Archive - Out 2008 - Blog entry

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October 10th

MetaReciclagem explicada

Explicando por email:

A MetaReciclagem é uma rede distribuída de pessoas que compartilham uma metodologia. Essa metodologia diz respeito a um tipo de relação com a tecnologia que se baseia na desconstrução, reuso e ressignificação, com o uso de software livre e o compartilhamento dos aprendizados e descobertas.

O que significa distribuída? Que a MetaReciclagem não cresce a partir de um ponto central que vai se espalhando, mas de projetos e pessoas em diferentes lugares que decidem voluntariamente adotar essa metodologia.

Para promover a integração entre esses diferentes projetos e pessoas, a gente desenvolveu uma nomenclatura que envolve três escalas:

* Esporos são espaços de referência em MetaReciclagem. Geralmente, são espaços abertos que recebem doações de computadores, reciclam-nos e organizam eventos, oficinas e cursos. Aqui tem uma lista dos esporos ativos atualmente: http://rede.metareciclagem.org/listas/esporos
* ConecTAZes são, de certa forma, os projetos de MetaReciclagem: qualquer ação que requeira a mobilização de pessoas em relação a um objetivo comum, que também esteja ligado aos objetivos da MetaReciclagem. Uma lista de conectazes: http://rede.metareciclagem.org/listas/conectazes
* A infralógica é um conjunto de sistemas na internet que possibilitam que os diferentes esporos, conectazes e pessoas se mantenham informados sobre o que os outros estão fazendo, e possam usar os aprendizados coletivos como recursos para seus próprios objetivos. A infralógica hoje em dia está centralizada aqui: http://rede.metareciclagem.org

October 1st

Obsolescência programada

Estou escrevendo uma série de posts no lixo eletrônico sobre uma visão sistêmica pra todo o ciclo de produção, consumo, descarte e reciclagem de eletrônicos. Já publiquei uma introdução e a primeira parte, sobre produção e consumo. Agora estou me esforçando pra falar sobre descarte e reuso. No meio do caminho, parei pra respirar um pouco e li mais algumas páginas da tese de Rodrigou Boufleur sobre a Gambiarra. Lá na página 67 ele conta:

A partir da quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, a indústria começou a implementar mudanças na maneira como produzia artefatos, deixando de favorecer a durabilidade e a boa fabricação para priorizar estratégias que apelassem ao aumento do consumo (MALDONADO, 1976; DENIS, 2001). Um dos movimentos simbólicos em relação ao projeto de artefatos é o advento do Streamline ou Streamform, era buscado valorizar mais a forma que outros elementos nas produções. Essa mudança de concepção provocou efeitos que residem até hoje no universo dos artefatos industrializados. Não bastasse isso, alguns defendem, atualmente, a idéia de que muitos produtos são fabricados com componentes de baixa resistência para provocar o rápido descarte, gerando o conseqüente aumento do consumo. Essa é uma das condições que definem a chamada obsolescência programada.