desvio

Sem fio - contexto, caminhos e bases

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Uma das obsessões fundadoras do projeto metá:fora e da MetaReciclagem era a ideia de mobilidade e de redes sem fio. Alguns dos primeiros rascunhos de projeto que surgiram tinham a ver com dispositivos móveis, e uma das forças motrizes que nos fizeram necessitar de computadores para experiências era uma ideia alimentada pelo dpadua de criar infra-estruturas de rede autônomas com base nos projetos de redes wi-fi metropolitanas. De lá pra cá, percorremos muitos caminhos paralelos, fizemos um monte de experiências, mas essa possibilidade sempre nos acompanhou.leia mais >>

Destruição

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Topei essa semana com o post dos Obsoletos sobre o prazer da destruição. Lembrei de algum dia no passado quando imaginamos uma oficina de MetaReciclagem que começasse com um ritual de destruição de um computador. Destruição mesmo, sem se preocupar se seria possível reaproveitar o material depois. A ideia era dessacralizar (ou, invertendo, consagrar a Shiva) os equipamentos. Tratar como abundância o que era considerado lixo, e dar às pessoas o luxo de desperdiçar esses recursos. Tem a ver também com a obsolescência programada de Lucas Bambozzi, que já comentamos aqui. Mas nunca encontramos oportunidade de levar a cabo esse tipo de oficina. Ainda vai rolar.

Prêmio Sergio Motta - indicados

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O núcleo desvio é um dos indicados no prêmio Sergio Motta, na categoria início de carreira. Ficamos felizes com a pré-seleção, e ainda mais com as companhias de categoria. Parabéns a todxs indicadxs. Em entrevista, o presidente da comissão de seleção Marcus Bastos comenta:

Um aspecto relacionado a este tom mais bem-humorado também apareceu em trabalhos que se apóiam na estética da gambiarra e do improviso. Foi universo representativo, o que é um pouco esperado. Este ingrediente anárquico (em certo sentido antropofágico) é uma característica recorrente e possivelmente bastante marcante da arte atual, em que são representativas práticas hacker e procedimentos herdeiros da sampleagem.

45 revoluções por minuto

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Traduzindo trechos do artigo 45 revoluções por minuto, de Armin Medosch:

Utopia Sem Fio
A corrida econômica e tecnológica inspirou uma utopia sem fio na virada do último século. O inventor Nicolas Tesla sonhava em transmitir energia sem fios. Na imaginação popular da época, tecnologias de comunicação sem fio eram vistas juntando socialismo e democracia real. Apesar disso, foi Marconi quem criou o primeiro império de negócios sem fio, porque ele desenvolveu o telégrafo sem fio de acordo com a lógica da indústria. Ou seja, não como uma tecnologia de massas mas como uma aplicação industrial para apoiar linhas de distribuição mundiais e mercados de ações.
Nos Estados Unidos a tecnologia pioneira de rádio foi desenvolvida e experimentada por um grande número de radioamadores entre cerca de 1890 e 1920. Em quase todo o resto do mundo o espaço de rádio foi rapidamente controlado pelo estado e a experimentação limitada a alguns institutos oficiais. O espírito de garagem dos radioamadores norte-americanos precedeu a primeira onda de hackers de computadores e forneceu um modelo de inovação fora dos mecanismos do mercado. A Primeira Guerra e a ascenção do rádio comercial no anos 20 puseram um fim a esse espírito livre. Os anos 20 foram a época que viu a ascenção do bens de consumo elétricos. Receptores de rádio chegaram aos lares norte-americanos em uma onda junto com a geladeira e a máquina de lavar. As mesmas companhias que faziam eletrodomésticos também mantinham estações de rádio. O rádio tornou-se indispensável para o que Raymond Williams chama "privatização móvel". A crescente mobilidade das pessoas da classe operária vai lado a lado com a perda de identidade comunitária e cultura que o rádio consegue parcialmente restabelecer, mesmo que dentro do confinamento do espaço de convívio particular.

Enredado

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Recebi pela nettime um email falando sobre o networked, um "livro em rede sobre arte em rede". A solução técnica para a publicação foi o Buddypress, e a estrutura parece prever um alto grau de colaboração. Vou me cadastrar e dar uma lida por lá. Diz a chamada:
"(Após) dois anos sendo feito, Networked está agora aberto para comentários, correções e traduções. Você também pode enviar um capítulo para consideração.
Por favor cadastre-se para Ler | Escrever:
THE IMMEDIATED NOW: NETWORK CULTURE AND THE POETICS OF REALITY
Kazys Varnelis
http://varnelis.networkedbook.org

LIFETRACING: THE TRACES OF A NETWORKED LIFE
Anne Helmond
http://helmond.networkedbook.org

STORAGE IN COLLABORATIVE NETWORKED ART
Jason Freeman
http://freeman.networkedbook.org

DATA UNDERMINING: THE WORK OF NETWORKED ART IN AN AGE OF IMPERCEPTIBILITY
Anna Munster
http://munster.networkedbook.org

ART IN THE AGE OF DATAFLOW: NARRATIVE, AUTHORSHIP, AND INDETERMINACY
Patrick Lichty
http://lichty.networkedbook.org"

Redes, ps.

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No afã de terminar o post de ontem, que já estava ficando longo, acabei esquecendo de comentar sobre mais dois aspectos da atuação em rede que me parecem importantes. O primeiro é a irrelevância da definição em ambientes verdadeiramente enredados. Durante o wintercamp, James Wallbank (Access Space, Sheffield) expôs uma tentativa de explicar a rede bricolabs dizendo que ela se assemelhava a um cheiro: é difícil apreender e explicar um cheiro. Podem-se fazer analogias, alusões, mas nunca contê-lo ou determiná-lo.
A outra ideia que me parece relevante na busca de entender como as coisas funcionam nas redes é uma ideia que surgiu numa conversa informal nos jardins do MIS durante o Paralelo: de que algumas das redes abertas brasileiras obtinham sucesso por conta de uma insistência das pessoas que as lideravam em auto-sabotar (active self-sabotage, acho que foi como chamamos) o próprio poder que acabavam conquistando. À medida que as pessoas que acumulavam poder desdenhavam desse poder e o ofereciam a qualquer interessado, as redes acabavam se renovando. É um tipo de auto-ironia que no contexto das redes acaba sendo ironicamente produtivo.
(continuo lendo aqueles livros, vou comentar mais por aqui assim que as ideias surgirem ou reaparecerem)

Redes

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Nos últimos dias tenho folheado de maneira descompromissada algumas publicações que recebi recentemente da Holanda: Organized Networks, de Ned Rossiter; From Weak Ties to Organised Networks, publicação pós-Wintercamp (que já comentei por cima aqui); e a caixa e-culture, uma caixa com um DVD, um folheto e três livros. Não foi de propósito, mas isso me pegou no meio do planejamento e primeiras conversas relacionadas à aplicação dos recursos do Prêmio de Mídia Livre que a MetaReciclagem levou, e acabei estendendo alguns insights a essa busca mais prática.
Enquanto busca de identidade de rede, a MetaReciclagem já passou por um monte de fases. Desde o começo como um subgrupo do projeto metáfora, passando pela dissolução influenciando grandes projetos de governo, até a fase atual em que muitas vezes parece que a potência de articulação e colaboração se esgotou, até que aparece vida em um canto esquecido, até que alguém volta a se movimentar naquele espaço simbólico depois de alguns anos em silêncio, até que os olhares e afinidades se reencontram em novas buscas. Acho que em todas essas fases, a única constante é a incerteza sobre o que vem a seguir. Daí que quando eu pego alguns desses estudos de matriz europeia, chega a me incomodar a sensação de que estão tentando enquadrar uma classe de fenômeno que não se presta muito a classificações e determinações.leia mais >>

XPTA

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Do recém-lançado blog do XPTA.Lab:


Foi anunciado em 11 de agosto de 2009 mais um programa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, em parceria com a Secretaria de Políticas Culturais: o Programa Laboratórios de Experimentação e Pesquisa em Tecnologias Audiovisuais (XPTA.LAB).
O objetivo do programa é apoiar laboratórios voltados para a pesquisa e experimentação em tecnologias audiovisuais. Até 13 de outubro podem se inscrever entidades e instituições jurídicas públicas e privadas que atuam no setor de desenvolvimento de trabalhos em plataformas digitais e tecnologias audiovisuais.
O edital permite a inscrição como projetos, dentre outros, de jogos digitais; consoles de videogame; dinâmicas de web; aplicativos para TV digital, celulares e televisão com protocolo de internet (IPTV); e smart phones de qualquer gênero e temática.

co:laboratorio #3

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Daniel Dias mandou o convite pra terceira edição do co:laboratório:

Venha se divertir. A proposta continua a mesma: reunir as pessoas, juntar algumas idéias, desenhar um projeto e executá-lo em um dia (1×1). Exercitar a criação coletiva e colaborativa.
Lembrando que o objetivo é misturar temas, deste corte/costura e entalhe em madeira até computação pervasiva e robótica. Quanto maior a gama de especialidades melhor, ninguém ensina - afinal co:laboratorio não é oficina nem workshop de nada - mas no fim todos aprendem alguma coisa.
(...)
Veja o que aconteceu nas últimas edições do co:laboratorio.
- DaLata: um amassa-lata inteligente
- Co:Laboratorio Weekend Project #1 : Shit Happens

Vingança

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Da Obsolescência Programada, no blog de Lucas Bambozzi (grifo meu):

The images of this act comprise footage showing the systematic destruction (with a hammer) of a series of technological items, most of them obsolete or nearing obsolescence — media such as floppy disks, VHS tapes, wireless telephones, printer cartridges, cell phones, computer keyboards, printers, light bulbs, and others. All of them are broken to pieces and produce a strong and typical sound of the material they are made of. It may be the desire of many to be on stage holding the hammer seeking to achieve a catharsis, a little revenge owing to the fact that people consume so many technological devices that will not be around for long in their lives.

Enquanto isso, chega pelo Lixo Eletônico o anúncio de quem em outubro vai rolar em Foz do Iguaçu o torneio sul-americano de arremesso de celular.