inovação

Ciência Comunitária

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Publiquei esse texto no blog do Festival CulturaDigital.Br e na área Rede//Labs do Arquivo Vivo. É também a base do meu pré-projeto de pesquisa no mestrado na Unicamp que começo ano que vem.
Na última década e meia, a crescente disseminação de tecnologias de comunicação em rede propiciou o surgimento e a potencialização de novas formas de criação de conhecimento, com base em arranjos sociais distribuídos e colaborativos. Essa tendência é patente por exemplo no movimento do software livre que, se já existia desde antes da internet comercial, acabou por ganhar massa crítica uma vez que indivíduos e grupos puderam usar a rede para aprender uns com os outros, resolver problemas, explorar novas ideias e publicar código-fonte para ser livremente apropriado e modificado. O resultado foi o surgimento de ecossistemas informacionais autogeridos e baseados em uma emergente ética hacker, impulsionando a evolução colaborativa de conhecimento comum. A comunicação em rede levou também sua influência a outros campos: a desintermediação radical da produção cultural a partir da disponibilização de conteúdo com licenças livres orientadas à generosidade intelectual, a multiplicação dos espaços para debate público com os blogs e redes sociais, a disponibilização ampla de recursos didáticos multimídia, e assim por diante. Em todas essas áreas, ganha força um vocabulário com termos como "livre", "distribuído", "colaborativo", "autogerido".

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Inovação e tecnologias livres 2 - hojes e depois

Acesso é só o começo. Nos dias de hoje e no futuro próximo, a separação entre incluídos e excluídos digitais está se reduzindo cada vez mais. Mas existe outra tensão à qual precisamos ficar atentos: a tensão entre tecnologias de confiança e tecnologias de controle (como exposto por Sean Dodson no prefácio do Internet of Things, de Rob van Kranenburg). Essa situação já está à nossa porta.leia mais >>

Inovação e tecnologias livres 1 - a década que foi

O começo do milênio

Dez anos atrás, naquele começo de década que foi também começo de milênio, eu tinha acabado de decidir que continuaria em São Paulo. Havia me mudado para a capital do concreto no ano anterior para viver com a família de meu pai, mas ele estava retornando a Porto Alegre. Foi o coração que me convenceu a permanecer. O coração romântico, apaixonado por aquela que veio a se tornar minha amada e mãe da minha filha, mas também o coração da coragem, do desafio. Me incomodava a ideia de voltar a Porto Alegre sem ter realizado nada de relevante. Fiquei. Para pagar as contas vendi o carro, comecei a trabalhar em uma produtora multimídia e de internet, mudei para uma casinha pequena e simpática a dois quarteirões do trabalho.

A internet era cada vez mais importante na minha vida. Eu tinha a sensação de que a vivência em rede levava a modos de aprendizado, criação e sociabilidade que não tinham precedentes. Pela rede conheci outras pessoas que compartilhavam a certeza de que a internet não era só comércio, nem o mero acesso a conteúdo publicado por outras pessoas. Entendi que cada pessoa conectada à rede é também uma co-criadora, que não só acessa conteúdo (uma abstração equivocada), mas também constrói um contexto único em que interpreta e reconfigura tudo que vivencia.leia mais >>

Inovação e tecnologias livres

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Instigado pela proposta do baú da década (mas atrasado como contribuição), escrevi um texto sobre como estou vendo o momento atual. Dividi em duas partes: na primeira, analiso coisas que aconteceram nos últimos anos (em especial desde a criação do projeto Metá:fora até agora); na segunda coloco alguns temas que estão me interessando de hoje para o futuro. É um começo de conversa que tem a ver, entre outras coisas, com o que vem depois da inclusão digital, com a relevância das tecnologias para o futuro do Brasil e com inovação baseada em conhecimento livre. Espero comentários, críticas e sugestões.

Ler online no blog desvio:

Parte 1: a década que foi; Parte 2: hojes e depois.

Também publiquei versões em PDF, Epub e Kindle no Archive.org (e replicando aqui também o PDF).

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UbaLab

Apropriação e desenho de sistemas

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Dalton chamou minha atenção para uma entrevista com Ramesh Srinivasan no blog do Geert Lovink. Tem um trecho importante ali falando sobre apropriação e afins:
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Mutirão da Gambiarra

Direto do Innovacamp

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Dani refletindo sobre o Innovacamp em Barcelona:

InnovaCamp Mediterranea - Citilab Cornella - Barcelona Para dar uma situada, a proposta do InnovaCamp é, em uma linha, oferecer um espaço para compartilhar projetos que estão rolando sobre tecnologia. Ou, em outras palavras, para publicitar, angariar seguidores e se pans conseguir finaciamento. Alguns dos projetos que foram apresentados, como o SeniorLab e o Atenea Tech, estão "incubados" no próprio Citilab, ou seja, usam a infra do lugar como ponto de partida pra buscar a vida.
Essa, na verdade, é a proposta mesmo dos "living labs", que eu acho muito interessante, dentro do contexto de inclusão digital: não é só uma sala de informática onde as pessoas podem vir e aprender a usar o computador, mas como um grande espaço com diferentes tecnologias, banda larga, onde pessoas que tem projetos que envolvam o uso dessas tecnologias podem, efetivamente, fazer com que eles aconteçam. Empreendedorismo, comunidades e TICs no dia a dia.

(...) Outro ponto que também foi marcante para mim foi: usar as tecnologias dentro, antes de usá-las fora. Acho que isso também é uma mudança de paradigma, e pra ser sincera, ainda estamos engatinhando nesse sentido: empresas que pregam o uso da tecnologia, pessoas que fazem discursos sobre como elas são relevantes e úteis, não as utilizam de fato em suas vidas. A rede não se realiza, não acontece. leia mais >>

Construção da inovação

No Mais da FSP domingo passado, Peter Burke fala (fechado pra assinantes, vacilo da fôia) sobre como a inovação não se limita à figura do gênio isolado que tem um ímpeto de inspiração:

Mas o que exatamente é inovação? Suspeito que a visão da era do romantismo sobre a inovação continue a prevalecer ainda hoje.
De acordo com ela, a inovação é trabalho de um gênio solitário, muitas vezes um professor distraído que carrega uma ideia brilhante na cabeça -aquilo que meu tio, um físico que trabalhava no setor industrial, costumava chamar de "onda cerebral".

(...)

No entanto existe uma visão alternativa sobre a inovação, da qual eu por acaso compartilho.
De acordo com essa segunda visão, a inovação é gradual em lugar de súbita e coletiva em vez de individual.
Não existe uma oposição acentuada entre tradição e inovação. É possível até mesmo identificar tradições de inovação, sustentadas ao longo de décadas, como no caso do Vale do Silício, ou de séculos, como nos campos da pintura e da escultura durante a Renascença florentina.

Novos usos
Por isso, em lugar da metáfora da "onda cerebral", talvez fosse mais esclarecedor usar como metáfora a reciclagem, o reaproveitamento ou o uso improvisado de materiais.
O caso da tecnologia serve como exemplo.
Na metade do século 15, Johannes Gutenberg inventou as máquinas de impressão. No entanto, prensas estavam em uso na produção de vinho havia muito tempo na Renânia natal de Gutenberg e em muitos outros lugares. Sua brilhante ideia não surgiu do nada; na verdade, representou uma adaptação da prensa de vinho a uma nova função.

(...)

Analogias e metáforas parecem desempenhar papel essencial no pensamento, da física (vide a ideia de "ondas", por exemplo) à antropologia, na qual culturas estrangeiras são muitas vezes comparadas a livros que precisam ser lidos.

Metáforas, reciclagem, remix. Nada de novo, mas é mais um reforçando...