Archive - 2008 - Blog entry

October 14th

Bóumer

Acho que sábado vi o nome do demônio-mor da MS na Fôia. Hoje à tarde, recebi a notícia de que a MS oferecia para as escolas públicas paulistas um presente inovador: e-mail grátis (IMO, o retorno da lógica do traficante). Agora, o jornal da globo que o pessoal assiste ali na sala fala que o Bóumer vai explicar por que "os brasileiros gostam tanto do messenger", mas duvido que ele fale sobre o orkuche.

Dá pra acreditar?

Não.

October 12th

Domingueira metarec

Das conversas aqui e ali com pessoas do terceiro setor em Ubatuba, apareceu a demanda de um computador para "os meninos do hip hop". Um amigo em sampa doou uma máquina, que eu trouxe nessa semana. Naquela conversa de a metareciclagem não virar disk-pizza, assim que a máquina estiver em condições eu vou propor pra eles uma atividade. Vou começar dando as tampas do gabinete do computador, e dizer que só entrego o resto quando eles me mostrarem as tampas customizadas. Posso mostrar umas fotos das máquinas em Santo André, mas não vou fazer nenhuma sugestão sobre o que fazer, e nem dar as tintas. A idéia é que eles se mobilizem para essa personalização, e descolem recursos, por pequenos que sejam, para conquistar a máquina. Vamos ver se funciona.

Primeiro desafio: testar se o ubuntustudio rola no esquema. Já tenho ele instalado em outro disco. Vou colocar aqui e ver se funciona. Meti o disco. Grub error 18. Internet. Problema com o tamanho. BIOS diz que o disco de 80 tem 32Gb. Ah, verificar os jumpers. Batata.

Ubuntustudio subindo. Please wait.

A placa de vídeo dessa máquina é onboard, pegando 32Mb da RAM. Se for usar direto, precisa baixar a resolução.

Sistema rodando bem.

Decidi repetir o método que usei pro ubuntustudio da outra vez: http://efeefe.no-ip.org/blog/ubuntustudio.

Instalando.
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O flickr como mercado de fotos

Uma amiga me fez lembrar que eu já recebi dois pedidos de autorização para o uso de fotos que publiquei no flickr. O fato de usar uma licença cc evita a necessidade desse tipo de autorização (afinal, a licença é uma autorização pré-concedida), mas eu fico feliz quando as pessoas entram em contato. A primeira foi a foto da enchente de 2005 em sampa, usada em uma apostila de geografia e em um artigo (que agora deu mensagem de erro). A outra é uma foto do Park Güell, em Barcelona. Até onde me lembro, as duas foram feitas com câmeras bem medianas (talvez até do celular).

October 10th

De uma lista de discussão

-----Original Message-----
From: Serafin Talisayon

In the Philippines, we scanned and studied 10 best practices from more than 950 anti-poverty projects. Why were they successful?

The answer surprised us: the communities concerned were successful because the projects leveraged on the wealth of intangibles that the "poor" communities already had: network of relationships (social capital), access to natural resources (natural capital + social sanction), dedicated leaders (human capital), useful linkages outside (stakeholder capital), collaborative practices (cultural capital), indigenous knowledge (intellectual capital), etc.  All these are described in our freely-downloadable e-book: "Community Wealth Rediscovered: Knowledge for Poverty Alleviation" fromwww.cclfi.org/kpa_ebook our website.

Many local communities are "poor" only in tangible assets -- they are wealthy in intangible assets. People who call them "poor" are people whose development paradigm is based on financial or material mental models. They have a blindfold and I suspect many of them don't know it. "Poverty" is a concept inside their heads.

Encaminhado por Michael Gurstein.

MetaReciclagem explicada

Explicando por email:

A MetaReciclagem é uma rede distribuída de pessoas que compartilham uma metodologia. Essa metodologia diz respeito a um tipo de relação com a tecnologia que se baseia na desconstrução, reuso e ressignificação, com o uso de software livre e o compartilhamento dos aprendizados e descobertas.

O que significa distribuída? Que a MetaReciclagem não cresce a partir de um ponto central que vai se espalhando, mas de projetos e pessoas em diferentes lugares que decidem voluntariamente adotar essa metodologia.

Para promover a integração entre esses diferentes projetos e pessoas, a gente desenvolveu uma nomenclatura que envolve três escalas:

* Esporos são espaços de referência em MetaReciclagem. Geralmente, são espaços abertos que recebem doações de computadores, reciclam-nos e organizam eventos, oficinas e cursos. Aqui tem uma lista dos esporos ativos atualmente: http://rede.metareciclagem.org/listas/esporos
* ConecTAZes são, de certa forma, os projetos de MetaReciclagem: qualquer ação que requeira a mobilização de pessoas em relação a um objetivo comum, que também esteja ligado aos objetivos da MetaReciclagem. Uma lista de conectazes: http://rede.metareciclagem.org/listas/conectazes
* A infralógica é um conjunto de sistemas na internet que possibilitam que os diferentes esporos, conectazes e pessoas se mantenham informados sobre o que os outros estão fazendo, e possam usar os aprendizados coletivos como recursos para seus próprios objetivos. A infralógica hoje em dia está centralizada aqui: http://rede.metareciclagem.org

October 1st

Obsolescência programada

Estou escrevendo uma série de posts no lixo eletrônico sobre uma visão sistêmica pra todo o ciclo de produção, consumo, descarte e reciclagem de eletrônicos. Já publiquei uma introdução e a primeira parte, sobre produção e consumo. Agora estou me esforçando pra falar sobre descarte e reuso. No meio do caminho, parei pra respirar um pouco e li mais algumas páginas da tese de Rodrigou Boufleur sobre a Gambiarra. Lá na página 67 ele conta:

A partir da quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, a indústria começou a implementar mudanças na maneira como produzia artefatos, deixando de favorecer a durabilidade e a boa fabricação para priorizar estratégias que apelassem ao aumento do consumo (MALDONADO, 1976; DENIS, 2001). Um dos movimentos simbólicos em relação ao projeto de artefatos é o advento do Streamline ou Streamform, era buscado valorizar mais a forma que outros elementos nas produções. Essa mudança de concepção provocou efeitos que residem até hoje no universo dos artefatos industrializados. Não bastasse isso, alguns defendem, atualmente, a idéia de que muitos produtos são fabricados com componentes de baixa resistência para provocar o rápido descarte, gerando o conseqüente aumento do consumo. Essa é uma das condições que definem a chamada obsolescência programada.

 

September 29th

Diproma

Negociei uma dívida antiga e pude pegar meu DIPROMA hoje. Diz algo como "curso superior de formação específica em gestão de comunicação empresarial". Foi o máximo que consegui agüentar.

E é com essa autoridade que tenho uma dica para aquelas pessoas em empresas que estejam precisando de estratégias vencedoras de comunicação para dominar mentes e conquistar corações e bolsos:

Desistam.

A vida agora é, e vai ser cada vez mais, em rede. E vocês, dio, ainda não leram nem o cluetrain? E ainda por cima a babilônia tá se desfazendo em vapor e barranco.

Desistam. É sério. Podem ir embora. Ninguém vai sentir falta.

September 28th

Comunidade estética x comunidade ética

Ainda do Comunidade:

A necessidade da comunidade estética, notadamente do tipo de comunidade estética que serve à construção/destruição da identidade, tende por isso tanto à autoperpetuação quanto à autodestruição. Essa necessidade nunca será satisfeita, nem deixará de estimular a busca de sua satisfação.

A necessidade da comunidade estética gerada pela ocupação com a identidade é o campo preferencial que alimenta a indústria do entretenimento: a amplitude da necessidade explica em boa medida o sucesso impressionante e contínuo dessa indústria.

(...)

Como as atrações disponíveis nos parques temáticos, os laços
das comunidades estéticas devem ser “experimentados”, e experimentados no ato — não levados para casa e consumidos na rotina diária. São, pode-se dizer, “laços carnavalescos” e as comunidades que os emolduram são “comunidades carnavalescas”.leia mais >>

Termina assim

O Comunidade:

Somos todos interdependentes neste nosso mundo que rapidamente se globaliza, e devido a essa interdependência nenhum de nós pode ser senhor de seu destino por si mesmo. Há tarefas que cada indivíduo enfrenta, mas com as quais não se pode lidar individualmente. O que quer que nos separe e nos leve a manter distância dos outros, a estabelecer limites e construir barricadas, torna a administração dessas tarefas ainda mais difícil. Todos precisamos ganhar controle sobre as condições sob as quais enfrentamos os desafios da vida — mas para a maioria de nós esse controle só pode ser obtido coletivamente.

Aqui, na realização de tais tarefas, é que a comunidade mais faz falta; mas também aqui reside a chance de que a comunidade venha a se realizar. Se vier a existir uma comunidade no mundo dos indivíduos, só poderá ser (e precisa sê-lo) uma comunidade tecida em conjunto a partir do compartilhamento e do cuidado mútuo; uma comunidade de interesse e responsabilidade em relação aos direitos iguais de sermos humanos e igual capacidade de agirmos em defesa desses direitos.

 

September 26th

Nomadismo comunitário

Dividindo nessa semana minha atenção bibliófila entre o Sobre o Nomadismo, do Maffesoli, e o Comunidade do Bauman.