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Comunidade estética x comunidade ética

Ainda do Comunidade:

A necessidade da comunidade estética, notadamente do tipo de comunidade estética que serve à construção/destruição da identidade, tende por isso tanto à autoperpetuação quanto à autodestruição. Essa necessidade nunca será satisfeita, nem deixará de estimular a busca de sua satisfação.

A necessidade da comunidade estética gerada pela ocupação com a identidade é o campo preferencial que alimenta a indústria do entretenimento: a amplitude da necessidade explica em boa medida o sucesso impressionante e contínuo dessa indústria.

(...)

Como as atrações disponíveis nos parques temáticos, os laços
das comunidades estéticas devem ser “experimentados”, e experimentados no ato — não levados para casa e consumidos na rotina diária. São, pode-se dizer, “laços carnavalescos” e as comunidades que os emolduram são “comunidades carnavalescas”.leia mais >>

Termina assim

O Comunidade:

Somos todos interdependentes neste nosso mundo que rapidamente se globaliza, e devido a essa interdependência nenhum de nós pode ser senhor de seu destino por si mesmo. Há tarefas que cada indivíduo enfrenta, mas com as quais não se pode lidar individualmente. O que quer que nos separe e nos leve a manter distância dos outros, a estabelecer limites e construir barricadas, torna a administração dessas tarefas ainda mais difícil. Todos precisamos ganhar controle sobre as condições sob as quais enfrentamos os desafios da vida — mas para a maioria de nós esse controle só pode ser obtido coletivamente.

Aqui, na realização de tais tarefas, é que a comunidade mais faz falta; mas também aqui reside a chance de que a comunidade venha a se realizar. Se vier a existir uma comunidade no mundo dos indivíduos, só poderá ser (e precisa sê-lo) uma comunidade tecida em conjunto a partir do compartilhamento e do cuidado mútuo; uma comunidade de interesse e responsabilidade em relação aos direitos iguais de sermos humanos e igual capacidade de agirmos em defesa desses direitos.

 

Nomadismo comunitário

Dividindo nessa semana minha atenção bibliófila entre o Sobre o Nomadismo, do Maffesoli, e o Comunidade do Bauman.

Imprensa...

É difícil identificar, mas essa matéria do estadão, que entre omissões e equívocos chega a me confundir com o Felipe Andueza, deve estar ligada às respostas que mandei sexta para o jornalista lá. E olha que fui até bonzinho:

Você recebe muitas doações de aparelhos ou ainda é algo com pouca divulgação?

A MetaReciclagem começou há seis anos. Passamos por várias fases de alta divulgação e projetos estruturados, e várias fases de recolhimento e reflexão. O "ainda" na tua pergunta me incomoda um pouco, como se o caminho natural das coisas fosse crescer. Dentro do âmbito da MetaReciclagem, a gente fez uma escolha ainda em 2003, de não transformar a rede em uma ONG, e com isso fizemos indiretamente a escolha de não precisar necessariamente crescer. Pelo contrário, a MetaReciclagem evolui como rede: novas atividades começam em alguns lugares, atividades se encerram em outros lugares. Dessa forma, a quantidade de doações não é uma questão de muita relevância: alguns projetos  precisam de mais doações, outros de menos.

A procura por esse tipo de projeto tende a crescer?leia mais >>

O COL na minha vida

Chegando na Fabico

Lá por 1995, eu estava no terceiro ano do segundo grau e tinha que chegar a uma conclusão sobre qual caminho tomar na vida. A parentada mais distante dizia que eu tinha que aproveitar a facilidade em aprender pra me afundar no cursinho e tentar passar em medicina ou direito, carreiras de gente de bem. Meus pais diziam que iam me apoiar em qualquer escolha. Na época, eu praticava montanhismo (educação física? geologia?), tocava guitarra (música?) e gostava de fazer gravações toscas em casa usando microfones Yoga de 14 reais, toca-fitas de 2 decks e um monte de fios soltos (engenharia eletrônica pra virar engenheiro de som?). Estava também fazendo brincadeiras de edição na mão com aparelhos de videocassete e umas câmeras velhas quase-herdadas de quase-parentes. Cheguei a pensar em cursar cinema, mas como não existia o curso na UFRGS e nem pensava em ir pra uma universidade particular, acabei caindo na comunicação. TInha uma certa aversão ao mito jornalístico da imparcialidade e muita bronca com o que existia de quase-imprensa gaúcha, e acabei mais por falta opções do que qualquer convicção me inscrevendo em publicidade. Passei uns meses freqüentando duas em cada cinco aulas do cursinho mas passei no vestibular. Minha prova de matemática foi muito mais um lance de sorte do que qualquer outra coisa - de 35, resolvi 8 questões e nas outras escolhi o resultado que parecia mais provável. Acertei 22.

Moleque publiciotárioleia mais >>

Results so far

Já tem um mês que estou voltando a fumar. Ainda fumo menos de meio maço por dia.

Tenho bebido mais café, protelado atividades físicas, mas também consigo suportar silêncio e inação por mais tempo. Isso me faz conseguir ficar mais tempo lendo. Perdi uns poucos quilos mas parei. Em sampa, foi mais fácil fazer cara de poucos amigos dentro do ônibus. Por incrível que pareça, tive menos dores de cabeça, alergias, dores de estômago e outras pequenas coisas do dia a dia. Por outro lado, em algumas noites me senti culpado por ter fumado muitos cigarros. Tenho evitado fumar antes do meio-dia (aliás, são 12:10, acho que vou pro primeiro de hoje).

Robótica de código aberto

Recebi por email essa semana um link para esse artigo sobre o projeto willow e o ROS - Robot Operating System. Não faço idéia do nível de complexidade que deve ser mexer com essas coisas, mas acho interessante pensar se existe a possibilidade de interfacear isso com as idéias de Robótica Livre e também com as oficinas que o Guima tem feito no Weblab Social.

Espame metarecicleiro

Hoje usei pela primeira e última vez uma ferramenta pra mandar mensagem pra todxs usuárixs cadastradxs no drupal da MetaReciclagem. Alguém aí não recebeu? A mensagem foi essa:

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Olá

Em primeiro lugar, desculpem por essa mensagem. Sei que em nenhum momento
vocês optaram por receber mensagens da Rede MetaReciclagem. Esta é a
primeira e única vez que você vai receber algo assim. Para algumas
pessoas, esse e-mail não traz nada de novo. Desculpem de novo.

Meu nome é Felipe Fonseca, pode ser que a gente já se conheça de algum
canto da internet. Pra quem não me conhece, eu fui um dos fundadores da
rede MetaReciclagem, seis anos atrás. O propósito dessa mensagem é
contextualizar um pouco sobre o que é a MetaReciclagem, e chamar todxs
vocês a participarem.

A MetaReciclagem começou em São Paulo, com um pequeno grupo de pessoas
que fizeram uma parceria com uma ONG chamada Agente Cidadão. O foco
inicial do grupo era pegar doações de computadores usados,
remanufaturá-los e entregar para projetos sociais. Isso foi em 2002. De
lá pra cá, a MetaReciclagem cresceu como uma rede descentralizada, com
gente no Brasil inteiro, e vindos de diferentes áreas: desde pessoas
envolvidas com vários projetos de inclusão digital e assemelhados a
jornalistas, educadorxs, engenheirxs e curiosos em geral. Desde aquela
época, o que mantém a identidade coletiva do que veio a ser a rede
MetaReciclagem são algumas ferramentas que a gente usa na internet.leia mais >>

Expatriado

Ser gaúcho expatriado é voltar de 10 dias em Porto Alegre pensando "não tenho mais nada em comum com aquele povo lá". E depois pensar "não tenho nada em comum com mais ninguém".

Mas não deixar de tomar um mate quente a cada dois dias.

E reclamar da superficialidade, da falta de consciência política, do comodismo, do consumismo, da ignorância e muitas coisas mais de todo mundo que não é gaúchx.

Ser gaúcho é reclamar.

?

Colaboração online com o Drupal

Lá pelos idos de 2001, eu trabalhava em uma empresa de "capacitação corporativa". O trampo era fácil, me exigia poucas horas a cada dia, e eu passava o restante do tempo pesquisando minhas próprias coisas. Na época eu já tinha desistido de trabalhar com publicidade, e estava mais interessado em criatividade, redes de inovação e aquela coisa toda de gestão de conhecimento (que hoje me parece muito mais um tipo de exploração de mão de obra intelectual, mas deixa pra lá). Tinha idealizado um sistema online que permitiria a pessoas em um mesmo ambiente de trabalho compartilharem com as outras o que encontravam na internet em sua navegação cotidiana. Até tentei propor algumas coisas pros clientes do trampo, mas nunca encontrei muita resposta. Continuei pesquisando sozinho: fiz um blog e mostrei pra algumas pessoas.leia mais >>