Archive - 2008 - Blog entry

June 11th

Sem fio

Ontem rolou uma boa conversa sobre internet sem fio na lista de trabalho do weblab. Registrando aqui algumas coisas que escrevi...

tem uma boa discussão rolando em todo o mundo sobre redes públicas sem fio. A indústria quer forçar a barra com o WiMax, ultracontrolado e com foco em tirar dinheiro, mas a idéia do wi-fi comunitário continua. Uma coisa que tá começando a rolar são celulares com wi-fi. O iphone é um absurdo de incentivo ao consumismo, mas existem alternativas mais baratas (e discretas) como alguns da Nokia e da Samsung. Acho que a gente ainda nem começou a ver quanta transformação vem por aí...

A edição atual do ci-journal é sobre wireless. Ainda não li, mas ó só:

http://ci-journal.net/index.php/ciej/issue/current

(atualizando: reli esse trecho e pareceu que tudo que vem abaixo era parte do ci-journal. não é. eu é que mudei de assunto de maneira repentina, desculpem)leia mais >>

June 10th

June 9th

Começando a arrumar as malas

Em exato um mês eu chego de volta a São Paulo. Barcelona responde com sol e calor. Até comecei a acordar mais cedo pra aproveitar melhor esse começo de verão.

June 4th

Paradoxando

Lendo aqui os amigos Dalton e Hernani no Le Monde Br:

A relação é paradoxal. A mistura, a miscigenação cultural resulta num processo de enriquecimento e empobrecimento, singularização e massificação, desterritorilização e reterritorialização, potencialização e despotencialização da subjetividade em todas as dimensões.

Ontem à noite, andando pela rua e ouvindo música no celular, pensava que depois de visualizar os paradoxos, a única posição decente é assumir e vesti-los. Viver em paradoxo. Porque não existe alternativa. Existe?

 

June 3rd

Processos criativos

Há algumas semanas a revista Época publicou uma entrevista com o Geert Lovink. Ele fala algumas coisas que fazem sentido, mas tem uma frase que não desceu redondo:

ÉPOCA – Por que o senhor critica os defensores da liberdade de cópia na rede?
Lovink – Acho que devemos fornecer meios para que a próxima geração da web ganhe dinheiro com ela, possa viver de seu trabalho e de sua criação. O problema é que o pessoal do software livre só pensa em trocar livremente seus programas. Nunca imaginaram como profissionais criativos poderão sobreviver quando nos movermos para uma economia baseada na internet.

Conversei com algumas pessoas e percebi que não fui o único que não gostou dessa frase, de alguma forma. Até faz algum sentido, mas não deixa de denotar uma falta de sensibilidade com o contexto: um comentário como esse publicado em algum ambiente onde haja familiaridade com o software livre, copyleft ou até creative commons poderia cumprir bem a função de crítica, mas numa revista como a Época (mesmo que ela não seja das piores no que se refere a tecnologias) pode ser um tiro pela culatra, matando debates antes de eles chegarem a nascer. Troquei uma idéia por email com o Geert, falando da possibilidade de coexistência de vários modelos econômicos. Falei do tecnobrega no Pará, perguntei se ele assistiu ao Good Copy Bad Copy. Ele publicou a resposta no blog dele. Traduzindo:leia mais >>

Cat Power

Primeira vez que eu ouvi falar de Cat Power foi acho que em 99 ou 2000 numa coluna do Daniel Galera no COL. Na época fiquei curioso com a gringa desconhecida que tinha tocado num Garagem vazio, e como sempre gostei das recomendações musicais do Galera, fui atrás. Ela entrou desde então no meu playlist, e também repassei pra algumas pessoas especiais, entre elas minha cúmplice de vida. Semana passada, tivemos a chance de assistir à Cat Power ao vivo no Primavera Sound, aqui em Barcelona. Foi impressionante em alguns sentidos. Pelo que se conta, ela está saindo de uma fase de vida complicada. Estava com a voz fraca, sempre pedindo pro pessoal da mesa aumentar o volume do microfone. Teve um momento de atrito com a banda quando tentou continuar uma música e não a acompanharam. O show foi complicado, difícil de sair. Mas ela persistiu. No fim, não fez bis, mas voltou declarando repetidas vezes seu amor ao público (que era massivo) e distribuiu flores para quem estava mais próximo. Foi comovente. A gente tinha chegado cedo, estávamos na frente do palco. A sensação foi de ter participado de uma sessão de terapia coletiva para ela. Saímos satisfeitos, de qualquer maneira.

PS: Sim, também assistimos ao Portishead no Auditori. Mas nem vou comentar pra não dar inveja. Só pra dar o gostinho, gravei mysterons com o celular.

Usos das Tecnologias de Informação e Comunicação

P4olo Bruni avisou sobre uma série de reportagens no Jornal Nacional da Rede Globo sobre apropriação de tecnologias no Brasil. É complicado ter uma opinião definida - tem alguns exemplos interessantes ali no meio, mas um monte de clichês e preconceitos entremeados. Recomendo assistir, mas com a cautela de sempre.

June 2nd

Re: sespalhando

Ano passado rolou uma thread da lista metarec, que começou com um link para um projeto que estava usando o nome MetaReciclagem sem dar feedback na lista. Apareceram alguns trechos interessantes:

Dalton:

as ações de metareciclagem não precisam de "autorização" do coletivo para rolar...
mas seria fundamental realimentar esse espaço como uma grande praça onde contamos de nossas vidas e projetos...

isso faz o caldo engrossar, dar mais sentido para a nossa própria ação como comunidade...
senão, vira estética e aí, cadê a ética?
eu sinto que precisamos definir isso melhor entre nós...
vejo, sinceramente, que há um erro de posicionamento nosso em relação a isso...

como ensinamos isso?
como falamos disso?
presumir que todo mundo saiba não seria um erro?

Efeefe:leia mais >>

Sistemas de aprendizado

Estive semana passada em Londres, a convite de Bronac Ferran, do RCA/Imperial College, para uma apresentação sobre "Brasilian Media Ecologies", dentro da programação do Systems of Learning. Junto comigo, estavam Ricardo Ruiz e Carlos Villela. Na verdade eu experimentei uma longa conversa que começou tarde de segunda-feira no escritorio do CV com Ruiz e a presença de Tori Holmes, se estendeu para um pub à noite com a Bronac e continuou no dia seguinte caminhando com o Ruiz pela Portobello Road, depois através do Hyde Park e finalmente na sessão propriamente dita, no auditorio do RCA, além de continuar em outro pub e depois encerrar em um restaurante indiano. Durante boa parte das conversas o CV ficou desenhando mindmaps no meu caderno, e apareceram algumas boas idéias por ali. Impossível relatar tudo que a gente conversou, mas vão abaixo algumas impressões baseadas nos rabiscos do meu caderno.
Rapidinho sobre Londres: cidade doida, mas ao mesmo tempo muito atrativa, até aconchegante. Tive problemas na entrada, uma hora de alfândega e uma recomendação pra não voltar antes de seis meses. O hotel era estranho, apertado, e a internet deles oscilava tanto que cheguei a pensar que fosse problema do meu cartão wi-fi. Mais uma vez tive que recorrer ao chá de boldo, porque é muita fritura naquela terra. Boas cervejas.
---leia mais >>

May 22nd

Steve Cisler

Steve Cisler faleceu há poucos dias. Eu cheguei a trocar muitos e-mails e uma ligação telefônica com ele. Mais um de quem muita gente vai sentir falta. Tem algumas homenagens a ele acontecendo pela web. Recebi há pouco da lista nettime:

There is a new blog for condolences and memories about Steve Cisler,
who passed last week.

http://communitynetworking2008.wordpress.com

He served on the board of the Internet Society, and was among the
first people lobbying for the allocation of radio spectrum for
wireless computer networks-an effort that led to the establishment of
the 802.11b standard commonly used today.

He worked for the Center for Science, Technology, and Society at
Santa Clara University on a project to network the Tech Award
Laureates (25 each year) http://techawards.org/ from 2001 to the
present. They have a photo and article up about his work at http://
www.scu.edu/sts/

Steve was extremely well-known in community networking movements
around the globe.

Steve was a Senior Scientist at Apple Library for many years and ran
the Apple Library of Tomorrow project, which made grants to places as
diverse as the Pueblo of Zuni and the Library of Congress.

A frequent conference speaker, he was also admired for his pithy trip
reports about travel to some remote (and not so remote) community
networking efforts.

He also served in the Peace Corps and in the US Coast Guard.

A memorial celebration is planned for June 2 in the San Jose area.