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Redes

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Nos últimos dias tenho folheado de maneira descompromissada algumas publicações que recebi recentemente da Holanda: Organized Networks, de Ned Rossiter; From Weak Ties to Organised Networks, publicação pós-Wintercamp (que já comentei por cima aqui); e a caixa e-culture, uma caixa com um DVD, um folheto e três livros. Não foi de propósito, mas isso me pegou no meio do planejamento e primeiras conversas relacionadas à aplicação dos recursos do Prêmio de Mídia Livre que a MetaReciclagem levou, e acabei estendendo alguns insights a essa busca mais prática.
Enquanto busca de identidade de rede, a MetaReciclagem já passou por um monte de fases. Desde o começo como um subgrupo do projeto metáfora, passando pela dissolução influenciando grandes projetos de governo, até a fase atual em que muitas vezes parece que a potência de articulação e colaboração se esgotou, até que aparece vida em um canto esquecido, até que alguém volta a se movimentar naquele espaço simbólico depois de alguns anos em silêncio, até que os olhares e afinidades se reencontram em novas buscas. Acho que em todas essas fases, a única constante é a incerteza sobre o que vem a seguir. Daí que quando eu pego alguns desses estudos de matriz europeia, chega a me incomodar a sensação de que estão tentando enquadrar uma classe de fenômeno que não se presta muito a classificações e determinações.leia mais >>

XPTA

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Do recém-lançado blog do XPTA.Lab:


Foi anunciado em 11 de agosto de 2009 mais um programa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, em parceria com a Secretaria de Políticas Culturais: o Programa Laboratórios de Experimentação e Pesquisa em Tecnologias Audiovisuais (XPTA.LAB).
O objetivo do programa é apoiar laboratórios voltados para a pesquisa e experimentação em tecnologias audiovisuais. Até 13 de outubro podem se inscrever entidades e instituições jurídicas públicas e privadas que atuam no setor de desenvolvimento de trabalhos em plataformas digitais e tecnologias audiovisuais.
O edital permite a inscrição como projetos, dentre outros, de jogos digitais; consoles de videogame; dinâmicas de web; aplicativos para TV digital, celulares e televisão com protocolo de internet (IPTV); e smart phones de qualquer gênero e temática.

co:laboratorio #3

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Daniel Dias mandou o convite pra terceira edição do co:laboratório:

Venha se divertir. A proposta continua a mesma: reunir as pessoas, juntar algumas idéias, desenhar um projeto e executá-lo em um dia (1×1). Exercitar a criação coletiva e colaborativa.
Lembrando que o objetivo é misturar temas, deste corte/costura e entalhe em madeira até computação pervasiva e robótica. Quanto maior a gama de especialidades melhor, ninguém ensina - afinal co:laboratorio não é oficina nem workshop de nada - mas no fim todos aprendem alguma coisa.
(...)
Veja o que aconteceu nas últimas edições do co:laboratorio.
- DaLata: um amassa-lata inteligente
- Co:Laboratorio Weekend Project #1 : Shit Happens

Vingança

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Da Obsolescência Programada, no blog de Lucas Bambozzi (grifo meu):

The images of this act comprise footage showing the systematic destruction (with a hammer) of a series of technological items, most of them obsolete or nearing obsolescence — media such as floppy disks, VHS tapes, wireless telephones, printer cartridges, cell phones, computer keyboards, printers, light bulbs, and others. All of them are broken to pieces and produce a strong and typical sound of the material they are made of. It may be the desire of many to be on stage holding the hammer seeking to achieve a catharsis, a little revenge owing to the fact that people consume so many technological devices that will not be around for long in their lives.

Enquanto isso, chega pelo Lixo Eletônico o anúncio de quem em outubro vai rolar em Foz do Iguaçu o torneio sul-americano de arremesso de celular.

Outros caminhos

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A idade contemporânea sacralizou o planejamento de produtos. Tornou o design uma via de mão única, quase divina: a indústria desenha, enquanto os "consumidores" assumem o papel de receptores semipassivos - compram, usam, descartam e compram mais. Nesse mundo, quanto menos usos um produto tem, melhor. As coisas são feitas para um fim, e só para ele. Para outras utilidades, que se comprem outros produtos. O saber popular da gambiarra é combatido, desvalorizado como ação de gente que vive na precariedade, sem acesso a recursos materiais. A consequência direta disso é que cada vez mais as pessoas aprendem que problemas só podem ser resolvidos com consumo, e perdem o acesso à inovação cotidiana. Além disso, a definição das características dos produtos, objetos e ferramentas recai totalmente sobre o lado mais forte, que também decide sozinho sobre outros aspectos como durabilidade e obsolescência, contando com o braço armado da imprensa especializada (um fenômeno bastante visível no mercado de eletrônicos, mas também com automóveis, eletrodomésticos e outros).leia mais >>

Obsolescência

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No editorial do M/C Journal dedicado à Obsolescência:

É possível afirmar que a fetichização perene da "juventude", da subcultura e do novo nos estudos de cultura e mídia foi intensificada pela mudança para o foco em tecnologias de novas mídias. Talvez isso tenha acontecido às custas de um foco no antigo, no ordinário, e no que aconteceu anteontem. (Driscoll e Gregg). Um foco na obsolescência nos permite estimar os custos completos de nosso impulso perene à novidade. Nos permite analisar a série de reavaliações que as tecnologias tipicamente sofrem à medida que elas passam de novidade a entulho, a coletável. Nos ajuda a pensar sobre as relações entre o uso da tecnologia e a posição social de quem a usa.
Jason Anthony Wilson, Jason Jacobs

Logo, gambi

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metafloppybot
Os tempos estão mudando, como sempre. A tal crise financeira pode ter servido no mínimo pra criticar os apóstolos da fórmula crescimento-produção-consumo-descarte, questionar o vício no upgrade. Até vozes na grande mídia estão aceitando que talvez os videiros tivessem razão. Que em vez de uma indústria fabricando cada vez mais produtos que duram menos, talvez seja a hora de as pessoas criarem produtos elas mesmas.
Naturalmente, todos esses indícios são limitados. É razoável tentar inferir uma visão geral: finalmente, o século XX está acabando. Já não era sem tempo. Mas ainda existem muitas estruturas a desconstruir. Lá no mundo que se define como "desenvolvido" (e muita gente discorda), exageraram na especialização e todos viraram reféns da restrição do conhecimento. Um amigo que vive em Londres conta que se quiser consertar sozinho um interruptor quebrado, o senhorio pode processá-lo. Em nome do caminho do progresso, retirou-se de uma população inteira a liberdade da inovação cotidiana, e tudo virou consumo. Compre pronto, use por pouco tempo e jogue fora. Produza lixo, e não se preocupe com onde ele vai parar. Não crie nada, deixe isso para os especialistas.leia mais >>

Gênese solar

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Ontem, de passagem pelo MIS e tomando a notícia de que levaria o cano em uma reunião, acabamos conhecendo Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti, terminando de montar sua instalação Solar, que abriria em algumas horas. Alguns imprevistos tinham acontecido, mas Rejane nos mostrou todo o mecanismo: um módulo no chão permite controlar o mapa projetado em 180 graus, e dois dials deixam escolher o mês e a hora. A partir daí, uma lâmpada simula a posição do sol. Tem ainda outra interface de controle, por reconhecimento de voz. Segundo Rejane, a parte do sol ainda vai demorar alguns dias pra funcionar direito.
Mais do que a obra pronta, gostei bastante de poder ver o processo, a obra sendo montada, com suas partes constituintes desveladas. Devo voltar lá em alguns dias pra ver o sol funcionando...

Acampamento de inverno

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Capa do RelatórioEm março deste ano o Institute of Network Cultures realizou o Wintercamp, em Amsterdam. O evento, baseado no referencial de "redes organizadas" de Ned Rossiter e Geert Lovink, tinha por objetivo reunir 12 redes colaborativas de diferentes partes do mundo, oferecer espaço para elas trabalharem por alguns dias e criar alguns cruzamentos entre elas.
Eu fui convidado por ser um dos fundadores da rede Bricolabs. Os dias lá foram bastante produtivos, não só dentro do espaço da bricolabs (cujos integrantes estavam também espalhados entre as outras redes). Relatei minha participação no meu blog.
A wintercamp gerou uma boa quantidade de documentação online, como era de se esperar. O chamado metagroup realizou uma série de entrevistas com integrantes das diferentes redes (disponíveis aqui, recomendo bastante). Um dos pontos altos da participação dos Bricolabs foi a apresentação final, que de forma meio caótica propunha uma crítica ao formato do evento, que por mais que tenha dado espaço a redes distribuídas manteve uma estrutura de cima para baixo nas apresentações. A base da apresentação foi a pergunta "where is our leader"? De fato, Rob van Kranenburg, que havia liderado as sessões, tinha ido embora no penúltimo dia.leia mais >>

Mapeamento de Novas Mídias e Cultura Digital no Brasil

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mapeamentoEntre o fim de 2008 e o começo desse ano, colaborei com um estudo desenvolvido por Bronac Ferran sobre novas mídias e cultura digital no Brasil, a pedido do Ministério da Cultura da Holanda. O documento foi lançado por lá há três meses, e amanhã (terça-feira 16/06) será o lançamento em São Paulo. Infelizmente, não estarei presente, mas vai aqui o link para o estudo em inglês, publicado pela Virtueel Platform. Estou trabalhando numa versão em português, que deve ficar pronta em julho. Pra quem tem pressa, vou publicando as versões parciais (e sem revisão!) aqui.