bricolabs

Zero dollar laptop

James Wallbanks, via Rob Kranenburg:

The zero dollar laptop is here!

The zero dollar laptop is widely available to individuals in the developed world. It’s also available to businesses, governmental organisations and NGOs. It’s also available in the developing world. Distribution is ramping up.

The zero dollar laptop comes in a variety of specifications.

The current typical specification of the zero dollar laptop in the UK is around 500mHz, with 256mB RAM, a 10 gigabyte hard disk, a network card, a CD-ROM, a USB port and a screen capable of displaying at least 800×600 pixels in 16-bit colour. Many zero dollar laptops are better specified. (Its close cousin, the zero dollar desktop, typically runs at 1000mHz or faster.)

 

 

 

Flussa

Nas últimas semanas, bastante gente falando em Flusser. Vou aproveitar e ler um pouquinho.

Loose notes on MetaReciclagem

I have been doing more reading in a week than I used to do in a month, and I always keep a notebook (those made of paper, not electronic ones, remember?) in order to make notes. This week I was opening and reading, with no discipline, Negri and Hardt's Multitudes, one book by Paulo Freire and another about him, Deleuze and Guattari's Mille Plateaux vol. 1, Hakim Bey's TAZ, the last year UnCommon ground session reader, and some of the hundreds of PDFs I'm willing to read in the near future. In between, William Gibson's Pattern Recognition and Calvin and Hobbes. All that while reorganizing metareciclagem website and thinking about the two presentations to make in Amsterdam in two weeks. Follow some notes I got from my notebook.

Knowledge Transfer is an illusion. Teaching as an intransitive verb. Teaching as ethics. A political act, always.

The contents of MetaReciclagem? Howtos. People who get together not because they oppose to something, but because of an interest in how things work. Metaphorical learning - opening and tinkering with hardware may be the same as hacking software, as playing with the meaning and ethimology of words, as sharing cooking recipes, as building your own drums, or piling up bricks in one's home or in a community center back in the neighbourhood. All those actions are a continuum. Opening up means deviating, overcoming the invisible and often invented limitations of purpose, lifetime or meaning. There's an ethics behind deviation, one of non-conformity, of inventing and creating things. Treating the world as raw materials.

Still active. New people every week in the mailing list. A 16 yr old skater, a 15 yr old boy on "MetaReciclagem" classes. And they are not treated as n00bies (except when they ask for it ;) leia mais >>

Lagnado sobre Gambiarra

A gambiarra, mesmo que utilizada com diferentes nuances, com mais ou menos alegoria dependendo da vocação do artista para o símbolo, é a peça em torno da qual um tipo de discurso está ganhando velocidade. O mecanismo da gambiarra, cujas anterioridades antropológicas não cabem aqui ser discriminadas, assim como um desvio pelos projetos arquitetônicos de Lina Bo Bardi demandaria uma dedicação integral, tem um acento político além do estético.

Há uma ressonância do Parangolé, pelo fato de abranger toda uma rede de subsistência a partir de uma economia informal, com soluções de baixo custo e de puro improviso. "Da adversidade vivemos!", conclama Hélio Oiticica em "Esquema Geral da Nova Objetividade" (1966-67). E "adversidade" não significa apenas "pouquidão", mas também "oposição". Para validar sua posição cultural crítica, Hélio não tergiversava: "Tem-se que ser contra, visceralmente contra tudo que seria em suma o conformismo cultural, político, ético, social".

(...)gambiarra não se faz sem nomadismo nem inteligência coletiva.

Lisette Lagnado na Tropico: O malabarista e a gambiarra

Rosas sobre Gambiarra

A gambiarra está igualmente muito próxima do conceito de bricolagem formulado por Claude Lévi-Strauss em O Pensamento Selvagem. Pensando o bricoleur como “aquele que trabalha com suas mãos, utilizando meios indiretos se comparado ao artista” (4), seu conjunto de meios não é definível por um projeto, como é o caso do engenheiro, mas se define apenas por sua instrumentalidade, com elementos que são recolhidos e conservados em função do princípio de que “isso sempre pode servir”. O bricoleur cria usando expedientes e meios sem um plano preconcebido, afastado dos processos e normas adotados pela técnica, com materiais fragmentários já elaborados, e suas criações se reduzem sempre a um arranjo novo de elementos cuja natureza só é modificada à medida que figurem no conjunto instrumental ou na disposição final. A diferenciação que Lévi-Strauss faz entre o bricoleur e o engenheiro é essencial para se entender a gambiarra, essa livre criação mais além dos manuais de uso e das restrições projetuais da funcionalidade, como uma prática essencialmente de bricolagem.

Acima de tudo, para se entender a gambiarra não apenas como prática, criação popular, mas também como arte ou intervenção na esfera social, é preciso ter em mente alguns elementos quase sempre presentes. Alguns deles seriam: a precariedade dos meios; a improvisação; a inventividade; o diálogo com a realidade circundante, local, com a comunidade; a possibilidade de sustentabilidade; o flerte com a ilegalidade; a recombinação tecnológica pelo re-uso ou novo uso de uma dada tecnologia, entre outros. Tais elementos não necessariamente aparecerão juntos ou estarão sempre presentes. De qualquer modo, alguns deles sempre aparecem por uma circunstância ou por outra. leia mais >>

Mutirao da Gambiarra

Rascunhando...

Em 2007, o projeto MetaReciclagem completa cinco anos como rede aberta de inovação em tecnologia social. Desde sua criação, dezenas de projetos foram elaborados e desenvolvidos com a perspectiva da desconstrução tecnológica como metodologia de aprendizado, criação de espaços simbólicos e apropriação de estruturas. A rede MetaReciclagem proporcionou a emergência de grupos de ação, influenciou projetos de governo e terceiro setor, possibilitou intercâmbios internacionais e consolidou-se como espaço autônomo de reflexão crítica e ação tática de apropriação tecnológica. Mais do que isso, estabeleceu as bases de um grupo aberto e auto-organizado que propõe uma maneira tipicamente brasileira de entender e usar a tecnologia, uma atualização da antropofagia com o movimento hacker, do tropicalismo com o software livre, um mutirão da gambiarra que só é possível por conta de sua natureza de rizoma autônomo, que se infiltra em diferentes estruturas de poder e promove agenciamentos coletivos. Uma formação inovadora, original e tipicamente brasileira, que propõe um modelo de organização coletiva adequada ao século XXI, ao cenário de crescente disseminação de tecnologias e à problemática de inclusão e engajamento social que acompanha esses processos.

instinto preKario

Troquei uns emails com o Bruno Vianna, que se apresentou semana passada na lista metarec. No papo sobre imaginarios e mitologias, ele recomendou o curso instinto preKario y prácticas piratas, da Universitat Pirata de Barcelona. Vou dar uma olhada por lah. Comecei tambem a ler hoje um livrinho chamado Mito e Realidade, de Mircea Eliade, que vai tambem naquele sentido de entender o mito nao como oposto ao logos, mas como construcao coletiva de imaginario.

Paulo Freire & a Educação

Algumas anotações

p. 23

"... a base da proposta antropológica freireana é o diálogo. É na palavra pronunciada, que revela o mundo, que os homens se constróem ao fazerem e refazerem o próprio mundo (Fiori, apud Freire, 1993). O diálogo é, então, esse encontro dos homens, mediatizados pelo mundo [e], conseqüentemente, a cada ser humano impõe-se o desafio do aprender a dizer a sua palavra, como exigência fundamental de sua humanização. É por meio dessa pronúncia singular que nós nos tornamos sujeitos históricos capazes de construir intersubjetivamente uma sociedade em comunhão de objetivos e vivências"

p. 41

"A superação das estruturas culturais antidialógicas (que reproduzem a dominação da elite sobre o povo) deve ser o caminho estratégico dos orpimidos na construção de uma nova sociedade. Tais estruturas não se demovem apenas com a 'conquista do poder', mas sua superação requer a reinvenção da política a partir de uma visão de mundo coerente (dialógica e crítica) como base para a recriação sociocultural."

p. 51

"Para Freire a educação nunca poderá ser neutra politicamente. Todo e qualquer projeto pedagógico, ou proposta de educação, e todo e qualquer ato educativo é, fundamentalmente, uma ação política. Ou seja, o educador, ao definir uma determinada metodologia de trabalo, planeja, decide e produz determinados resultados formativo-educacionais que têm conseqüências na vida dos educandos e na sociedade onde educador e educandos se encontram."

p. 52 leia mais >>