Há uns dias recebi (não lembro como) o link para última edição da Nebula, e um artigo chamou minha atenção: Digital Divide 2.0 and the digital subaltern (PDF), de Mike Kent. Ele começa interessante, adicionando duas camadas à tradicionalmente limitada perspectiva da inclusão digital (geralmente preocupada só com o âmbito de software e hardware): wetware (de certa forma aquilo que a gente definia como "interação" na tríade da informação livre) e cultware, "culture ware". Cultware tem a ver com o imaginário da rede, uma predisposição das pessoas a se relacionarem em um ambiente distribuído.
Depois ele traz algumas referências interessantes, como a diferenciação de Gramsci em relação ao intelectual tradicional (que atua, apesar das aparências, na manutenção do status quo) e o intelectual orgânico (que emerge das classes subalternas e atua como catalisador da transformação de consciência nessas classes). Mas fica nisso. A partir de um padrão encontrado nos Estados Unidos, de pessoas que não estão na rede e não têm nenhum contato com ela nem vontade de participar, ele infere a existência de uma classe de "subalternos digitais" e passa a traçar possibiidades de fazer frente a esse problema, que ele identifica como inclusão digital 2.0. Eu não sei de pesquisas semelhantes aqui no Brasil, mas me parece que o artigo trata uma realidade como problema, e isso não é necessariamente verdade.leia mais >>