transmediale

Na costa

Recebi visitas semana passada. Alê Freire passou a noite de quinta aqui, e Bronac Ferran ficou um par de dias. Conversamos com o Alê sobre a participação do DesCentro no próximo transmediale, em pleno inverno berlinense. Na sexta conversei bastante com a Bronac sobre o mapeamento de novas mídias no Brasil do qual ela está participando. A conversa foi boa, não só no sentido de colaborar com o mapeamento, mas também porque pensar em todo o contexto me fez estruturar algumas idéias. Naturalmente, trocamos algumas fofocas daqui e do mundo. Ainda aproveitamos uma visita rápida do sol para dar um rolê na Itamambuca e levei-a para provar tapioca na feira, sábado de manhã.

No restante do fim de semana, acabei ficando em casa (e infelizmente perdi toda a programação que o pessoal da Fundação Alavanca agitou com o pessoal do Hip Hop e Ubatuba). Voltou a me encantar a idéia criar de uma estrutura entre escola aberta e centro de desenvolvimento de tecnologia social. Tem boas oportunidades de parcerias, muita gente boa circulando por aqui, e bastante espaço pra atuar. Mas enfim, planos de médio prazo...

Web 3 - Conspirando pra manter a rede pública

Sunday morning I woke up in Berlin with my mind telling me I should change some things in my presentation at transmediale. I started to play with the text and eventually got rid of almost everything I have written before, because I thought there was something way more important than repeating the common web 2.0 criticism: it is a stock market hype; it weakens p2p while centralizes traffic in order to earn profit out of users' ability to create and maintain relationships; and so on. Not that I disagree with that kind of criticism, but I don't think I have much to add to that. There's a great article by Dmytri Kleiner & Brian Wyrick in Mute about that. Now, my impression is that sometimes the criticism is totally focused in the business model and in the fact that somebody is making money out of it, and it is not the users. I personally don't care as much about amateur video producers making money as I care about trying to create communication technologies that feel more human. And that should be the starting point to what I have tried to speak at the panel. Below is the script I wrote in the couple of hours before the panel (and during a part of my colleagues' talk, I must admit). It is far from objective or polished, and I have the feeling I might have slipped away from the topic, but it is a beginning. In the following days I might add some new thoughts to it...

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Devaneio de domingo

Ontem a gente saiu pra dar um rolê no Fórum Social Catalão. Banquinhas e abaixo-assinados interessantes, alguns adesivos pra tampa do pretovelho (que essa semana recebe sua bateria nova e vira um computador portátil de verdade). Nas palestras, nada de muita novidade, não cheguei a assistir muita coisa, mas no geral deu pra sentir um pouco daquele clima do FSM. Peguei um documentário feito por um pessoal daqui, o Processo do Possível. Depois de assistir eu comento. Na cabeça, o tempo todo dialogando com o Mutirão da Gambiarra, que devo começar a agitar logo logo. Fiquei me perguntando o quanto a MetaReciclagem foi influenciada pela movimentação dos FSM. Que outro mundo? Outra coisa batendo na cabeça esses dias é o tema da mesa-redonda em Berlim, web 3.0 - conspirando pra manter a rede pública. Eu tenho relido um monte de loas e críticas ao hype de web2. A crítica poucas vezes se refere às mesmas coisas. Concordo em alguns pontos aqui e ali. Mas me preocupa um pouco os fundamentalismos. Qualquer pessoa que tenha se envolvido de verdade com projetos de transformação social ligados a tecnologia sabe que se não tiver um perfil no orkut e conta no messenger vai ser esquecido em dois segundos. Dá pra pensar nisso como um uso superficial da rede, voyeurismo de coluna social, entregar nossa capacidade de relacionamentos de bandeja pra servidores corporativos que no mínimo ajudam a mapear públicos-"alvo" pra publicidade online, e no limite entregam nossa privacidade pra agências e governos de maneira no mínimo suspeitas. Difícil pensar em um futuro interessante com isso. Será que a rede aberta, livre e com privacidade está definitivamente comprometida? Tô brincando de ficção com um desdobramento dessa idéia, mas meu ficcionador é bem mais lento que meu blogueiro.leia mais >>

Web 3.0

Mandei uma descrição do que pretendo falar no transmediale. Very tosco, mas vqv. Depois eu mudo umas coisinhas.

Keeping the web public is not for all. The majority of people will be attracted
by low-friction voyeuristic crowdsourcing initiatives, but still there are those
who are interested in becoming autonomous actors of the internets. With the
goal of identifying those people with the potential to appropriate technology
in a deeper sense, and giving them the ability to learn and develop their ideas,
a series of projects and actions in Brazil have been adopting a de-constructive
approach and developing free and open technologies that have autonomy as
their main principle.

About me:

Felipe Fonseca is a brazilian independent researcher in the fields of technological
appropriation, free culture and multimedia production. He has been an advisor
for the brazilian Pontos de Cultura project, that has created hundreds of multimedia
centers based on free and open source technology. Felipe is a member of the
consulting board of DesCentro.org, of the international network Bricolabs.net
and one of the founders of MetaReciclagem.org in Brazil.

Atualizando: na real, como a apresentação é no último dia, é claro que eu vou mudar de idéia uma dezena de vezes sobre o que e como falar. Se for repetir o meu comportamento de sempre, só vou saber o que quero falar na madrugada anterior ao dia da apresentação, e vou dormir mal por causa disso.