Archive - 2008 - Blog entry

May 6th

Social futures

A sessão de abertura da conferência de Tecnologia Social do Futuresonic foi certamente uma das mais interessantes. Eram 6 pessoas distribuídas em dois sofás no palco: Matt Jones, James Wallbank, Shannon Spanhake, Ravikant, Gerd Leonhard, Chris Heathcote. Cada 1 falava por alguns minutos, e depois eu e mais 2 painelistas - Beryl Graham e Andrew Woolard - fazíamos perguntas ou tecíamos comentários. A sessão foi apresentada pelo diretor da conferência Drew Hemment, e pautada por questões levantadas por Matt Locke e Aleks Krotoski. Além dessa dúzia de pessoas, olhe só, ainda tinha gente na platéia que ao final podia pegar os microfones e continuar o debate.
Abaixo as anotações do meu caderno. Desculpem os equívocos e incompletudes.
Matt Jones / Dopplr
Friending can be harmful.
Autistic language.
Language of relationships is limited - we ought to think in terms of transactions.
Can we kill friending?

Dos comentários: projecto familiar strangers, que coleta ids de bluetooth e analisa padrões. "My frienemies".
Eu comentei alguma coisa na linha "claro que friending é overstated, mas nem tudo é transação. friending é identidade, e pode trazer benefícios a um monte de gente". Ou algo assim.

James Wallbank
leia mais >>

Geraldine Juarez - Freewear

Durante o Futuresonic, tive a oportunidade de conhecer Geraldine Juarez. Ela estava lá para apresentar o projeto Freewear, com o qual ela levanta um monte de questões importantes sobre excesso, consumo e estilo de vida. Uma das idéias é aproveitar redes como o Freecycle para pedir doações de material que pode ser re-interpretado. Há alguns anos eu tive algumas conversas com o Adilsão sobre fazer algo parecido no Agente Cidadão, mas nunca foi pra frente, infelizmente.
Geraldine é uma designer auto-didata da Cidade do México, que agora vive em Nova Iorque. Uma das coisas mais legais que ela fez foi usar envelopes que são distribuídos gratuitamente em agências de correio como matéria-prima para roupas, colchonetes, sacos de dormir e outras coisas.
Um elemento que percebi recorrente no discurso de Geraldine é o questionamento do excesso, e o interesse em incentivar uma cultura jovem urbana que adote esse anti-estilo de vida. Ela comentou algo sobre criar uma espécie de kit de sobrevivência urbana, com utensílios - talheres, pratos, copos - que podem ser usados por uma vida inteira. Uma daquelas tardes, topei ali no hall do Contact Theatre com adesivos "Edible Excess" / Forays.org, que pelo que entendi é outra ação com a qual a Geraldine está envolvida.

Voltando do futuresonic

Voltei a Barcelona domingo à noite, depois de quatro longos dias em Manchester. Fui para lá participar do Futuresonic, principalmente os dois dias de Social Technologies Summit. Saí bastante satisfeito da conferência: um monte de gente interessante, conversas boas, idéias para futuros. Também tive a impressão de que, comparando com outros eventos do tipo, as pessoas estavam interessadas em dialogar, não se limitando a fazer suas apresentações e ir embora. Mais do que isso, achei as apresentações um pouco mais aprofundadas - mas isso pode ser porque eu fui praticamente obrigado a prestar atenção em toda a sessão de abertura, o que geralmente não faço ;) Também digno de nota é o fato de que o ambiente colaborativo criado pra acompanhar o Futuresonic foi efetivamente usado: antes de chegar em Manchester eu já tinha uma lista de amigos e algumas pessoas pedindo para encontrar ou enviando mensagens. Ano passado no Picnic, em Amsterdam, tentaram fazer algo parecido, mas eu não senti tanta apropriação (no bom sentido).
30leia mais >>

April 28th

How collective is your revolution?

From an e-mail I wrote discussing the theme of the debate in Futuresonic late this week:
"One question that we have been coming across is that in Brasil social networks are everywhere: everyone is a crossroads of layers and layers of networks. That has good and bad consequences, in the sense that there are always opportunities (and possible social mobility), but also an uncertainty (informality leading to very flexible application of laws, networked crime, etc). So, when it comes to technology, and using technology to support social change, how do we deal with that, how can we influence the appropriation of technology with the 'good' side of networking, while assuring it won't become just another source of distributed violence."

April 17th

Oraculismo, de novo

Pois então. Dei um tapa no texto que tinha publicado aqui anteontem e mandei ver. É pra uma comission do Rhizome pro ano que vem. Se você conhecer algum usuário de lá, fale pra votar em mim. Se gostar, claro. Texto abaixo, pra quem não é cadastrado no site:

Project Description

Oraculismo is an ongoing project that means to rise some critical issues related to information access and social dynamics, as well as pointing to analogies between magic learning and technologic learning. It brings a critical perspective about the ubiquity of internet access via wireless networks in the urban context. Oraculismo intends to create wireless installations that are freely replicable, in order to create local experiences that can either be understood as gaming, learning or information access environments. One of its methods is going further in the idea of de-mistifying technology, by attempting to create new myths that include the ideas of dynamic, social and collective exchange of information.

The public face of Oraculismo will consist of open wireless (wi-fi, 802.11x) networks that behave as shamanic totems or oracles, interacting with visitors and offering negotiated information. These totems will be able to interact with people through different online tools, such as a chatterbot that, depending on the dialog, may point to a local network URL that can be accessed only once. Secrets, keywords, incremental stages for gaining access are elements to play with. Oraculismo will run on free software and will look into alternatives for autonomous power supply.leia mais >>

April 16th

Lixo eletrônico

Passei alguns dos últimos dias preparando, revisando e montando um projeto novo que estamos tocando no weblab: um blog sobre lixo eletrônico. A história por lá é partir do estudo que a equipe do Dalton realizou no ano pasado para a Waste.nl, procurando entender um pouco mais sobre a indústria de reciclagem de resíduos eletroeletrônicos no Brasil, e passar a coletar informações e referências, às vezes traduzir trechos de artigos que saem pela internet. Agitar a conversa, porque o assunto é cheio de espinhos e falta bastante informação sobre isso no Brasil.
Daí que montamos o blog não só como plataforma pra espalhar o estudo - que está disponível em PDF com uma licença CC - mas também pra chamar pessoas que se interessem pelo assunto. Por enquanto, eu e o camarada hdhd estamos blogando, e a equipe vai crescendo.
Além do blog, eu dei uma revisada no texto do estudo e mexi algumas coisinhas por lá, inclusive a auto-entrevista que publiquei aqui no efeefe essa semana. Publiquei a versão 01 do estudo hoje, ainda meio capenga de estrutura - não tive tempo ou paciência pra dominar a numeração de páginas, estrutura de seções e fazer um índice. Fica pras próximas versões. Pensando também em usar o primeiro post de lá como prefácio do estudo em alguma versão futura.

April 14th

MetaEspelho

Respondi a um mala agora há pouco:
Felipe Fonseca é um dos fundadores da rede MetaReciclagem, que propõe
a apropriação crítica de tecnologias de informação para a
transformação social. Foi entrevistado em frente a um espelho.
Como funciona?
A MetaReciclagem é uma rede aberta, que conta com a participação
voluntária de pessoas em diferentes regiões do Brasil desenvolvendo
diferentes projetos de apropriação e desconstrução de tecnologia. Em
geral são iniciativas auto-gestionadas, que vão desde a criação de
espaços para o recebimento de doações de eletrônicos usados até a
realização de eventos, oficinas, instalações e intervenções. As ações
de MetaReciclagem articulam-se em rede, não tendo um organismo cental
de coordenação. Muitas vezes têm o alcance limitado a poucas pessoas.
Por outro lado, a MetaReciclagem e toda a experimentação realizada
nessa rede influenciou o desenvolvimento de grandes programas de
inclusão digital, no governo federal, no estado de São Paulo e em
algumas administrações municipais. A lista de discussão que concentra
a maior parte da articulação da MetaReciclagem conta hoje com mais de
350 pessoas, e calcula-se que alguns milhares já passaram pelos
diferentes cursos, oficinas e eventos desenvolvidos com essa
perspectiva. Com o tempo aprendemos que na verdade os projetos de
MetaReciclagem não se tratam de reciclagem de equipamentos, e sim
remanufatura, re-significação ou reinvenção. Uma explicação
alternativa é que se trata de reciclagem "de pessoas", mas essa é uma
interpretação mais romântica.
O que acontece com os computadores, ou resíduos eletroeletrônicos?
As diferentes ações de MetaReciclagem propõem diversos usos possíveis
para as tecnologias, desde os mais estruturais – utilizar peças de
leia mais >>

April 13th

Oraculismo

Mandei isso hoje pra uma chamada, mas ainda tá bem tosco. Nos próximos tempos quero refinar a proposta.
Summary
Wireless networks are usually regarded as connectivity environments, a way for people to reach information not available locally. If in one hand that brings clear benefits - information can be accessed from virtually anywhere -, on the other hand people often loose the sense of local. The goal of Oraculismo is to bring back the importance of ritualized, local and acquired access to information, by creating data-filled,  local wireless networks. Riddles, secrets and magic analogies are its tools.
Project description
Oraculismo is an ongoing project that means to rise some critical issues related to information access and social dynamics, as well as pointing to analogies between magic and technologic learning. It brings a critical perspective about the ubiquity of internet access via wireless networks in the urban context. Oraculismo intends to create installations that are freely replicable, in order to create local experiences that can either be understood as games, learning or information access. The public face of Oraculismo will consist of open wireless (wi-fi, 802.11x) networks that behave as shamanic totems or oracles, interacting with visitors and offering negotiated information. These totems will be able to interact with people through different online tools, such as a chatterbot that, depending on the dialog, may point to a local network URL that can be accessed only once. Secrets, keywords, incremental stages for gaining access are elements to play with. Oraculismo will run on free software and will look into alternatives for autonomous power supply.

April 5th

Caos e dispersão no banco comum

Ontem participei do Mercado de Intercambios de Conocimientos, organizado no CCCB pelo Platoniq. O formato era muito interessante: três espaços contíguos, sem divisórias, rolando apresentações simultâneas. Cada painelista falava em um microfone, e na entrada a gente recebia um rádio com três canais. Perfeito pra quem, como eu, não tem paciência pra assistir palestras de mais de 10 minutos: ficava mudando de canal o tempo todo. Em uma hora e pouco assistindo, consegui pegar trechos de cinco apresentações diferentes, entre elas a do Guifi e do Dmitry Kleiner (Telekommunisten/Dialstation), que eu tinha conhecido em Berlim mas não tinha associado o nome à pessoa. Enfim, um formato bem doido pra quem tem essa mania de fazer tudo ao mesmo tempo. Gostei de assistir.leia mais >>

April 2nd

Perguntas sobre jornalismo colaborativo

Vi que o Träsel publicou as respostas que mandou para uma estudante de São Paulo, sobre jornalismo participativo. Eu também recebi as perguntas, e resolvi não pensar muito a respeito. Respondi na ordem que aparecem, fui um pouco redundante e eventualmente contraditório (tem um caminho alternativo pra ler essas respostas, pensando que não tinha uma opinião prévia, fui chegando a algum ponto à medida que lia as perguntas e respondia).

> 1- O que é jornalismo colaborativo para você?

Não tenho uma opinião formada. Me parece em grande medida
uma expressão hiperbólica como "web 2.0" ou "comunidades
virtuais" há alguns anos. Acredito em produção intelectual
colaborativa, e acho que é possível que aconteça na esfera
do jornalismo, mas é muito menos do que se fala por aí.

> 2- Qual é o papel do jornalista dentro do jornalismo colaborativo? Seria
> filtrar e checar as informações?

Pelo que entendi, estás tratando "jornalismo colaborativo" como
esses sites de publicação coletiva dentro da estrutura das empresas
de comunicação de massa, é isso? Se é esse o caso, e no Brasil,
acho que o papel do jornalista, infelizmente, é antes de tudo manter
as coisas sob controle, evitar que seus patrões sejam objeto de
acusações, e depois disso fazer o possível para que os seus sítios
mantenham uma aparência de colaborativos. Se, por outro lado,
queres pensar o jornalismo colaborativo sob uma perspectiva mais
abrangente, de ação em rede que se afirma de forma emergente,
de forma autônoma, o papel do jornalista é o mesmo de qualquer
outro nó de rede: interagir, reprocessar, misturar, interpretar.

> 3- Você acredita que existe jornalismo colaborativo no Brasil? Qual é a
leia mais >>