gambiologia

Cyberpunk de chinelos

O post abaixo foi agregado por RSS. Link original
---

Escrevi isso para o Simpósio de Arte Contemporânea que vai acontecer no fim do mês no Paço das Artes, em Sampa. Também vou mediar uma mesa sobre "Redes Sociais, Arquivo e Acesso".leia mais >>

Conserto e inovação

O post abaixo foi agregado por RSS. Link original
---

Felipe Albertão nos encaminhou esse estudo de Jan Chipchase para o centro de pesquisa da Nokia em Toquio, mostrando a escala e algumas especificidades do mercado informal de conserto de celulares em países emergentes. Gambiologia FTW!


O que diferencia essas localidades de cidades em mercados mais "emergidos"? Além da escala do que é vendido existe um mercado florescente de serviços de conserto de aparelhos, desde a troca de componentes até a solda de placas de circuito para mudar o idioma dos telefones, naturalmente. Os consertos são geralmente realizados com pouco mais do que uma chave de fenda, uma escova de dentes (para limpar pontos de contato), o conhecimento certo e uma superfície plana para trabalhar. Manuais de conserto (que parecem ser feitos por engenharia reversa) estão disponíveis, escritos em Hindi, Inglês e Chinês e podem até ser feitas assinaturas, mas existem poucos indícios de que eles sejam usados ativamente. Em vez disso muitos dos reparadores confiam em redes sociais informais para compartilhar conhecimento de problemas comuns e técnicas de conserto. Frequentemente é mais fácil dar uma olhada por cima dos ombros de um vizinho do que abrir o manual. Déli tem a distinção de oferecer também uma grande variedade de cursos de conserto de celulares em institutos educacionais como o Britco e Bridco gerando um firme fluxo de engenheiros de conserto de celulares. Para fechar, os varejistas do ecossistema oferecem todas as ferramentas necessárias para estabelecer e manter um negócio de conserto, desde componentes individuais e esquemas de placas de circuito impresso até chaves de fenda e software.

Prêmio Sergio Motta - indicados

O post abaixo foi agregado por RSS. Link original
---

O núcleo desvio é um dos indicados no prêmio Sergio Motta, na categoria início de carreira. Ficamos felizes com a pré-seleção, e ainda mais com as companhias de categoria. Parabéns a todxs indicadxs. Em entrevista, o presidente da comissão de seleção Marcus Bastos comenta:

Um aspecto relacionado a este tom mais bem-humorado também apareceu em trabalhos que se apóiam na estética da gambiarra e do improviso. Foi universo representativo, o que é um pouco esperado. Este ingrediente anárquico (em certo sentido antropofágico) é uma característica recorrente e possivelmente bastante marcante da arte atual, em que são representativas práticas hacker e procedimentos herdeiros da sampleagem.

Outros caminhos

O post abaixo foi agregado por RSS. Link original
---

A idade contemporânea sacralizou o planejamento de produtos. Tornou o design uma via de mão única, quase divina: a indústria desenha, enquanto os "consumidores" assumem o papel de receptores semipassivos - compram, usam, descartam e compram mais. Nesse mundo, quanto menos usos um produto tem, melhor. As coisas são feitas para um fim, e só para ele. Para outras utilidades, que se comprem outros produtos. O saber popular da gambiarra é combatido, desvalorizado como ação de gente que vive na precariedade, sem acesso a recursos materiais. A consequência direta disso é que cada vez mais as pessoas aprendem que problemas só podem ser resolvidos com consumo, e perdem o acesso à inovação cotidiana. Além disso, a definição das características dos produtos, objetos e ferramentas recai totalmente sobre o lado mais forte, que também decide sozinho sobre outros aspectos como durabilidade e obsolescência, contando com o braço armado da imprensa especializada (um fenômeno bastante visível no mercado de eletrônicos, mas também com automóveis, eletrodomésticos e outros).leia mais >>

Obsolescência

O post abaixo foi agregado por RSS. Link original
---

No editorial do M/C Journal dedicado à Obsolescência:

É possível afirmar que a fetichização perene da "juventude", da subcultura e do novo nos estudos de cultura e mídia foi intensificada pela mudança para o foco em tecnologias de novas mídias. Talvez isso tenha acontecido às custas de um foco no antigo, no ordinário, e no que aconteceu anteontem. (Driscoll e Gregg). Um foco na obsolescência nos permite estimar os custos completos de nosso impulso perene à novidade. Nos permite analisar a série de reavaliações que as tecnologias tipicamente sofrem à medida que elas passam de novidade a entulho, a coletável. Nos ajuda a pensar sobre as relações entre o uso da tecnologia e a posição social de quem a usa.
Jason Anthony Wilson, Jason Jacobs

Logo, gambi

O post abaixo foi agregado por RSS. Link original
---

metafloppybot
Os tempos estão mudando, como sempre. A tal crise financeira pode ter servido no mínimo pra criticar os apóstolos da fórmula crescimento-produção-consumo-descarte, questionar o vício no upgrade. Até vozes na grande mídia estão aceitando que talvez os videiros tivessem razão. Que em vez de uma indústria fabricando cada vez mais produtos que duram menos, talvez seja a hora de as pessoas criarem produtos elas mesmas.
Naturalmente, todos esses indícios são limitados. É razoável tentar inferir uma visão geral: finalmente, o século XX está acabando. Já não era sem tempo. Mas ainda existem muitas estruturas a desconstruir. Lá no mundo que se define como "desenvolvido" (e muita gente discorda), exageraram na especialização e todos viraram reféns da restrição do conhecimento. Um amigo que vive em Londres conta que se quiser consertar sozinho um interruptor quebrado, o senhorio pode processá-lo. Em nome do caminho do progresso, retirou-se de uma população inteira a liberdade da inovação cotidiana, e tudo virou consumo. Compre pronto, use por pouco tempo e jogue fora. Produza lixo, e não se preocupe com onde ele vai parar. Não crie nada, deixe isso para os especialistas.leia mais >>

Sobre o valor das ratoeiras

O post abaixo foi agregado por RSS. Link original
---

Steven Johnson na Time:

(...) nós temos rastreado somente uma parte da estória da inovação. Se eu vou para a faculdade e invento uma ratoeira melhor, eu criei valor, que posso proteger com uma patente e capitalizar vendendo minha invenção para consumidores. Mas se outra pessoa descobre uma maneira de usar minha ratoeira para substituir sua caríssima máquina de lavar, essa pessoa também criou valor. Nós tendemos a por a ênfase no primeiro tipo de criação de valor porque existe um pequeno número de inventores que ganham muito com suas ratoeiras e por isso viram celebridades. Mas existem centenas de milhões de consumidores e pequenos negócios que encontram valor nessas inovações descobrindo novas maneiras de colocá-las em uso.

(tradução livre minha)