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Ao norte

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Daqui a menos de duas semanas embarco para a região norte do Brasil pela primeira vez. Vou participar da excelente programação articulada pela Giseli Vasconcelos dentro do Networked Hacklab, ligada ao Arte.mov/Vivolab. Vou passar alguns dias em Belém e depois sigo para Santarém, onde vou finalmente conhecer a Casa Puraqué. Vou tentar levar meu protótipo de ZASF para um upgrade, além de um ou dois GPS loggers pra brincar com mapas.

A ideia de cartografias críticas tem bastante a ver com meus planos de Ubalab. Quero aprender tudo que for possível com a galera que vai estar por lá, além de rever amizades antigas.

Na volta eu faço um daqueles relatos longos...

Rumo ao norte!

Quilombo da Fazenda

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Sábado dei uma passada pela Casa da Farinha pouco antes do início da festa do Quilombo da Fazenda. Coincidentemente, no mesmo fim de semana comecei também uma conversa com David Calderoni, autor do vídeo Invenções Democráticas no Quilombo que entrevista algumas das lideranças do local. Uns dias depois, aproveitei a passagem-relâmpago do Mbraz aqui pelo litoral (depois de uns dias com o Roque Gonzalez em Paraty) e armei com ele uma visita ao quilombo. Conversamos bastante com a Laura, uma liderança nata, sobre articulações e projetos. Passamos ainda pela Casa da Farinha (a foto acima foi um teste de um software de Panorama para o celular, pode ser vista inteira aqui) e tivemos também a oportunidade de conhecer Edi e Léo, o simpático casal que está tocando o Ponto de Cultura Olhares de Dentro. No meio da conversa, descobrimos que o mundo é realmente pequeno: Léo circulava há alguns anos pelo Movimento Humanista de sampa, junto com uma galera que na época tinha ligações com o Esporo de MetaReciclagem na Galeria Olido. Infelizmente tivemos que sair correndo porque o Braz precisava voltar para Sampa, mas as conversas ainda estão ecoando por aqui... gente com brilho no olhar, coisas que vêm pela frente.

Do alto

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A Ubatuba em Revista de Julho/Agosto traz duas matérias interessantes. A primeira é sobre o projeto Ubatuba no Espaço, do professor Cândido de Moura, sobre o qual já comentei aqui. Infelizmente, só peguei a revista agora e não fiquei sabendo a tempo da realização da Semana de Astronomia Astronáutica na Escola Tancredo Neves. 

A outra matéria é de Dimitri Matoszko, contando sobre a expedição que fez com a equipe do Itamambuca Eco Resort à parte alta de Ubatuba, uma larga área da cidade na divisa com Cunha, no alto da serra. Toda a região está dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, e conta com picos elevados. Um deles, com o número MI-2771-1, tem 1670m de altitude - contradizendo o senso comum que aponta o pico do Corcovado (1277m) como o mais alto da cidade.

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Geografia Experimental

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Geografia Experimental: da produção cultural à produção de espaço, por Trevor Paglen.

Instead of asking “What is art?” or “Is this art successful?” a good geographer might ask questions along the lines of “How is this space called ‘art’ produced?” In other words, what are the specific historical, economic, cultural, and discursive conjunctions that come together to form something called “art” and, moreover, to produce a space that we colloquially know as an “art world”? The geographic question is not “What is art?” but “How is art?” From a critical geographic perspective, the notion of a free-standing work of art would be seen as the fetishistic effect of a production process. Instead of approaching art from the vantage point of a consumer, a critical geographer might reframe the question of art in terms of spatial practice.

(...)

My point is that if one takes the production of space seriously, the concept applies not only to “objects” of study or criticism, but to the ways one’s own actions participate in the production of space. Geography, then, is not just a method of inquiry, but necessarily entails the production of a space of inquiry. Geographers might study the production of space, but through that study, they’re also producing space. Put simply, geographers don’t just study geography, they create geographies.

(...)

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Energia pedalétrica

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A Low Tech Magazine publicou uma série de posts sobre geração de energia com pedais. Eles criticam a solução fácil - suportes para encaixar bicicletas, que têm uma eficiência energética muito baixa (além do fato de que gerar eletricidade sempre resulta em perda de energia no processo). Sugerem que a melhor solução é usar menos eletricidade, mas que quando for mesmo necessário existem maneiras de desenvolver geradores que aproveitem melhor o esforço (literalmente).

Livro - Laboratórios do pós-digital

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Meus textos - e projetos - recentes têm investido bastante na busca de uma análise de fronteira - entre o local e o remoto, o digital e o concreto, o virtual e o presencial. Nas últimas semanas eu dediquei algum tempo a selecionar, organizar e editar alguns textos que tentam explorar esses espaços. São posts que eu publiquei desde 2009 nos blogs desvio, redelabs e ubalab.

Uma vez selecionados os textos, eu coloquei em prática algumas coisas que tenho aprendido no cotidiano do MutGamb: diagramação com software livre, e disponibilização em diversos formatos (incluindo uma versão impressa, usando o serviço do site Clube de Autores). Também tentei usar algumas ideias que vêm da investigação do MetaRecursos: botões para receber doações, endereço pra receber bitcoins, etc.

O livro está disponível (para download gratuito ou compra da versão impressa) aqui:

http://efeefe.no-ip.org/livro/laboratorios-pos-digital

Aguardo comentários sobre o livro e os textos...

Festa da Juçara

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Amanhã e domingo acontece no Quilombo da Fazenda (assunto do post anterior) a terceira Festa da Juçara, com culinária baseada na polpa de Juçara. Faz parte de um esforço de algumas organizações, principalmente o IPEMA, em valorizar a extração sustentável da palmeira Juçara - não somente como fonte de palmito, mas também utilizando-se seus frutos para diferentes tipos de receitas. 

Além da culinária, também estão previstas apresentações culturais do Quilombo da Fazenda (que é um Ponto de Cultura).

Invenções...

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Excelente documentário que conta um pouco do contexto no Quilombo da Fazenda, na área do Núcleo Picinguaba. Ele traça um pouco do histórico do Quilombo, conta sobre as mudanças que acompanharam a construção da rodovia (Rio-Santos) e da criação do Parque Estadual da Serra do Mar (um processo autoritário, de cima pra baixo) e trata também dos desafios atuais, com a criação de uma cooperativa baseada nos princípios da economia solidária. O vídeo propõe um diálogo interessante, justapondo entrevistas com lideranças locais e questões propostas por pesquisadores de Economia Solidária (incluindo Paul Singer) e acadêmicos ligados à filosofia de Espinosa. Mostra também um pouco da importância do componente cultural na busca de comunidades sustentáveis.

Invenções Democráticas no Quilombo from David Calderoni on Vimeo.
 

IPEMA

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Semana passada fui até o IPEMA encontrar com o Marcelo Bueno, para conversar sobre possíveis parcerias com o Ubalab. Eu já tinha visitado o instituto há cerca de dois anos, mas ainda não conhecia o Marcelo pessoalmente. Gostei muito do papo, existem algumas pontas possíveis pra gente fazer coisas juntos. O IPEMA tem uma busca constante por autonomia: já manejam a própria água e geram a própria energia. Trabalham com bioconstrução, e têm parcerias com diversos projetos interessantes. Acredito que exista uma fronteira entre tecnologias sociais, apropriação de novas tecnologias e sustentabilidade que tem um potencial muito grande. Vamos ver onde vai dar.

Intercâmbios, papos, água

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Participei semana passada de duas conversas online articuladas por Vicky Sinclair, que está passando uns meses pela América do Sul. Vicky é a cabeça por trás do ArcSpace de Manchester, que eu conheci no ano passado, e está sempre agitando possibilidades de intercâmbio sobre ecologia, tecnologias e sociedade. O primeiro encontro na semana passada foi um bate-papo entre alunos de uma sala de aula em Manchester, uma galera da House of Natural Fiber na Indonésia e o pessoal do projeto Puraqué Digital. Conversaram sobre contextos e realidades, e sobre possibilidades de ajuda efetiva entre os diferentes cenários.
O outro encontro aconteceu ontem, reunindo de novo o pessoal do Puraqué, a Karla Brunet (que tem o projeto Geografias do Mar e o Narrativas Digitais) em Salvador (que relatou o papo aqui) e uma galera em Taganga, na Colômbia (perto de onde aconteceu um terrível vazamento de óleo de Palma). O pessoal da Indonésia se atrasou por algum problema com polícia e documentos. A conversa dessa vez se concentrou um pouco mais na questão da água (na esteira dos Waterlabs que surgiram na rede Bricolabs): captação, tratamento, distribuição, críticas à exploração comercial-governamental.

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