design para variabilidade

uma pergunta que fiz ano passado:

levando em conta que tem cada vez mais, ou pelo menos a gente tá tomando cada vez mais consciência de movimentos, grupos, projetos, pessoas, que têm essa intenção da gambiarra, essa questão de desconstruir o objeto técnico, desconstruir idéias pré-concebidas, desconstruir paradigmas... pensando na possibilidade de isso ser uma parte de um sistema que tá aí, mas que isso pode pautar o desenvolvimento tecnológico, ou seja, por causa de toda essa movimentação a gente acabar influenciando o poder de decisão do processo de planejamento e desenvolvimento do objeto tecnológico... pensando na possibilidade de já existirem objetos pensados com essa questão da imprevisibilidade... ou seja, um objeto técnico produzido com isso. como é que fica essa relação com, sei lá, imaginar que uma corporação vai encampar essa idéia, vai lançar um objeto técnico com essa imprevisibilidade, mas às vezes vai lançar essa imprevisibilidade controlada, vai dizer "até aqui tá aberto, a partir daqui é fechado". a nokia já tá usando software livre no tablet, quase tudo é aberto, mas tem uma parte do software que é fechada. eles lançam uma imprevisibilidade, tem som, microfone, wifi, faz o que quiser, conecta no celular e tal, mas nessa parte aqui cês não tocam. e até que ponto isso não acaba até desmobilizando a gente. quer dizer, toda a questão de resistência, a gente acaba dizendo ah, os caras tão entrando no jogo, ajudando o software livre. como é que a gente pode garantir que o caráter de inovação, de contracultura, resistência, seja lá como chame, não vai ser apropriado [de uma maneira ruim], não vai ser desmobilizado a partir do momento em que essas idéias passem a influenciar o próprio processo de desenvolvimento.

e tentando pensar em uma resposta, acho que aqui tem algumas pistas.