O reveillon das muitas barreiras - parte II

(continuação desse post)

A chuva havia parado totalmente. Percorremos o curto trecho de asfalto até a saída para a estrada de terra da Barra sem problemas. Em pouco tempo, paramos no mesmo lugar da noite anterior: um rio cruzava a estrada. Nem sinal do carro que estava lá na madrugada. Descemos para verificar se era possível atravessar. Peguei um pedaço de madeira para testar a profundidade. Em alguns pontos, chegava a meio metro. Em um passo equivocado, afundei tanto a perna que a bota encheu de água - encharcando de novo a meia que tinha secado pela manhã.

O vizinho com a Ranger, que nos acompanhou desde a pousada, tentaria passar primeiro - pela esquerda, que parecia mais tranquila. Como não sabíamos se poderíamos seguir em frente com os carros normais, Thalita e Irene iriam de carona na caçamba dele. Ele acelerou - até um pouco demais na minha opinião - e passou corcoveando. Decidimos tentar. A Ecosport do Ricardo passou fácil, a gente não teve problemas com o bom e velho Uninho, e nem o Michael com a Saveiro. Já o Gol da Irene passou, mas logo depois apagou. Tentamos empurrar, e nada. Abrimos o capô. É um saco chegar nas velas do Gol - para tirar o filtro de ar e o suporte dele, precisamos de uma chave de fenda - que felizmente um metarecicleiro sempre tem por perto ;). Mas as velas não pareciam ter molhado. Acabamos amarrando o Gol na Ecosport e seguimos jornada.

tentando dar um jeito no carro da Ireneleia mais >>

O reveillon das muitas barreiras - parte I

O reveillon das muitas barreiras
ou
causo sobre a expectativa de retorno à rotina e aos planos
ou
saindo da rotina - e querendo voltar

Pela primeira vez em muitos anos, o grupo não passaria a noite de reveillon na roça. Reservamos uma mesa para quinze no restaurante Quebra Cangalha, quase na saída de Cunha. Nos encontraríamos no sítio nos dias anteriores, e iríamos todos juntos à cidade na noite de 31 de dezembro de 2009.

Sabíamos que nos esperava um ano intenso. Também sabíamos que a chuva caía forte e traria algum transtorno. A semana já havia avisado. Alguns dias antes, o Mauro precisou esperar o rio baixar em uma ponte, depois outra e mais uma. Chegou ao sítio com algumas horas de atraso. O comentário era que desde 1985 - o ano do Rock in Rio - não acontecia algo parecido. Sabendo disso, nossa saída para o reveillon na cidade contaria com alguns cuidados especiais - para percorrer os dez quilômetros de estrada de terra e outros dez de asfalto em quatro carros, levaríamos casacos impermeáveis, rádios de comunicação, duas cordas grandes e duas lanternas. A roupa de festa seria vestida depois que chegássemos a Cunha. Na ausência de galochas propriamente ditas, calcei as botas de neve que comprei em liquidação no dia mais quente do verão na Alemanha - 34 graus em uma cidade da Saxônia, ainda mais insuportáveis quando precisei provar o tamanho das botas. Também tomei o cuidado de deixar o celular carregado.leia mais >>

Tea leaves

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via Rob van Kranenburg.

Datamining is a very old practice. Before people had computers to compute databases with, they read their tea. Or better the leaves left in the cup afterthey had drunk their tea. Hmm!

Mais aquie.

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MutGamb no Knight News Challenge

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O MutGamb (Mutirão da Gambiarra) está participando do Knight News Challenge. Estamos pedindo apoio para a realização de uma série de ações que têm o objetivo de aprofundar a documentação de projetos ligados à MetaReciclagem.

MetaRecursos

leia mais

Ciclo Era Digital

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Participei na semana passada com Pedro Markun e com o Caio do Oasis Mundi do debate do último seminário do Ciclo Era Digital, do grupo de pesquisa Atopos. O debate era um diálogo com a apresentação do italiano Andrea Miconi. Me incomodou um pouco o formatão de sempre (palestra, palco, microfones, iluminação). Minha primeira fala ficou meio perdida ali, sem contexto. Mas depois acho que o debate melhorou. Vídeo incorporado abaixo.

Mobilefest '09

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Nesse ano, participei menos do Mobilefest do que no ano passado. Pelo que entendi, não fui o único. Uma amiga presente na abertura do evento comentou que havia alguma coisa estranha - segundo ela, parecia um evento fantasma. Tenho certeza que um dos motivos é a coincidência de datas com o Arte.mov - os organizadores do mobilefest discordam, dizem que o foco é diferente, mas me parece óbvio.
Acabei nem participando dos primeiros dias. Na quinta-feira, fiquei sabendo da presença de Victor Viña, espanhol que vive atualmente em Bangalore e trabalha bastante com experimentação em baixa tecnologia. Sexta-feira, fui ao MIS com o Glauco Paiva para conhecê-lo. Conversamos bastante durante a tarde, e ele combinou com Glauco de visitar o Metaprojeto na segunda-feira. Também gostei de conhecer Lot Amoros, artista que está no meio de uma residência no MIS; Pablo de Soto Suárez, do Fadaiat; e Clara Boj, do lalalab.org.
No sábado voltei ao MIS para apresentar o Zasf. Além da concorrência com o Arte.mov, no sábado também estavam rolando o TEDxSP e a Conferência Municipal de Comunicação de São Paulo, além de outra mesa ao mesmo tempo, sobre mobilidade e educação. O Pablo do Fadaiat e um par de metarecicleiras ajudaram a evitar que a mesa fosse um fracasso total, com menos pessoas assistindo do que havia debatendo.leia mais >>

Medialabs - pra quê mesmo? (2)

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Continuando um assunto dos últimos dois posts: há uns meses fui convidado para uma conversa em sampa sobre medialabs. Não pude estar presente, mas mandei umas considerações por email. Alguns argumentos são os mesmos do último post, mas aqui eu dissertei mais sobre eles:leia mais >>

Medialabs - pra quê mesmo? (1)

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Do texto para um projeto que não saiu, há uns meses:

Em março passado, durante uma das sessões do Paralelo, o inglês Mike Stubbs questionou qual era o papel de um centro de artes nos dias de hoje. A pergunta pode ser estendida para o contexto dos medialabs: em um cenário no qual o acesso a tecnologias de produção e publicação de mídias está cada vez mais facilitado, um cenário em que as redes abertas fazem a informação circular diretamente entre as pessoas, qual a razão de existir um laboratório de mídia? A dinâmica do trabalho criativo tem se transformado de forma cada vez mais rápida, e a estratégia "build it and they'll come" não faz mais sentido. Para incentivar a produção criativa, é necessária uma sensação de liberdade de apropriação e de gestão compartilhada, no sentido da reconstrução da própria idéia de espaço público.
Mais do que oferecer simplesmente uma estrutura, os medialabs mais interessantes de hoje em dia - hangar, medialab prado, eyebeam, entre outros - engajam-se em diálogo cada vez mais aberto e crítico com o meio com o qual se relacionam, e tornam-se espaços de referência e intercâmbio, cabeças de rede, muito mais agenciando conversas do que expressando sua própria perspectiva.
Esse diálogo reside potencialmente em qualquer espaço, desde que se baseie em uma posição de abertura autêntica. Em um primeiro momento, toda conversa nesse sentido vai parecer a reafirmação de posições já existentes: as pessoas vão reclamar da mesma coisa que já reclamaram, colocar demandas que já sabem que têm. Mas trabalhando alguns fatores-chave é possível ir além e construir uma conversa propositiva de ocupação e apropriação coletivas de espaços simbólicos.leia mais >>

Habilidade

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De um email, tentando explicar a gambiologia:

Daí o que a gente vem chamando de Gambiologia é essa tentativa de entender, conceituar, referenciar e de certa forma naturalizar o improviso e a impermanência não como atraso, mas pelo contrário como habilidade essencial pro mundo contemporâneo.

Arte Digital

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Acabou que não consegui participar da discussão do eixo de Arte do Fórum de Cultura Digital. Eu queria continuar uma linha de raciocínio que tinha começado na mesa de trabalho do eixo que aconteceu em Sampa há alguns meses (e que acabou influenciando meu post "Cyberpunk de chinelos"). De qualquer forma, cabe aqui o registro - Cícero Silva acaba de publicar o relatório final sobre Arte Digital. Baixei o PDF aqui pra ler no fim de semana.
Atualizando: dei uma lida no relatório. Ele levanta alguns pontos interessantes, mas de modo geral achei bastante restrito a uma visão específica de "arte": museus, fomento, formação, etc. Também achei ele tendendo muito pra visão do Manovich, de sociedade baseada no software, uma referência que é interessante mas não é a única. Acho que faltou o relatório inovar em relação à própria atividade artística, seu alcance e como ela se costura com a sociedade em âmbito mais geral. Pra que ela serve mesmo? Acho que algumas experiências nos últmos anos abriram um espaço de discussão importante nesse sentido. Inclusive experiências brasileiras, como o Upgrade! em Salvador, que aconteceu dentro de um ônibus em movimento. O relatório parece nem saber dessas experiências.leia mais >>