dresden

Verão alemão

Hoje de manhã na previsão do tempo: dia ensolarado, 14 a 29 graus. Bermuda, bicicleta, tudo certo. Aí voltei pra casa escutando rádio no celular e ouvi alguma coisa com Eis e Sommer, e depois Alaska, e esqueci o assunto. Agora há pouco fechou o tempo e começou a trovejar e relampejar. Chuva veio, levei as plantinhas pra sacada. Quando vi, tava caindo gelo. Forte. Tirei as plantinhas. E tá assim há uns dez minutos.

Eita, verão chuvoso! 

Outras notas esparsas e dispersas

Anotações da semana passada em um pendrive atarefado: 

Rotina da semana: escrever e-mail pra um monte de gente, estudar Deutsch alle Tage e ler Paulo Freire. Mais do que isso, comprei um laptop pelo ebay, bem barato porque velho e sem disco. Pra evitar ter que pagar os quarenta euros do HD IDE, peguei um Pendrive de 1Gb por dez pilas e fiquei ontem e hoje brincando de damn smal linux, "not" damn small linux e puppy. O puppy acabou com meu MP3 player, que tem agora evitado contato comigo. Instalei o DSL-N no pendrive, e estou agora escrevendo nele. O laptop tem teclado italiano, e mesmo configurando com pt_br e digitando sem olhar, eu perco todos os acentos. Resolvi tomar como maneira de exercitar um pouco a flexibilidade no escrever, fazer um post inteiro sem cedilhas acentos (entre as maravilhas da nossa lusofonia, acento se escreve sem acento e o mesmo se passa com a cedilha).
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Acabou que consegui configurar o teclado abnt2, e é só não olhar pras teclas que acaba quase tudo saindo certo. Bem versátil esse DSL-N mesmo. Pelo que entendi, ele, assim como o DSL, é baseado no knoppix. Mas a vantagem que ele tem é usar o kernel 2.6.12 e softwares com GTK, tipo Abiword (onde eu escrevo agora). O Seamonkey pra browser, email e chat também é uma boa. Ainda não consegui fazer minha wi-fi USB funcionar, e olha que ela roda com driver nativo, zd1211. Mas isso é trampo pra amanhã, hoje já fiquei feliz de ter uma máquina rodando um sistema dentro de um pendrive. Se funcionar wi-fi, e somando com um hub USB e meu disco externo de 40Gb, tenho um barato bem portátil pra usar o computador de qualquer amigo pelo mundo. Doido. Única merda é que o keymap abnt2 por cima do teclado italiano me escondeu barra de espaço e interrogação. Se pans vou ter que aprender a usar o xmodmap, saco. leia mais >>

Domingando

Tenho feito aulas de alemão toda manhã. Acordo às seis e meia, como, pego o bonde e vou embora. Só volto depois do meio-dia. Cansativo, mas curiosamente intenso. A língua alemã é muito maluca. Muito mais complexa que o inglês, mas por outro lado tem uma lógica estrutural bem interessante. As coisas têm lugar certo, e dependendo de como são usadas são flexionadas de forma diferente. Substantivos são uma coisa, nomes próprios são outra - Nomen e Namen, mas todos eles são escritos sempre com maiúsculas. A ordem das frases é rígida, então eu posso dizer que eu aprendo na Inlingua alemão, mas não posso dizer que aprendo alemão na Inlingua ou que na Inlingua aprendo alemão. O primeiro verbo fica sempre na segunda posição da frase, o segundo verbo (quando há) fica sempre na última. A onda de poder juntar palavras pra explicar uma idéia me faz pensar no Borges pirando naquelas metáforas da Volsunga Saga ou quando ele discorre no Tlön, Uqbar e Orbis Tertius sobre uma das línguas do planeta lá, em que não existem verbos (BolaGrandeFogoCéu pra explicar o sol, e por aí vai).
Interessante também no curso de alemão é o bando de gente do mundo todo que tem por lá - colombiano, italiano, uns ex-russos e os orientais. Um alemão um dia desses me fez entender que, obviamente, até a reunificação, a Alemanha Oriental não recebia imigrantes turcos ou portugueses como o lado Oeste, só russos, cubanos e vietnamitas. E me liguei que tem mesmo uma pá de restaurante vietnamita por aqui. Herança vermelha, daquele jeito. Ainda não aprendi nada de russo, tô me concentrando no alemão, mas pretendo. Tem uma adega só com bebidas russas perto de casa. leia mais >>

Mais um monte de notas perdidas no meu computador

     Do Reconhecimento de Padrões:
    - E você sabe usar uma chave de fenda também?
    - Não saio de casa sem uma.
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    Passamos alguns dias em Berlin. Cidade maluca, multicentro, aquela sensação de multicultura, bem mais que aqui. Doido que em Berlim eu não me sinto estrangeiro como em Dresden, São Paulo ou Porto Alegre. Voltas turísticas por lá, Zoo e mega-exposição de pinturas e esculturas francesas do metropolitan de NY. Fazer uso da carteira de estudante, um dos poucos bons resquícios de UAM. E também o outro lado, rolê em Kreuzberg, visita rápida à galeria Tacheles e café Zapata. Tageskarte, andar de metrô o dia inteiro, sem precisar pensar no destino. Dessa vez, evitei as bolhas nos pés por conta do tênis novo, enrolando os artelhos pequenos com esparadrapo, dica da minha bailarina. Apesar de toda a facilidade, o passeio serviu também pra me deixar feliz com Dresden por mais um motivo: se eu fosse pra Berlim, demoraria muito mais pra aprender alemão. É bem possível sobreviver por muito tempo lá só com um entschuldiegung, ich sprache nicht deutsch, ich bin brasilianer e um sorriso. Aqui as coisas não são tão fáceis, poucos falam inglês e quase ninguém entende línguas latinas. Brasil e futebol ainda aqui trazem simpatia, e olha que Pelé traz mais simpatia que Ronaldinho. Bastante gente dos quarenta pra cima fala russo, e se pans depois de alemão é mais uma língua pra eu brincar de bom dia por favor obrigado uma cerveja por favor.
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Chegando - 4

Das anotações perdidas no meu computador:

Dei uma passada com todomundodecasa no stock7, ainda não tinha começado o ruído norueguês que tava programado, saímos pra beber à beira do Elba e não voltamos. Fiquei meio travado pra conversar com as pessoas, acho que ainda tô meio pisando na ponta do pé na cidade. Mas peguei um livreto que conta as agruras deles pra conseguirem se manter no espaço, que é um imóvel da prefeitura, no terraço de um prédio em um cruzamento bem central, à beira da cidade velha, de cara pra Pirnäischer Platz. Eles pagam um aluguel em conta ali, e quase foram expulsos há alguns meses. Têm espaço garantido lá (com mais dois andares pra estúdios) pelo verão. Lendo aquilo, fiquei com mais vontade de conhecer o pessoal e articular coisas com eles, rede de bricolabs, ocupação, linux pra artistas, baixa tecnologia, volksbeamer, capacetes imersivos, bancada metarecicleira, música brasileira, se pans até aprendo um pouco de pd. Preciso garantir uns trocados pra pagar as contas básicas por uns meses e ficar brincando.

Chegando - 3

Das anotações perdidas no meu computador:

Contratei rede pra casa, mas só chega em _no mínimo_ duas semanas. Agora tô aqui na sacada minhabelasacada escaneando as redes de vizinhxs com o 4ir0dump pra tentar entrar em alguma com o 4ircr4ck. Preciso de 800.000 coisinhos, tô há uma hora aqui e só consegui pegar pouco mais de 3.000. Vai longe.

Chegando -2

Das anotações perdidas no meu computador: 

Coisas que parecem interessantes em Dresden: o diretor da EGS nasceu e aparentemente mora uma parte do ano aqui. Agora ele está em curso, e depois vai dar umas voltas, mas devo encontrá-lo em agosto. Tem também a stock7, que recebe artistas de fora pra residências curtas e daqui a pouco tem a abertura de uma nova mostra. E a Trans Media Akademie em Hellerau, que tem esse festival no fim do ano que eu quero conferir e cujo diretor me disse por email que era o único espaço que trabalhava com mídia-arte em Dresden.

Passeando - 1

 Das anotações perdidas no meu computador:

Ontem tomamos um barco que vai pelo Elba em direção a Praga, até a Suíça Saxônica, que eu já tinha visto de dentro de um trem há dois anos e ficado maluco pra conhecer. Cidadezinha pequena, mas cercada de formações rochosas de cem milhões de anos. Delícia de passeio, 3 horas de ida e 2 horas voltando pelo rio. Deu até sono. Na chegada, pôr do sol no centro de Dresden faz até esquecer o incômodo com a população careta da cidade. Já em casa, esquentei a feijoada improvisada que eu tinha preparado na noite anterior - feijão brasileiro, sem folha de louro nem farinha de mandioca, e mandando ver nos pertences alemães, laranja espanhola e chili mexicano. A costelinha de porco defumada daqui é meio sem sal, e a panela de pressão é quase uma usina de vapor, chegou até a pegar um pouco de feijão no fundo. E complementando com cerveja tcheca e cachaça de Mococa.

Chegando - 1

Das anotações perdidas no meu computador:
Ainda sem internet em casa, se pans amanhã chega, mas quatro dias passaram rápido. Ainda patinando forte no alemão. Tentei voltar no escritório de estrangeiros hoje, mas eles não trabalham segundafeira. Agora só volto lá na sexta.
Fimdesemana foi doido, a festa aqui era esquematudo, cabelos de tudo que é tipo, cerveja e gente sorridente. Livros de graça, banquinhas com todo tipo de porcaria, e gente pacas. Dub cigano roque panque e tal, cada quarteirão um embalo diferente. Policial me parou dizendo que garrafa de cerveja não pode, mas seu guarda eu vou pra casa, moro ali na esquina, liberaeu ali e tudo certo. Guardinhas simpáticos e prestativos. Nem sinal de nases, por sinal. E hoje o zelador falando que viu no jornal que 500 se feriram em brigas durante o fds, mas ninguém viu nada disso, e a cidade quer proibir a festa, já viu. O cybercafé dos africanos virou balada também, com banquinha na frente, som cerveja e umas panquecas diferentes. E a rua aqui tem uma pá de restaurante de todo canto, um é buffett oriental a 5 contos na terça e quinta. E uma gravadora. E uma loja "thc headshop" que vende só pala. E o kunsthofpassage, uma galeria que liga minha rua à paralela, cheia de intervenções e lojinhas e tal. No meio de tudo encontrei uma loja de instrumentos musicais e entrei pra comprar cordas pro meu miniviolão. Doido é que eles têm um monte de instrumentos pequenos, violões como o meu, uma Ibanez preta bonitinha, mandolins e parentes. Tinham cordas específicas pro miniviolão, um pouco mais grossas. O Mizão chega a dar medo de tão encorpado. Hora dessas eu gravo e estudiolivreio.

Em trânsito - 2

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