Sim, Ubatuba é uma cidade onde a gente anda de bicicleta, vai à praia, percorre trilhas e reclama de mosquitos. Também é um lugar onde se encontram vegetais orgânicos e peixes produzidos localmente. E onde convivem muitas culturas.
Mas talvez mais importante, Ubatuba é uma terra onde mesmo em um sábado chuvoso no meio de um feriado estendido, dezenas de pessoas passaram o dia inteiro debatendo políticas culturais para o futuro da cidade. Podia ser melhor. Podia ser mais claro. Podia ser mais efetivo. Teria mais gente, não fosse uma série de erros que começaram dois anos atrás. Os cinquenta que estavam presentes hoje deveriam ter sido cento e cinquenta. A gente podia ter perdido menos tempo e ter feito mais. Sempre.
Mas chegamos ao fim do dia. E chegamos ao fim de um processo de dezesseis encontros, que recupera um processo de dois anos, que recupera um processo que vem desde a década passada. E mesmo com todas as ressalvas e mesmo com todo o cansaço ficou uma sensação positiva. De que é até possível estragar, por falta de habilidade, um processo coletivo. Mas que enquanto houver gente disposta a recuperá-lo, existe esperança. E o brilhante insight de uma amiga e agora colega conselheira, de que Ubatuba não é só a capital do surf, da mata atlântica, da economia solidária (e da cultura pós-digital). Pois é, tem mais: Ubatuba é boa de resistência coletiva. Este foi somente um pequeno episódio.
E fico feliz de pela primeira vez na vida ser integrante de um conselho de políticas públicas, ocupando a cadeira de cultura urbana e digital. Vamos em frente, que temos um plano a redigir, aprovar e implantar. E agora com mais comunicação pela internet, afinal tô na área.