Archive - Mar 2009 - Blog entry

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March 13th

Anotações de vôo

Ganhei uma carona de casa até o aeroporto de Congonhas, onde ia tomar o frescão até Guarulhos. Fui bem cedo, pra evitar problemas. Até chegar no aeroporto, usava havaianas e carregava as botas com pelos por dentro na mão. A previsão para Amsterdam era frio (para os nossos padrões). Domingão paulistano, aquela cidade impessoal, vazia de almas, em boa parte do caminho. A lua me acompanhava, dizendo boa viagem. Tentei fotografá-la, mas foto de celular é lixo.

O vôo para Amsterdam vai fazer uma escala em Lisboa. Check-in muito tranqüilo. Uma poltrona F, corredor interno na direita. Sem vizinhos: duas poltronas só para mim. Equipe de bordo simpática, e avião aparentemente novo. O sistema de multimídia, pessoal, com touchscreen e controle remoto, rodava Linux. Eu sei porque o meu travou, reiniciou o X, travou de novo, deu um reboot até funcionar. Engraçado que o fato de ser linux evitou que eu ficasse puto. Se fosse esperar o boot do windows, certamente teria reclamado com o comissário. Aliás, o comissário veio confirmar que eu queria comida vegetariana. Não queria. Mas o senhor pediu. Não pedi. Quem comprou minha passagem deve ter pedido. O senhor precisa se descadastrar, senão em todos os vôos da TAP vai aparecer como vegetariano. Ok. Menu impresso.

Até Lisboa, tudo ok. Cheguei até a dormir uns 20 minutos e depois uma horinha (eu nunca durmo em aviões, mas fica mais fácil ocupando duas poltronas). Passei liso na alfândega. Gosto de ouvir o sotaque português. Aeroportos são não-lugares. Eu costumo gostar das surpresas no hall, mas dentro das salas de embarque tudo é muito asséptico e frio.

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Bricolabs no wintercamp

O primeiro encontro presencial propriamente dito dos Bricolabs, dentro da programação do wintercamp, foi muito importante. Mais do que finalmente conhecer algumas pessoas com quem converso há mais de dois anos, compartilhar o cotidiano por cinco dias foi interessante pra dar uma dimensão das aspirações, sonhos e possibilidades dessa rede. Algumas idéias que antes pareciam meio soltas no espaço passaram a fazer sentido. Pessoas que não confiavam muito umas nas outras (talvez um traço comum de pessoas pós-enredadas ou post-networked) foram aos poucos abrindo sorrisos e as portas de seus imaginários e casas.

venzha, philipe, alejo, james, vicky

Ao contrário de algumas outras redes que tinham uma agenda bem definida e objetiva, nos demos a liberdade de esvaziar o copo antes de começar a servir. Rob van Kranenburg moderou o processo, começando com questões diretas a todxs e juntando as respostas no flipchart: o que somos,  que nos falta, o que queremos, etc. Chegamos a algumas bases comuns sobre a natureza da rede, princípios de relacionamento e descentralização. Houve alguma tensão por conta de maneiras diferentes de entender as coisas e atuar, mas fiquei feliz porque no fim estávamos bem alinhadxs.leia mais >>

March 4th

Uíntercâmpe

Estou desde segunda-feira em Amsterdam, participando do Wintercamp. É a primeira vez que a rede bricolabs tem alguns dias para pensar em si mesma. Pra mim está sendo muito bom finalmente conhecer em olhonolho as pessoas com quem troco emails há tanto tempo. Não vou listá-las pra não esquecer ninguém,  mas estou gostando muito das idéias de cada 1 e das possibilidades de intercâmbio e de projetos futuros: muita raqueação de redes sem fio, de streaming, robótica de baixo custo, de prototipação rápida e outras coisas. Se pans alg1s gringxs aparecem pro próximo encontrão de MetaReciclagem.

Além disso, trocar idéia com as outras redes é demais. Ver como as pessoas trabalham, e sacar que cada rede tem um comportamento diferente, é interessante.

Amanhã eu blogo de verdade. O moleskine tá cheio de anotações...

Do meio do inverno

A viagem foi das mais tranquilas que já tive, apesar da escala em Lisboa. Na fileira de 4 poltronas, só eu e mais um cara do outro lado. Até dormi quase uma horinha.

Um pouco de jetlag me persegue até agora (ouvi que um dos organizadores capotou por isso). Mas vqv.  Na escala, pensei na escola de Sagres e em como devem ser as estradas de Portugal.

Adoro estradas.

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Sobe a França. Do avião, um cobertor cinza segurava lá embaixo o inverno. Engraçado pensar que a 30.000 pés tem sol, mas lá embaixo a galera sofre com a falta dele. Inverno isolado por água gasosa. Em qualquer tempo ruim, é só subir alguns quilômetros e pronto, o sol aparece.

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Muitas impressões indizíveis. O inverno aqui é o inverno. Me lembrei do peso que o clima (aquele, atmosférico mesmo) tem no espírito dxs europxixs. E como nosso clima caótico traz uma imprevisibilidade de humor durante o ano. Aqui o pessoal é feliz no verão, deprimidxs no inverno.

--Primeiro dia: dei um rolê pelo bairro. Voltei com dores e arrependimentos. Frio demais. Afeta o espírito. Mas também era jetlag. Amanhã vou tentar sair outra vez.