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Notas sobre Barcelona

  • Ser consciente politicamente e ansiar por mudanças é motivo de orgulho.
  • Tem alguma coisa no ritmo da fala catalã que me lembra o português de portugal. Uma coisa de falar com a boca fechada, não sei.
  • Sair na rua é tropeçar em coisas interessantes acontecendo.
  • Barri Gótic é sim uma coleção de buracos de minhoca, mas tem turistas demais, mesmo em novembro.
  • Mediterrâneo. Fazem 13 anos que eu não moro perto do mar. O ar é outro.
  • As pessoas usam as ruas como sala de estar. Eu também.
  • Lá vem cliché, mas e daí? - Gaudí é de cair o queixo.
  • Preciso de um trampo leve, que pague razoavelmente e não exija muitas horas. E o doido é ter a impressão de que vai rolar.
  • Muitos espaços e muitas pessoas interessantes a conhecer.
  • Vou pra rua de novo.

Jornada

E foi só eu querer escrever que o blog saiu do ar de novo. Agora por um bom motivo, a reinstalação da Aletta, que tava merecendo um trampo mesmo. Mas aí que perdi um pouco do impulso inicial de contar, vou aqui meio forçado.

Rolou a jornada. Cinco pessoas, uma cocker spaniel, dois violões, um monte de malas e uns 2500 km. Saímos de Dresden, passamos por Mannheim e Füssen na Alemanha; Berna, Lausanne e Genebra na Suíça, Chambéry e Carcassonne na França e chegamos em Barcelona, Catalunya. Eu e Carol ainda voltamos à última cidade da França pra devolver o carro alugado. No caminho, um monte de histórias.

Tomamos carona, vimos cores de outono, viajamos em direção ao inverno. Andamos à beira do Rhein en Mannheim, visitamos o castelo de Heidelberg. Alta simbologia maçônica por todo lado, meio bizarro. TInha um barato meio Rohan por lá. Seguimos e pegamos três dias de neve em Füssen, e a zero grau eu lembrei de Porto Alegre, e consegui também entender o silêncio, a solidão e essa vontade maluca do ser humano querer vencer a natureza. Tudo em uma fração de segundo, pisando na neve fofa e vendo flocos brancos caírem do céu.

Na última cidade da Alemanha, compramos um saco grandão de maçãs por 1 euro. Cruzamos uns 50km de Áustria e chegamos na Suíça. Ali entendi outras coisas. Dinheiro por todo lado. Berna é uma cidade antiga, numa localidade privilegiada. O lago Le Mans é uma visão fantástica. Genebra me impressionou. Senti a cidade mais aberta que as outras na Suíça e que muitas cidades alemãs, mas tive uma sensação de incômodo quase físico por não vestir roupas alinhadas e na moda. Difícil de explicar, uma sensação de inadequação. leia mais >>

De partida


Dresden inventou de esfriar pacas nos nossos últimos dias aqui. Amanhã a previsão é de máxima de 6 graus. De manhã a gente entrega as chaves, à tarde vamos de carona (agenciada por um site, fácil fácil) pra Mannheim encontrar o resto do bando. De lá vamos de carro pro sul da Alemanha, depois atravessamos Suíça e França, até chegar na quinta que vem em Barcelona. Ainda volto uns 200 km no dia seguinte e devolvo o carro no sul da França, pra evitar a taxa absurda de mais de 300 euros por causa de uma fronteira. E à noite vou ao Hangar Obert falar sobre o que ando preparando & armando.

Pra ler durante a viagem, baixei do site do Cardoso os arquivos completos do COL. Engraçado e meio incômodo me reler por lá, mas uma delícia lembrar dos 7 COLunistas.

Zero dollar laptop

James Wallbanks, via Rob Kranenburg:

The zero dollar laptop is here!

The zero dollar laptop is widely available to individuals in the developed world. It’s also available to businesses, governmental organisations and NGOs. It’s also available in the developing world. Distribution is ramping up.

The zero dollar laptop comes in a variety of specifications.

The current typical specification of the zero dollar laptop in the UK is around 500mHz, with 256mB RAM, a 10 gigabyte hard disk, a network card, a CD-ROM, a USB port and a screen capable of displaying at least 800×600 pixels in 16-bit colour. Many zero dollar laptops are better specified. (Its close cousin, the zero dollar desktop, typically runs at 1000mHz or faster.)

 

 

 

Praha

Ontem fizemos um bate e volta a Praga, pra levar uns quadros e outras coisas pra uma amiga que os tinha emprestado. Com umas horas sobrando naquela cidade maluca, fugimos do meião turístico ali e fomos mais pra perto do Vltava dar um rolê, saindo pela Universidade do Carlinho. Encontrei uma estátua do Kafka no caminho, e fiquei pirando naquelas infinitas fachadas trabalhadas. Ficaria mais tempo por lá. Como tinha dormido pouco nas duas noites anteriores, voltei no trem naquele estado de torpor e tendo breves momentos de delírio alucinatório, talvez por falta de alguma enzima. Anotações no meu caderninho de papel vão desde pedaços de um conto meio-policial meio-mágico até a frase "Frank Zappa is the great Cornholio", o que não deixa de fazer algum sentido.

Ironia

Pootam3rd4. Passei o dia com uma questão na cabeça.

Ironia é uma delícia, mas cada vez mais percebo que a galera não entende. Leva a sério, e aí phodeu. 

Individuação

Novaes traduz simondon:

Não sabemos exatamente no que pode dar a relação efetiva entre elementos heterogêneos, o que podemos chamar um ser coletivo no sentido amplo (composto então de objetos, de coisas, de indivíduos, de idéias, etc) posto que essa relação engendra necessariamente um regime de individuação, isto é, a emergência de algo que não pode ser reduzido nos elementos que o compõem, nem a uma totalidade qualquer.

Respondendo sobre MetaReciclagem

Vamo lá...

On 10/5/07, Danilo Fraga  wrote:

> Primeiro seu nome, idade, o que você faz no MetaReciclagem.

Felipe Fonseca, 29. O que eu faço é falar com pessoas, ler
e escrever um monte de emails todo dia. Não sei se tem um
nome pra isso. Às vezes eu me chamo de "articulador", mas
depois desisto.
 
> O que é a MetaReciclagem? E o que vocês fazem? Dê exemplos concretos de
> MetaReciclagem.

MetaReciclagem é uma rede, um bando, uma multidão de
pessoas interessadas em promover a desconstrução e a apropriação
de tecnologia.

> Você acha que a tecnologia atinge os ricos e pobres do mesmo modo?

Acho que "a tecnologia atinge" é uma construção meio bélica. Dá pra
entender uma bomba como tecnologia aplicada e aí pensar que sim,
ela atinge as pessoas. Mas se a gente se concentrar mais em tecnologias
de informação e comunicação, e aí acho que "atingir" é um conceito
limitado. Sei que cada pessoa tem uma compreensão e faz um uso
diferenciado da tecnologia. Sei que tecnologia também é mais do que
computadores e aparelhinhos: vaso sanitário, tesoura e fósforos também
são tecnologia. E não me preocupo tanto com "ricos" e "pobres", e sim
em ajudar pessoas com potencial de se tornarem inventorxs a terem a
possibilidade de desenvolver esse potencial.
 
> O que você acha dos meios "alternativos" de acesso à tecnologia, como as
> feiras piratas? Como eles afetam a inclusão digital no Brasil?

Feiras piratas? Não conheço nenhuma. Estás falando de praças de camelô?
Se pegar pelo viés econômico, acho que agrupamentos de comércio que
não pagam impostos facilitam muito no acesso a diversos produtos, entreleia mais >>