcohol, Gengivas Negras, Retrigger e Reverse Tunes. Som legal, algumas coisas mais difíceis de escutar, alguns momentos de pulação. Fora da programação medialab-boteco-hostel, passamos horas dentro de museus: a coleção do museu Picasso da frança tava no Reina Sofía (além de o museu abrigar El Guernica, que é mesmo de torcer os neurônios), e o Museo del Prado tava com uma mostra de fábulas do Velázquez.
leia mais >>

dispers... que que é aquilo ali na outra tab?

Nas segundas e terças-feiras, minha cúmplice está fazendo um curso em uma escola de quadrinhos. Eu geralmente a acompanho até lá e fico esperando a aula acabar em uma das deliciosas bibliotecas públicas municipais de Barcelona. Repeti essa rotina por algumas semanas. Levava comigo o pretovelho e sempre saía de lá tendo lido pelo menos um par dos PDFs que tenho tentado ler. Tem um clima legal lá, acho que tem uma faculdade por perto, as cadeiras são disputadas a tapa, sempre tudo cheio. E a seção de comics é delícia. Mas aí eu tentava e não conseguia o wi-fi. Fui ver e tinham cadastrado errado minha senha. Consertei. Resultado, consegui conectar e a velocidade é boa, mas... na última vez não li nenhum PDF. Não escrevi nada.

Quanto será que a rede me atrapalha?

É

Encontrei um novo amigo que não via há tempos, indicado por uma amiga em comum, e ainda sobrinho de outra grande amiga.

No mais, sem tempo de fazer tudo que eu queria fazer agora.

Nos jornais grátis que pego na rua: mão biônica, muçulmanos presos, queda das bolsas.

Putz

Tinha ficado uns vinte minutos escrevendo um balanço de começo de ano. Chutei o cabo de força. Talvez escreva de novo mais tarde. Pra resumir: continuo com dívidas, com algumas boas promessas pro ano mas nenhuma confirmação sobre os projetos-xodó. Acredito ainda menos em trabalho (krisis). Mais depois.

Fim de ano

Desde a virada de 2000 pra 2001, essa é a época do ano em que eu me junto com um grupo de pessoas que a vida me ensinou a chamar de família e vou pro meio do mato, ficar uns dias sem comunicação com o mundo exterior (ok, de uns tempos pra cá passaram a fazer funcionar a parabólica, mas lá tem espaço suficiente pra se esconder também disso). E sempre tem aquela função, cozinhar pra três dezenas de pessoas, tocar violão e beber conhaque barato até não agüentar mais o frio à medida que a lenha queima na fogueira, fazer mutirão pra construir a mesa ou a churrasqueira, catar lenha ou o que mais precisar. E tocar tambor pra harmonizar com os santos todos que acompanham na vida. Nesse ano, tô a alguns milhares de quilômetros de distância. Bate, claro, a saudade. Mas sei que ano que vem a gente tá lá outra vez. E apesar do mundo (sempre) virando de cabeça pra baixo, algumas coisas vão continuar sendo o que deveriam.

Meu axé pra essa tribo bonita! 

Sobre sobre

No último post, aprendi algumas coisas: o Opera tem alguma relação bizarra com a barra de espaços e encarava todo o meu post como se fosse uma palavra só - alguns pontos a menos pra ele por isso; e estou escrevendo mal pra caramba. O melhor seria eu escrever todo dia, mas não vai rolar enquanto não terminar umas coisas aqui... só vou twittar de vez em quando.

A cidade continua generosa

E ontem fiz muito do que precisava e ainda fomos pegar um pôr do sol na praia. Encontramos amigxs, incluindo o marido de uma quase-prima que, descobri ontem, é lá de Santana do Livramento, fronteira com o Uruguay, onde eu passei muitas férias. Ele até conheceu a Padaria Fonseca, que era do meu avô, na Silveira Martins. Mas aí tava voltando pra casa, com duas garrafas de litro de Xibeca, e aqui embaixo, em frente ao latão de basura, um vizinho remexia em uma caixa. Paramos pra ver o que era... uma pilha de livros. O vizinho chegou antes e levou o filé, mas ainda consegui pegar umas coisinhas engraçadas e pelo menos um livro bom, "El corto verano de la anarquia: Vida e muerte de Durrutti", do Enzensberger. Mais um pra minha pilha de leituras.

Na cabeça hoje...

* Desenvolver um exercício offline que emule a lógica de moderação com karma de slashdot e afins.

* Desenhar a arquitetura de um site bem complexo.

* Folhear alguns dos livrinhos que eu catei ontem na biblioteca, entre eles uma História Social da Magia, um Aleph do Borges, o primeiro volume do Buda do Osamu Tezuka, um aprenda-você-mesmo Catalão e acho que mais um que não lembro.

* Ler alguns textos e postar mais umas referências no meu blogue escondido sobre tecnomagia.

* Dar um rolê na beira da praia.

* Assar um quilo e meio de costelas de porco com limão e hortelã, e devorá-las acompanhadas de algumas garrafas de litro de Xibeca. 

* Trocar todas as primeiras opções pelas duas últimas.

Borgelona

Um dia desses fui ao serviço de orientação jurídica pra estrangeiros. Cheguei por indicação de um funcionário do consulado brasileiro de Barcelona, que me disse que eu deveria ter pedido um visto espanhol ainda na Alemanha. Não me esforcei pra chegar cedo (não é um dom que eu tenha), então peguei minha senha pelas dez e pouco, quase onze horas. A menina na recepção disse que tinha bastante gente, demoraria pelo menos um par de horas. A multidão de estrangeiros era tão grande que não dava pra sentar nem nas escadas. Saí pela direita, caí na Plaça de Espanya, saí andando pelo bairro.

Dei um rolê pelo Raval, entrei em umas livrarias, passei no CCCB pra ver a programação do BAC, entrei em umas lojas de instrumentos musicais por ali - me apaixonei por umas miniguitarras, provavelmente pra crianças, uma delas réplica da Gibson SG. Voltei, e ainda faltava muito. Sentei no café ao lado do prédio, saquei o Ficções do Borges em Castellano que peguei da Biblioteca, reli alguns daqueles contos clássicos - as ruínas circulares, a loteria da babilônia, tlôn, uqbar e orbis tertius, funes... em algum momento fiquei devaneando sobre o artigo de Pedro Correa do Lago na Piauí. Lembrei do comentário dele sobre o Borges ter chegado bem vestido, me liguei que aqui em Barcelona os homens mais velhos são bastante vaidosos, sempre alinhados e bem-vestidos. Comparei isso com a Alemanha, onde tive a impressão que os velhinhos estavam sempre testando as últimas novidades em roupas de jogging e esporte. leia mais >>

Passando

Cabeça a milhão nos últimos dias. Muita coisa pra escrever, mas não tá rolando blogar. Até que tenho cadernado bastante (do verbo cadernar - blogar em papel), mas quando chego no computador acaba que sou tomado por outras coisas. Resumindo: as leituras da semana continuam; o universo tecnomágico continua me aparecendo em histórias a serem contadas (ou uma história com desobramentos, mas a base é a mesma); e eu tô tendo um flashback da infância a cada noite, o que tem me feito gastar folhas extras do meu caderno novo com papel milimetrado. E tô brincando com o drupal outra vez. Mas não, ainda não vou parar pra escrever de verdade aqui. Foi só visita rápida.