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Questões eternas

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 Patrícia Cornils me mandou esse vídeo. Valeu!

Bifo: Depois do Futuro

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Bifo: After the Future from Preempting Dissent on Vimeo.

Frequência Aberta

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Semana passada fui entrevistado ao vivo pelo programa Frequência Aberta, da Rádio UFSCAR. A conversa rolou muito bem. Falamos sobre meu livro, sobre cultura digital experimental, política cultural e tecnologia. O audio do programa está disponível para acesso e download aqui.

Achei bastante interessante o formato do programa. Muito parecido com um formato que eu já quis desenvolver: programa ao vivo com conversas, música livre, tudo disponibilizado para download. Eles usam o Rivendell para gerenciar a rádio, uma solução interessante para experimentar na Gaivota.

Atualizando: o áudio estava corrompido, mas falei com o pessoal e eles subiram outra versão (em ogg) que está ok.

O Futuro da Arte

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Algumas novas personalidades inseridas no mundo da "arte" comentando sobre possibilidades trazidas pelas novas tecnologias e algumas consequências delas.

The Future of Art from KS12 on Vimeo.

Entrevistadxs:

Aaron Koblin aaronkoblin.com, Michelle Thorne thornet.wordpress.com, Caleb Larsen caleblarsen.com, Régine Debatty we-make-money-not-art.com, Heather Kelley kokoromi.org, Vincent Moon vincentmoon.com, Ken Wahl depthart.com, Reynold Reynolds reynold-reynolds.com, Bram Snijders sitd.nl, Mez Breeze furtherfield.org/​display_user.php?ID=403, Zeesy Powers zeesypowers.com, Joachim Stein joaoflux.net, Eric Poettschacher shapeshifters.net

O século do self

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Assisti há algumas semanas aos quatro episódios do documentário The Century of the Self, lançado em 2002 pela BBC. É uma bela produção que conta como as teorias da psicanálise e seus derivados foram utilizadas de maneira deliberada para formar uma sociedade individualista, consumista, politicamente infantilizada e superficial. O documentário começa relatando a influência que Edward Bernays, sobrinho de Freud e praticamente criador daquilo que nos Estados Unidos é chamado de PR, "relações públicas" (em um sentido que mistura o que no Brasil a gente entende pelos nomes publicidade e relações públicas), exerceu na formação dos imaginários contemporâneos daquele povo e do mundo. Depois investiga a fundo como diversas criações do mundo da psicologia foram apropriados pela indústria e pela classe política.

O documentário avança até a reeleição de Clinton nos EUA e a eleição de Tony Blair no Reino Unido, mostrando um monte de casos reais de verdadeiras conspirações para tolher o direito à democracia, transformar as pessoas em meras engrenagens da estrutura internacional capital-consumista e oferecer fragmentos de satisfação em forma de produtos - o que diminui o impulso por transformação.
É uma discussão triste, e nisso se mistura com a perspectiva dos Futuros Imaginários de Richard Barbrook. O mesmo Bernays, inclusive, foi um dos responsáveis da feira mundial de Nova Iorque em 1939, que abriria o caminho para a feira de 1964 que é a espinha dorsal do livro de Barbrook.

Documentário obrigatório. Eu só acho uma pena que ele pare justamente antes da era Bush. Gostaria de ver uma análise parecida dos dias de hoje.leia mais >>

Materialismo, tempo, sociabilidade

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Bruce Sterling, no encerramento do Reboot 11 (em 2009):

"Para pessoas da sua geração e especialmente suas crianças, objetos são impressões [printouts]. São melhor entendidos como impressões. Não são tesouros, não são coisas que você quer, não são coisas para estocar, não são riqueza material, são basicamente relacionamentos sociais congelados. É isso que essas cadeiras são, e esse prédio, e aquela fita isolante e tudo mais.

Vocês precisam pensar neles não em termos de 'Oh, eu tenho essa caneta e preciso manter minha caneta.' Vocês precisam pensar nesses objetos em termos de horas de tempo e volume de espaço."

E mais tarde:

"Agora, você pode argumentar que d"eve economizar e só comprar coisas baratas, ou tentar desmaterializar. Não ser materialista, e contentar-se com coisas que são muito baratas ou orgânicas. Esse não é o caminho a seguir. Economizar não é social. Quando você economiza, você está deixando outra pessoa com fome. De verdade. Se você não der dinheiro a elas, elas não terão nenhum dinheiro. E se elas não te oferecerem nenhum dinheiro, você não terá nenhum dinheiro. Isso não é um fluxo social, nem mesmo um relacionamento social.""

Antropofagia, tropicalismo, remix

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"A economia das redes, das relações pós nacionais, dos novos territórios afetivos e produtivos, parece nos mostrar uma espécie de brasilização do planeta, tanto no que pode haver de clichê quanto de potente nesta expressão. A antropofagia surge como a única paz possível neste ambiente de diferenças que aparecem como nas imagens do tropicalismo: a 'geléia geral brasileira' vira a 'geléia geral global'. A antropofagia é assim a paz construída a partir da potência, da singularidade, e não da renúncia e do medo.

Um movimento que no Brasil propriamente dito tem a ver com a ascensão social de milhões de pobres que vimos nos últimos anos, com a maneira como a antropofagia se radicaliza numa inventividade de remix que explode qualquer limite possível do “campo da cultura” ou da “classe artística”, e faz a criatividade atravessar a vida social de uma tal forma que várias novas possibilidades econômicas, e várias novas formas de relação entre trabalho e vida, aparecem a partir daí."

Uma entre muitas ideias interessantes no artigo "De Caetanos, cotas e passeatas contra guitarras", no site da Universidade Nômade. Dica de Giuseppe Cocco. Lembrei do Viveiros de Castro: Tudo é Brasil. E da gambiologia, claro.

Inovação e tecnologias livres - parte 2 - hojes e depois

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No post anterior, eu comentei sobre o sucesso que alcançamos em algumas batalhas da luta conceitual que começamos há quase uma década: hoje, quase todo mundo entendeu que iniciativas livres, abertas e colaborativas podem ser muito mais inovadoras do que as fechadas e proprietárias. Quase todo mundo entendeu que as redes online estão aí entremeadas em vários aspectos do cotidiano das pessoas, não só para fazer negócios ou perpetuar uma relação autoritária de transmissão de conhecimento em um só sentido. Quase todo mundo entendeu que é possível pensar em tecnologias apropriadas para a transformação social. Agora precisamos ir adiante, entender quais são os perigos do caminho e pensar em quais são os próximos passos. Esse post se propõe a levantar algumas dessas possibilidades.leia mais >>

Inovação e tecnologias livres - parte 1 - a década que foi

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Essa virada de ano foi diferente. Não entrei muito no clima de reveillon, porque estava totalmente focado em outros assuntos - minha filha estava a caminho na longa estrada para este mundo, e acabou nascendo no dia 20 de dezembro. Nessa distração mais que justificada demorei bastante para perceber que, mais do que outro ano, a gente começaria uma nova década. A contagem do tempo é aquela coisa arbitrária - na prática não faz muita diferença se o ano é redondo ou não - mas de qualquer maneira existe uma carga simbólica associada ao espaço de dez anos. Só fui prestar mais atenção nisso quando a gangue devolts propôs o baú da década, e isso me deixou pensando em tudo que aconteceu desde 2001. Não consegui mandar muita coisa pro baú, mas esse texto vem como uma resposta àquela provocação. O texto tem duas partes. A primeira vai abaixo, a segunda está disponível aqui.

O começo do milênio

Dez anos atrás, naquele começo de década que foi também começo de milênio, eu tinha acabado de decidir que continuaria em São Paulo. Havia me mudado para a capital do concreto no ano anterior para viver com a família de meu pai, mas ele estava retornando a Porto Alegre. Foi o coração que me convenceu a permanecer. O coração romântico, apaixonado por aquela que veio a se tornar minha amada e mãe da minha filha, mas também o coração da coragem, do desafio. Me incomodava a ideia de voltar a Porto Alegre sem ter realizado nada de relevante. Fiquei. Para pagar as contas vendi o carro, comecei a trabalhar em uma produtora multimídia e de internet, mudei para uma casinha pequena e simpática a dois quarteirões do trabalho.leia mais >>

Gambiologia - A criatividade que nos faz humanos

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Escrevi esse texto para o catálogo da mostra Gambiólogos, que aconteceu mês passado em BH.

Três minutos antes da abertura, artistas e integrantes da equipe de montagem ainda subiam e desciam as escadas do espaço Centoequatro carregando ferramentas e material. Atenção totalmente concentrada na solução de questões de última hora. Não poderia ser diferente. Fred Paulino, idealizador e curador da exposição, conta que o Gambiociclo, peça sua com Paulo Henrique 'Ganso' e Lucas Mafra que indica o caminho para a sala, é um trabalho em progresso - ela se transforma, ganha novos elementos, evolui ao longo de cada iteração. Faz parte da maneira gambiológica de fazer as coisas: sempre em transformação.leia mais >>