Os últimos meses não deixaram muita folga para relatar da maneira habitual os eventos pelos quais passei. A própria quantidade de eventos e projetos, minhas aventuras acadêmicas, a mudança de volta para Ubatuba e uma viagem de dois meses (com mais eventos e projetos) atrasaram ainda mais meu ritmo de documentação. Cheguei em casa semana passada doido para contar sobre as últimas andanças, mas a lista de coisas a documentar acabou me bloqueando.
Vou então, como comentei em outro post, deixar de lado o capricho virginiano e contar por cima alguns episódios. Começo com o fim do relato sobre as Jornadas Ciudades Creativas, organizadas pela Fundação Kreanta em Medellín (Colômbia) em outubro do ano passado. Eu já publiquei a primeira parte do relato sobre minha participação. Este não chega a ser um post curto, mas normalmente eu faria mais dois ou três.leia mais >>

Em algum ponto do relativamente curto trajeto entre Atlanta e Albuquerque, comecei a prestar atenção à paisagem pela janela do avião. O horizonte se elevava aos poucos, passando por bonitas rochas recortadas e continuando a subir. O verde dava lugar àquela cor avermelhada dos desertos do oeste estadunidense. Sobrevoando aquela amplidão seca, fiquei pensando sobre as dificuldades de fazer funcionar uma cidade contemporânea ali. A aridez só era cortada por ilhas verdes, provavelmente instalações agrícolas intensivas. Alguns açudes, cercados do que parecia ser areia. Imaginei o transporte de combustível pelo meio do deserto. O consumo, a logística. A guerra para sustentar esses fluxos.

