Archive - Maio 2009 - Blog entry

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May 27th

Construção da inovação

No Mais da FSP domingo passado, Peter Burke fala (fechado pra assinantes, vacilo da fôia) sobre como a inovação não se limita à figura do gênio isolado que tem um ímpeto de inspiração:

Mas o que exatamente é inovação? Suspeito que a visão da era do romantismo sobre a inovação continue a prevalecer ainda hoje.
De acordo com ela, a inovação é trabalho de um gênio solitário, muitas vezes um professor distraído que carrega uma ideia brilhante na cabeça -aquilo que meu tio, um físico que trabalhava no setor industrial, costumava chamar de "onda cerebral".

(...)

No entanto existe uma visão alternativa sobre a inovação, da qual eu por acaso compartilho.
De acordo com essa segunda visão, a inovação é gradual em lugar de súbita e coletiva em vez de individual.
Não existe uma oposição acentuada entre tradição e inovação. É possível até mesmo identificar tradições de inovação, sustentadas ao longo de décadas, como no caso do Vale do Silício, ou de séculos, como nos campos da pintura e da escultura durante a Renascença florentina.

Novos usos
Por isso, em lugar da metáfora da "onda cerebral", talvez fosse mais esclarecedor usar como metáfora a reciclagem, o reaproveitamento ou o uso improvisado de materiais.
O caso da tecnologia serve como exemplo.
Na metade do século 15, Johannes Gutenberg inventou as máquinas de impressão. No entanto, prensas estavam em uso na produção de vinho havia muito tempo na Renânia natal de Gutenberg e em muitos outros lugares. Sua brilhante ideia não surgiu do nada; na verdade, representou uma adaptação da prensa de vinho a uma nova função.

(...)

Analogias e metáforas parecem desempenhar papel essencial no pensamento, da física (vide a ideia de "ondas", por exemplo) à antropologia, na qual culturas estrangeiras são muitas vezes comparadas a livros que precisam ser lidos.

Metáforas, reciclagem, remix. Nada de novo, mas é mais um reforçando...

May 26th

Sleep dealer

Tô querendo muito assistir a esse Sleep Dealer.  Mais do que o filme em si, tô gostando das conversas com o diretor, Alex Rivera. Boa entrevista aqui, que tem a ver com futuros imaginários e com uma conversa que o William Gibson tava levando no twitter, elogiando a 'atemporalidade' e questionando as pessoas que tentam sempre estar in.

But, you know, a lot of times we use the word "futuristic" to describe things that are kind of explosions of capital, like skyscrapers or futuristic cities. We do not think of a cornfield as futuristic, even though that has as much to do with the future as does the shimmering skyscraper.

MARK ENGLER: In what sense?

ALEX RIVERA: In the sense that we all need to eat. In the sense that the ancient cornfields in Oaxaca are the places that replenish the genetic supply of corn that feeds the world. Those fields are the future of the food supply. 

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Para, doxo

Paradoxo puro nao é mais que o próprio alimento do feiticeiro à beira da vila. Entre a obediência cega e a negação pela negação, ele prefere os caminhos tortuosos da margem. Submeter-se não é possível, destruir é... só destruir.

Eu já nasci filho da geração que veio contestar. Conseguiram muito, aquelxs heróisnas. Mas decidi que não preciso entrar em parafuso tentando encontrar qual seria a contestação da contestação. Posso até desconstruir tudo que está ao redor, mas como como autêntico antropófago pós-moderno, posso brincar de remixar mitos e tradições pra a) me divertir, b) ao mesmo tempo satisfazer e questionar entes queridxs. Dou-me ao luxo de, mais do que buscar um sentido em tudo, simplesmente viver. Sem deixar de lado a ironia, mas também sem descambar pro sarcasmo. No fim das contas, eu sou da terra, e gosto mais de construir (mesmo que do meu próprio jeito) do que desmontar.

May 18th

HSF

Estou na comissão de seleção de projetos para o Hacker Space Festival, que acontece em Paris no mês que vem. Não vou participar, mas os projetos que estão aparecendo prometem. Nos próximos dias deve aparecer o programa no site. A quem estiver pela Europa e puder aparecer, recomendo fortemente.

A ideia de cidade

Raquel Rolnik, no Cidade Luz:

Agora, o conceito das Gardens City’s, das Cidades Jardins, é um conceito inglês do final do século XIX, do Raymond Unwin. Qual era a discussão em plena Londres post-east-end? A cidade tinha virado uma muvuca com a industrialização, então o conceito foi uma utopia da cidade voltar a ser um espaço equilibrado, com jardins, mas pensando como bairro operário; a idéia dos bairros Jardins era um modelo urbanístico para os operários, ao contrário de ficar todo mundo no esgoto, em casas sem luz nem ar, que era a realidade naquele momento. Só que aqui virou um produto de luxo. E se você olhar como modelo urbanístico é muito legal, a não ser como aconteceu aqui, que o conceito virou residencial unifamiliar e de altíssima renda, terrenos grandes, e isso se fez através da regulação urbanística.

Bom pra retomar uma questão que me bateu ano passado durante o mobilefest:leia mais >>

May 14th

Mapas

Sempre gostei muito de mapas. Andava com aqueles guias de impressos de cidades. Cada vez que vou conhecer uma cidade nova, dou uma sapeada nos mapas disponíveis, anoto lugares interessantes, e procuro me orientar em relação aos mapas. Uma certa sensação de reduzir a complexidade do ambiente, e poder ir direto ao que interessa. Mas até há alguns anos, mapas eram uma coisa inacessível e meio chata de manusear. A internet já prometia algumas coisas - a primeira vez que vi o mapa do metrô de londres ficou marcada, pela mistura maluca entre o online e o concreto. Lembro também quando o pádua criou o blogchalking, e depois quando piramos no blogchalking reverse . Aí veio o google maps, que realmente mudou o jogo. A primeira vez que procurei a rua em que eu morava também ficou marcada, assim como depois, quando comecei a explorar endereços do passado ou até partes das cidades em que morei que havia deixado de conhecer. Sensação doida.leia mais >>

May 7th

No corre...

Blogando pouco ultimamente, mas não estou parado não. Pensando e articulando sobre caminhos, desvios e atalhos... começando a preparar o que vai ser a segunda edição do mutirão da gambiarra (e mais do que isso). Postando e costurando umas possibilidades de desdobramentos pro lixo eletrônico. Também acabei de montar o blog do blooks, que rola no Sesc agora em maio. Também esperando o resultado do prêmio de mídias livres do Minc (a gente inscreveu a metareciclagem) e dando uma força remota pra galera que está organizando o encontrão no arraial, em setembro. No meio-tempo, continuo a brincar com itinerâncias e mobilidade. Nos últimos tempos também fui convidado a fazer parte do conselho da revista A Rede, e estou na comissão de seleção de projetos pro Hacker Space Fest, em Paris (mas não tenho feito muito a minha parte nesta última)leia mais >>

May 6th

UNR

Em março aproveitei a viagem para o wintercamp e o interesse de um broda pra vender meu EEE e comprar um Samsung NC10. Já estava de olho no NC10 desde que saiu, por conta de duas coisas que me incomodavam no EEE: o teclado e a bateria. Tem outras características que não me importavam tanto como a tela maior (10"), o bluetooth incorporado e o disco de 160Gb (e o @jacklake veio reclamar que eu, que tinha defendido tanto o fato de o EEE usar um SSD, agora estava voltando atrás, mas o fato é que não tive escolha - se houvesse um NC10 com SSD, pegava na hora). De qualquer forma, o teclado decente e a bateria que dura o dobro do tempo foram os fatores decisivos pra mim.

Na época, li uns relatos do Ubuntu 8.10 nele, e parecia haver problemas. Instalei o Debian Lenny - poucos problemas, como o wi-fi só funcionar com um kernel mais atual do que o que vem com ele - e fiquei com ele por mais de um mês. Há algum tempinho, inventei de ao mesmo tempo compilar um kernel RT e rodar um aptitude upgrade. O gnome baleiou, e meu mouse sumiu. Depois de um dia tentando identificar o problema sem encontrar solução (consegui alguns dias depois), topei com um post comentando que estava sendo pré-lançado o Ubuntu Netbook Remix do Ubuntu 9.04, Jaunty Jackalope.leia mais >>