ubatuba

Chove

Quase preso pelas muralhas de água. Como um mar que vem de cima, inundando tudo, teste extremo de telhas & vedações. Roupas não secam, corpo não seca. O sol aparece, tímido, pela manhã (geralmente até cinco minutos depois da hora que a gente acorda). Mas vamos indo.

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Assumindo papeis diferentes na vida, nesses tempos. Juntando a vontade de fazer algumas coisas com responsabilidade coletiva e âmbito local.

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Ah, é! Alguém aí quer filhotes de cocker? Seli aqui:

http://tinyurl.com/filhotescuca

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Ubatuba tem alguns elementos recorrentes. A chuva, as bicicletas, os cachorros de rua e a mata. Cada elemento implica em um milhão de narrativas possíveis.

Descarregando

Passamos algumas horas com as mãos na terra hoje, arrumando o jardim e a horta, alinhando os canteiros, plantando umas flores novas. O tomilho (meu tempero preferido atualmente) tá forte, o abacaxi vingando, estamos com alface e rúcula de sobra. E pra variar, banana pra caramba. O quintal continua muito bem frequentado: saíras, saíras de sete cores, tiês-sangue, tiês-pretos, sanhaços, bicos-de-lacre, gaturamos, cambacicas, periquitos, sabiás, pardais, rolinhas e outros.

Mexer na terra é bom. Descarrega. Me diverti, coisa que não fazia havia algumas semanas.

Relato Paralelo 2 - gringotur

Uma das conseqüências indiretas do Paralelo foi um pouco de gringotur. Muitos dos convidados estavam no Brasil pela primeira vez, e não queriam gastar um vôo de longa distância só para conhecer São Paulo e mais nada. Eu mesmo recebi ou levei algumas das pessoas para passear.

Na semana antes do evento, vieram a Ubatuba Tapio Mäkelä, um pesquisador finlandês baseado em Manchester, e Annette Wolfsberger, austríaca que trabalha no Virtueel Platform em Amsterdam. Eu havia conhecido a Annette mês passado no Wintercamp, e o Tapio no Futuresonic de 2008. Indiquei para eles o hotel-pousada Dellamares, bem perto aqui de casa, no Perequê-Açu. Não é o visual mais fantástico da costa, mas é de frente pra praia, e ainda não tão longe do centro. Quem acorda cedo pode até ver o sol nascer no mar, um espetáculo.leia mais >>

Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres.

Bárbaros, crédulos, pitorescos e meigos. Leitores de jornais. Pau-Brasil. A floresta e a escola. O Museu Nacional. A cozinha, o minério e a dança. A vegetação. Pau-Brasil.

Wikipedia:

A resina vermelha era utilizada pela indústria têxtil europeia como uma alternativa aos corantes de origem terrosa e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao aproveitamento da madeira vermelha na marcenaria, criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje, usada na confecção de arcos para violino e móveis finos).leia mais >>

matatlântica

Recordes mundiais da Mata Atlântica

 

Concurso Literário

Sexta à noite, fomos à premiação do Concurso Literário de Ubatuba, promovido pela Fundart, para prestigiar nosso amigo Zach que faturou pela segunda vez consecutiva o prêmio de melhor texto de teatro. Ano que vem a peça será encenada por aqui, como fizeram com a anterior. Ganhamos dele uma cópia do livro. Alguns textos (e contos e poesias) bem interessantes ali pelo meio. Também saí de lá com uma cópia do cordel de José Libório, o Sr. França, que discorre sobre as paisagens e a vida de Ubatuba.

Desurbanizando

Um assunto que reapareceu no meu relato do mobilefest é uma questão aberta sobre como as tecnologias da informação podem reformular o que a gente entende por vida urbana. Tomando como exemplo minha própria vida, acho que a facilidade de conexão dá espaço para uma desurbanização (ou quase, a ida para uma cidade menor como Ubatuba para viver em um espaço mais amplo e com mais gente do que sampa permitiria, e todas as conseqüencias no cotidiano e nas relações sociais). E acho que dá pra ver alguma similaridade com outras coisas:

  • A Casa Maluca de Tati em Pipa;
  • A obra da casa 100linhas do Alê no Bonete;
  • A Casa da Alegria de Tininha e Balbino em Arembepe;
  • Um pouco da busca do eduf em Três Coroas (uma busca que me parece mais interna do que de ambiente, mas acaba esbarrando em assuntos parecidos);
  • A pesquisa eterna das terraslivres (tag inspirada by dpadua).

Sensação de uma possível conexão, ainda que solta, e com uma diversidade em potencial maior do que em outras redes.

Correndo pra ficar parado

Essa semana terminei de ler o livro Sobre o Nomadismo, de Maffesoli. O livro já é interessante de ler por si, mas pra mim foi ainda mais interessante a leitura paralela do Comunidade, de Zygmunt Bauman (publiquei uns trechos aqui). O que mais me pega é que existe uma tensão potencial, ainda que oblíqua, entre as duas visões (este vê a comunidade como espaço de confiança compartilhada e o nomadismo da elite como superficialização da vida contemporânea; aquele entende o nomadismo como único espaço possível de arejamento das bitolações e do provincialismo das comunidades isoladas). Eu, como de costume, escolho o meio do caminho, ainda mais levando em conta o sentido de convivência remota e de oxigenação sem sair do lugar que as novas tecnologias podem trazer. Muito alimento pra idéias nos planos de médio prazo, pensando no contraste e na retroalimentação entre a linkania e a vida de caiçara.

PS1 a ação Ubatuba em Rede pretende fazer alguma coisa aqui na cidade durante o próximo Fórum Social Mundial, em janeiro de 2009. Tô dentro.leia mais >>

Na costa

Recebi visitas semana passada. Alê Freire passou a noite de quinta aqui, e Bronac Ferran ficou um par de dias. Conversamos com o Alê sobre a participação do DesCentro no próximo transmediale, em pleno inverno berlinense. Na sexta conversei bastante com a Bronac sobre o mapeamento de novas mídias no Brasil do qual ela está participando. A conversa foi boa, não só no sentido de colaborar com o mapeamento, mas também porque pensar em todo o contexto me fez estruturar algumas idéias. Naturalmente, trocamos algumas fofocas daqui e do mundo. Ainda aproveitamos uma visita rápida do sol para dar um rolê na Itamambuca e levei-a para provar tapioca na feira, sábado de manhã.

No restante do fim de semana, acabei ficando em casa (e infelizmente perdi toda a programação que o pessoal da Fundação Alavanca agitou com o pessoal do Hip Hop e Ubatuba). Voltou a me encantar a idéia criar de uma estrutura entre escola aberta e centro de desenvolvimento de tecnologia social. Tem boas oportunidades de parcerias, muita gente boa circulando por aqui, e bastante espaço pra atuar. Mas enfim, planos de médio prazo...

Alavanca

Dando seqüência a uma conversa de há algumas semanas, ontem fui visitar o que pode virar o parque radical da Fundação Alavanca de Ubatuba, mantida por Sonia Bonfim. Eles têm um projeto de Hip Hop rolando, com um monte de atividades (na semana que vem vai rolar debate com o Ferréz e apresentações diversas na avenida, na pracinha em frente ao Aeroporto). Conheci o Quinho, que é um metarecicleiro em potencial - monta computadores, já ouviu falar de Linux e tem fama de 'professor Pardal'. Entreguei pra eles as tampas laterais do gabinete de um Pentium III. Assim que eles grafitarem as tampas, eu entrego o resto da máquina ;)

Boas conversas. Ainda reconhecendo terreno, começando a visualizar o formato do projeto que invariavelmente vou propor por aqui.