Primeira vez que eu ouvi falar de Cat Power foi acho que em 99 ou 2000 numa coluna do Daniel Galera no COL. Na época fiquei curioso com a gringa desconhecida que tinha tocado num Garagem vazio, e como sempre gostei das recomendações musicais do Galera, fui atrás. Ela entrou desde então no meu playlist, e também repassei pra algumas pessoas especiais, entre elas minha cúmplice de vida. Semana passada, tivemos a chance de assistir à Cat Power ao vivo no Primavera Sound, aqui em Barcelona. Foi impressionante em alguns sentidos. Pelo que se conta, ela está saindo de uma fase de vida complicada. Estava com a voz fraca, sempre pedindo pro pessoal da mesa aumentar o volume do microfone. Teve um momento de atrito com a banda quando tentou continuar uma música e não a acompanharam. O show foi complicado, difícil de sair. Mas ela persistiu. No fim, não fez bis, mas voltou declarando repetidas vezes seu amor ao público (que era massivo) e distribuiu flores para quem estava mais próximo. Foi comovente. A gente tinha chegado cedo, estávamos na frente do palco. A sensação foi de ter participado de uma sessão de terapia coletiva para ela. Saímos satisfeitos, de qualquer maneira.
PS: Sim, também assistimos ao Portishead no Auditori. Mas nem vou comentar pra não dar inveja. Só pra dar o gostinho, gravei mysterons com o celular.