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Iluminismo do século XXI

Glerm compartilhou esse post do boingboing com mais um vídeo da série RSA Animate (ilustrado pela cognitive media): iluminismo do século XXI.

Pra quê?

No começo do mês passado, mandei um email pra lista metarec levantando algumas questões que estavam passando pela minha cabeça. Em resumo, ia por aqui:
eu tenho me perguntado de maneira mais aprofundada sobre a existência disso tudo. Acho que eu tenho uma certa nostalgia por um tempo em que a MetaReciclagem reunia uma dúzia de pessoas dispostas a fazer coisas juntas. Hoje a lista metarec tem 368 pessoas, e pouco ou nada se articula por aqui.
e mais pra baixo:
Faz sentido buscar um nexo, tentar encontrar pontos em comum e possibilidades de ação conjunta? Será que ainda é possível articular a idéia de 'comunidade' distribuída ou isso é coisa de 2001?
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Lógica colaborativa

Ontem rolou na Cooperativa Educacional de Ubatuba uma palestra do Rappin' Hood, organizada por alunxs do terceiro ano. Gostei da disposição dele em vir, mas não consegui chegar perto dele ao final pra trocar uma idéia - a garotada o cercou em busca de fotos e autógrafos. Tá valendo. No meio da apresentação, ele deu um exemplo de como a lógica colaborativa baseada em reputação funciona na prática: "várias vezes, eu conseguia comer sem ter dinheiro. Pra isso, tinha que manter a palavra: dá pra ir acumulando e ficar devendo, mas um dia tem que pagar".

Social futures

A sessão de abertura da conferência de Tecnologia Social do Futuresonic foi certamente uma das mais interessantes. Eram 6 pessoas distribuídas em dois sofás no palco: Matt Jones, James Wallbank, Shannon Spanhake, Ravikant, Gerd Leonhard, Chris Heathcote. Cada 1 falava por alguns minutos, e depois eu e mais 2 painelistas - Beryl Graham e Andrew Woolard - fazíamos perguntas ou tecíamos comentários. A sessão foi apresentada pelo diretor da conferência Drew Hemment, e pautada por questões levantadas por Matt Locke e Aleks Krotoski. Além dessa dúzia de pessoas, olhe só, ainda tinha gente na platéia que ao final podia pegar os microfones e continuar o debate.
Abaixo as anotações do meu caderno. Desculpem os equívocos e incompletudes.
Matt Jones / Dopplr
Friending can be harmful.
Autistic language.
Language of relationships is limited - we ought to think in terms of transactions.
Can we kill friending?

Dos comentários: projecto familiar strangers, que coleta ids de bluetooth e analisa padrões. "My frienemies".
Eu comentei alguma coisa na linha "claro que friending é overstated, mas nem tudo é transação. friending é identidade, e pode trazer benefícios a um monte de gente". Ou algo assim.

James Wallbank
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Perguntas sobre jornalismo colaborativo

Vi que o Träsel publicou as respostas que mandou para uma estudante de São Paulo, sobre jornalismo participativo. Eu também recebi as perguntas, e resolvi não pensar muito a respeito. Respondi na ordem que aparecem, fui um pouco redundante e eventualmente contraditório (tem um caminho alternativo pra ler essas respostas, pensando que não tinha uma opinião prévia, fui chegando a algum ponto à medida que lia as perguntas e respondia).

> 1- O que é jornalismo colaborativo para você?

Não tenho uma opinião formada. Me parece em grande medida
uma expressão hiperbólica como "web 2.0" ou "comunidades
virtuais" há alguns anos. Acredito em produção intelectual
colaborativa, e acho que é possível que aconteça na esfera
do jornalismo, mas é muito menos do que se fala por aí.

> 2- Qual é o papel do jornalista dentro do jornalismo colaborativo? Seria
> filtrar e checar as informações?

Pelo que entendi, estás tratando "jornalismo colaborativo" como
esses sites de publicação coletiva dentro da estrutura das empresas
de comunicação de massa, é isso? Se é esse o caso, e no Brasil,
acho que o papel do jornalista, infelizmente, é antes de tudo manter
as coisas sob controle, evitar que seus patrões sejam objeto de
acusações, e depois disso fazer o possível para que os seus sítios
mantenham uma aparência de colaborativos. Se, por outro lado,
queres pensar o jornalismo colaborativo sob uma perspectiva mais
abrangente, de ação em rede que se afirma de forma emergente,
de forma autônoma, o papel do jornalista é o mesmo de qualquer
outro nó de rede: interagir, reprocessar, misturar, interpretar.

> 3- Você acredita que existe jornalismo colaborativo no Brasil? Qual é a
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Exercício de moderação coletiva

tô ajudando o pessoal do Bank of Common Knowledge aqui em Barcelona.

Eles me pediram pra elaborar um exercício de "pedagogia
P2P", trazendo algum tipo de prática da web pra oficinas
presenciais, sem computadores. Aí comecei a rascunhar
um exercício que simula os sistemas de moderação coletiva
baseados em reputação/karma, como o do slashdot, plastic
e afins. Escrevi um textinho sobre o contexto, sobre tentar
encontrar um meio-termo entre a figura de um editor central
e a ausência total de moderação. E comecei a elaborar o
exercício, até chegar em um ponto em que acho que se
adicionar alguma coisa fica complexo demais, mas se não
adicionar o sistema não fica completo. E queria a opinião
de vocês sobre como terminar. Ou refazer tudo. Ou desistir.

Assim até agora:

1 Cada participante escreve alguma coisa em cinco pedaços
de papel.
2 Todos os pedaços de papel são colados em um mural que
tem cinco linhas: +2, +1, --, -1, -2.
3 Cada participante vai ler cinco textos de outras pessoas, e
pode movê-lo uma linha pra cima ou para baixo. Podem ser
textos que já foram avaliados.

Aí chega o ponto: pra ter um sistema de karma efetivo, as
pessoas que escreveram os textos mais bem cotados
deveriam ganhar pontos de moderação e poder influir
mais em outra fase. Também não sei sobre a economia
dos posts... se eu deixar as pessoas mexerem em mais
textos do que escreveram, desequilibra, mas pode ser
interessante.

Enfim, aberto a pedradas.
 Mandei na lista metarec.

Rádio Colaborativa

Segunda-feira vai ser lançada oficialmente a experiência da Rádio Cultura AM em Sampa, capitaneada pelo Avorio e pelo Juliano. Mesmo sem saber ainda do que se trata, fico feliz. É longo o processo de trazer a colaboração pra dentro da mídia tupiniquim. Longo, desgastante e frustrante. Eu desisti antes de começar. Quero registrar meu desejo de boa sorte para eles (e todxs que vão colaborar com o projeto). O site ainda não abre muito o jogo, mas me cadastrei lá pra receber mais informações.

Ainda quase no mesmo assunto, semana passada o Conectado, livro do Juliano, foi útil, me ajudando a encontrar o foco para uma oficina de colaboração que tenho que escrever (e que ainda assim não terminei). Mandei um e-mail pra ele com alguns comentários sobre o livro. Em essência, acho ele interessante para o que se propõe, ajudar a explicar web colaborativa, principalmente em faculdades de comunicação. Mas me incomodou um pouco uma linguagem objetiva por demais, talvez muito perto de livros nortamericanos sobre assuntos semelhantes. Mas isso tem a ver mais com vícios meus do que qualquer outra coisa.