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Desvio

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Em uma rápida visita para conhecer a Matilha Cultural, topamos com uma grande placa logo na entrada:

Sentimo-nos em casa ;)

Interdependência enredada

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Mandando minha colaboração para a blogagem coletiva do Dia da In(ter)dependência.
Por conta de alguns movimentos recentes, mas ainda seguindo uma obsessão que já dura sete anos, tenho conversado bastante sobre a MetaReciclagem nas últimas semanas. Orlando trouxe uma imagem interessante - o reacesso - que com certeza faz bastante sentido para mim. No processo de coleta e compilação do História da / Histórias de MetaReciclagem, uma das coisas mais importantes para mim foi poder revisitar hoje - com um pouquinho mais de experiência - as ações, ideias e insights do passado, minhas e nossas.
Tem um aspecto obviamente constrangedor: eu certamente não escreveria algumas coisas, não tomaria algumas decisões, e colocaria algumas coisas de modo diferente hoje em dia. Mas também traz a possibilidade de aplicar uma perspectiva histórica - afinal sete anos não são tão pouco tempo - e entender como as ideias se desenrolam e desenvolvem com o tempo. Essa dobra ajuda a trazer novas possibilidades para o futuro, ao passo que também segura um pouco a megalomania (hm, ok, não segura muito não).leia mais >>

Sem fio - plataforma etérea

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Como comentei no post anterior, já há algum tempo temos articulado referências sobre possibilidades relacionadas a redes sem fio. No começo era uma curiosidade técnica, mais uma potencial expansão de horizontes do eterno jogo de descoberta que é brincar com tecnologia livre (o que faz com que muita gente - eu incluído - acabe se dedicando a projetos que não dizem nada para outras pessoas, justamente porque não conseguem explicar essa dimensão do fascínio da descoberta, mas isso é outro assunto). Com o tempo, acabei misturando a pesquisa de redes sem fio com a exploração conceitual de paralelos entre magia e tecnologia (mais sobre isso no meu blog de tecnomagia). Também começava a formular uma questão: como pode se articular a perspectiva da MetaReciclagem e das várias mimoSas que rolaram por aí - que demonstram de maneira muito concreta o potencial da apropriação crítica de tecnologias - com esse universo mais etéreo das redes sem fio.leia mais >>

Conserto e inovação

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Felipe Albertão nos encaminhou esse estudo de Jan Chipchase para o centro de pesquisa da Nokia em Toquio, mostrando a escala e algumas especificidades do mercado informal de conserto de celulares em países emergentes. Gambiologia FTW!


O que diferencia essas localidades de cidades em mercados mais "emergidos"? Além da escala do que é vendido existe um mercado florescente de serviços de conserto de aparelhos, desde a troca de componentes até a solda de placas de circuito para mudar o idioma dos telefones, naturalmente. Os consertos são geralmente realizados com pouco mais do que uma chave de fenda, uma escova de dentes (para limpar pontos de contato), o conhecimento certo e uma superfície plana para trabalhar. Manuais de conserto (que parecem ser feitos por engenharia reversa) estão disponíveis, escritos em Hindi, Inglês e Chinês e podem até ser feitas assinaturas, mas existem poucos indícios de que eles sejam usados ativamente. Em vez disso muitos dos reparadores confiam em redes sociais informais para compartilhar conhecimento de problemas comuns e técnicas de conserto. Frequentemente é mais fácil dar uma olhada por cima dos ombros de um vizinho do que abrir o manual. Déli tem a distinção de oferecer também uma grande variedade de cursos de conserto de celulares em institutos educacionais como o Britco e Bridco gerando um firme fluxo de engenheiros de conserto de celulares. Para fechar, os varejistas do ecossistema oferecem todas as ferramentas necessárias para estabelecer e manter um negócio de conserto, desde componentes individuais e esquemas de placas de circuito impresso até chaves de fenda e software.

Sem fio - contexto, caminhos e bases

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Uma das obsessões fundadoras do projeto metá:fora e da MetaReciclagem era a ideia de mobilidade e de redes sem fio. Alguns dos primeiros rascunhos de projeto que surgiram tinham a ver com dispositivos móveis, e uma das forças motrizes que nos fizeram necessitar de computadores para experiências era uma ideia alimentada pelo dpadua de criar infra-estruturas de rede autônomas com base nos projetos de redes wi-fi metropolitanas. De lá pra cá, percorremos muitos caminhos paralelos, fizemos um monte de experiências, mas essa possibilidade sempre nos acompanhou.leia mais >>

Destruição

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Topei essa semana com o post dos Obsoletos sobre o prazer da destruição. Lembrei de algum dia no passado quando imaginamos uma oficina de MetaReciclagem que começasse com um ritual de destruição de um computador. Destruição mesmo, sem se preocupar se seria possível reaproveitar o material depois. A ideia era dessacralizar (ou, invertendo, consagrar a Shiva) os equipamentos. Tratar como abundância o que era considerado lixo, e dar às pessoas o luxo de desperdiçar esses recursos. Tem a ver também com a obsolescência programada de Lucas Bambozzi, que já comentamos aqui. Mas nunca encontramos oportunidade de levar a cabo esse tipo de oficina. Ainda vai rolar.

Prêmio Sergio Motta - indicados

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O núcleo desvio é um dos indicados no prêmio Sergio Motta, na categoria início de carreira. Ficamos felizes com a pré-seleção, e ainda mais com as companhias de categoria. Parabéns a todxs indicadxs. Em entrevista, o presidente da comissão de seleção Marcus Bastos comenta:

Um aspecto relacionado a este tom mais bem-humorado também apareceu em trabalhos que se apóiam na estética da gambiarra e do improviso. Foi universo representativo, o que é um pouco esperado. Este ingrediente anárquico (em certo sentido antropofágico) é uma característica recorrente e possivelmente bastante marcante da arte atual, em que são representativas práticas hacker e procedimentos herdeiros da sampleagem.

45 revoluções por minuto

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Traduzindo trechos do artigo 45 revoluções por minuto, de Armin Medosch:

Utopia Sem Fio
A corrida econômica e tecnológica inspirou uma utopia sem fio na virada do último século. O inventor Nicolas Tesla sonhava em transmitir energia sem fios. Na imaginação popular da época, tecnologias de comunicação sem fio eram vistas juntando socialismo e democracia real. Apesar disso, foi Marconi quem criou o primeiro império de negócios sem fio, porque ele desenvolveu o telégrafo sem fio de acordo com a lógica da indústria. Ou seja, não como uma tecnologia de massas mas como uma aplicação industrial para apoiar linhas de distribuição mundiais e mercados de ações.
Nos Estados Unidos a tecnologia pioneira de rádio foi desenvolvida e experimentada por um grande número de radioamadores entre cerca de 1890 e 1920. Em quase todo o resto do mundo o espaço de rádio foi rapidamente controlado pelo estado e a experimentação limitada a alguns institutos oficiais. O espírito de garagem dos radioamadores norte-americanos precedeu a primeira onda de hackers de computadores e forneceu um modelo de inovação fora dos mecanismos do mercado. A Primeira Guerra e a ascenção do rádio comercial no anos 20 puseram um fim a esse espírito livre. Os anos 20 foram a época que viu a ascenção do bens de consumo elétricos. Receptores de rádio chegaram aos lares norte-americanos em uma onda junto com a geladeira e a máquina de lavar. As mesmas companhias que faziam eletrodomésticos também mantinham estações de rádio. O rádio tornou-se indispensável para o que Raymond Williams chama "privatização móvel". A crescente mobilidade das pessoas da classe operária vai lado a lado com a perda de identidade comunitária e cultura que o rádio consegue parcialmente restabelecer, mesmo que dentro do confinamento do espaço de convívio particular.

Enredado

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Recebi pela nettime um email falando sobre o networked, um "livro em rede sobre arte em rede". A solução técnica para a publicação foi o Buddypress, e a estrutura parece prever um alto grau de colaboração. Vou me cadastrar e dar uma lida por lá. Diz a chamada:
"(Após) dois anos sendo feito, Networked está agora aberto para comentários, correções e traduções. Você também pode enviar um capítulo para consideração.
Por favor cadastre-se para Ler | Escrever:
THE IMMEDIATED NOW: NETWORK CULTURE AND THE POETICS OF REALITY
Kazys Varnelis
http://varnelis.networkedbook.org

LIFETRACING: THE TRACES OF A NETWORKED LIFE
Anne Helmond
http://helmond.networkedbook.org

STORAGE IN COLLABORATIVE NETWORKED ART
Jason Freeman
http://freeman.networkedbook.org

DATA UNDERMINING: THE WORK OF NETWORKED ART IN AN AGE OF IMPERCEPTIBILITY
Anna Munster
http://munster.networkedbook.org

ART IN THE AGE OF DATAFLOW: NARRATIVE, AUTHORSHIP, AND INDETERMINACY
Patrick Lichty
http://lichty.networkedbook.org"

Redes, ps.

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No afã de terminar o post de ontem, que já estava ficando longo, acabei esquecendo de comentar sobre mais dois aspectos da atuação em rede que me parecem importantes. O primeiro é a irrelevância da definição em ambientes verdadeiramente enredados. Durante o wintercamp, James Wallbank (Access Space, Sheffield) expôs uma tentativa de explicar a rede bricolabs dizendo que ela se assemelhava a um cheiro: é difícil apreender e explicar um cheiro. Podem-se fazer analogias, alusões, mas nunca contê-lo ou determiná-lo.
A outra ideia que me parece relevante na busca de entender como as coisas funcionam nas redes é uma ideia que surgiu numa conversa informal nos jardins do MIS durante o Paralelo: de que algumas das redes abertas brasileiras obtinham sucesso por conta de uma insistência das pessoas que as lideravam em auto-sabotar (active self-sabotage, acho que foi como chamamos) o próprio poder que acabavam conquistando. À medida que as pessoas que acumulavam poder desdenhavam desse poder e o ofereciam a qualquer interessado, as redes acabavam se renovando. É um tipo de auto-ironia que no contexto das redes acaba sendo ironicamente produtivo.
(continuo lendo aqueles livros, vou comentar mais por aqui assim que as ideias surgirem ou reaparecerem)