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No artigo “Uma introdução à locação em arte e tecnologia” (publicado no reader da conferência Paralelo), Karla Brunet e Juan Freire – que coordenam o projeto Narrativas Digitais – trazem uma diferenciação interessante entre as ideias de lugar e espaço. A primeira seria a mera topografia e materialidade – o ponto no mapa, a estrutura, a soma de atributos físicos. Já o espaço seria aquilo que se compõe das diversas camadas sociais e culturais entrelaçadas, o momento em que o lugar adquire significado e valor para as pessoas.
Na investigação sobre o desenvolvimento de uma rede que contemple uma visão ampla das diversas fases – articulação, concepção, produção, exibição e distribuição – da cultura digital experimental, é fundamental trazer esse aspecto mais aprofundado, da valorização do espaço. Não se trata de somente criar novos espaços e dar acesso a infra-estrutura tecnológica, mas de fomentar um diálogo com espaços existentes, fortalecer as condições de trabalho neles e incentivar a apropriação, o intercâmbio, o aprendizado distribuído.
Reformulando uma questão que já estava presente lá atrás na plataforma Waag/Sarai, é necessário pensar menos em lugares (infra-estrutura) e mais na dinamização descentralizada de espaços (pessoas, redes, projetos). Ao longo dos próximos meses, vamos tentar levantar algumas pistas e ideias nesse sentido.