Obsolescência programada

Estou escrevendo uma série de posts no lixo eletrônico sobre uma visão sistêmica pra todo o ciclo de produção, consumo, descarte e reciclagem de eletrônicos. Já publiquei uma introdução e a primeira parte, sobre produção e consumo. Agora estou me esforçando pra falar sobre descarte e reuso. No meio do caminho, parei pra respirar um pouco e li mais algumas páginas da tese de Rodrigou Boufleur sobre a Gambiarra. Lá na página 67 ele conta:

A partir da quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, a indústria começou a implementar mudanças na maneira como produzia artefatos, deixando de favorecer a durabilidade e a boa fabricação para priorizar estratégias que apelassem ao aumento do consumo (MALDONADO, 1976; DENIS, 2001). Um dos movimentos simbólicos em relação ao projeto de artefatos é o advento do Streamline ou Streamform, era buscado valorizar mais a forma que outros elementos nas produções. Essa mudança de concepção provocou efeitos que residem até hoje no universo dos artefatos industrializados. Não bastasse isso, alguns defendem, atualmente, a idéia de que muitos produtos são fabricados com componentes de baixa resistência para provocar o rápido descarte, gerando o conseqüente aumento do consumo. Essa é uma das condições que definem a chamada obsolescência programada.