trip

Fast-Forward (FFWD) - Ciudades Creativas, parte 2

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Os últimos meses não deixaram muita folga para relatar da maneira habitual os eventos pelos quais passei. A própria quantidade de eventos e projetos, minhas aventuras acadêmicas, a mudança de volta para Ubatuba e uma viagem de dois meses (com mais eventos e projetos) atrasaram ainda mais meu ritmo de documentação. Cheguei em casa semana passada doido para contar sobre as últimas andanças, mas a lista de coisas a documentar acabou me bloqueando.

Vou então, como comentei em outro post, deixar de lado o capricho virginiano e contar por cima alguns episódios. Começo com o fim do relato sobre as Jornadas Ciudades Creativas, organizadas pela Fundação Kreanta em Medellín (Colômbia) em outubro do ano passado. Eu já publiquei a primeira parte do relato sobre minha participação. Este não chega a ser um post curto, mas normalmente eu faria mais dois ou três.leia mais >>

Do outro lado

Boiando por aí... ficamos dezoito dias suspensos em uma bolha algo neurótica mas ainda assim surpreendentemente interessante. Chegando a Hamburgo, cidade grande e cheia de gente (pelo menos aqui perto da estação central do trem). Saímos para dar uma volta. A pequena dormiu quando descemos e só acordou no elevador, na volta. Mas tudo bem. Tropecei em pessoas na rua. Muita loja metida a besta, mas também aquele costumeiro grupo de punks sentados em frente à estação, gritando impropérios para todxs menos seus cachorros. E Hamburgo tá que é um Brasil só...

Essa semana, algumas voltas pela Alemanha e depois conhecer Helsinque para preparar minha parte do Pixelache. Vamo que vamo!

Diário do ventre da besta - parte 3

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Última parte do meu relato sobre a participação no ISEA, em Albuquerque, setembro do ano passado. Veja também a parte 1 e a parte 2.

 

No café da manhã de sábado, todos os americanos tinham os olhos grudados na imensa TV do salão. Cobertura da campanha presidencial - Romney tinha falado alguma besteira. Encontrei parte da turma brasileira, e logo Teresa nos deu uma carona até o Centro Nacional de Cultura Hispânica (NHCC), que sediaria o Fórum Latinoamericano do ISEA.

É forte essa coisa da identidade "hispânica" naquelas paragens - me pergunto se os estadunidenses chegam a atinar a relação etimológica com "Espanha" ou se já significa uma coisa totalmente diferente. Penso também no pesado legado da política do multiculturalismo, que acaba induzindo as pessoas a se identificarem com alguma "minoria". Engraçado ver em Albuquerque aqueles carrões antigos, conversíveis, guiados por "hispânicos" tatuados, totalmente enquadrados no estereótipo cultural.

O Centro de Cultura Hispânica é grande, bonito, bem estruturado. Salas, auditórios, um pátio amplo com palco debaixo de uma larga árvore que alivia um pouco o calor. Tem uma grande placa do Instituto Cervantes, que infelizmente me fez lembrar dos tropeços do CCE de São Paulo, desaparecido graças às inversões políticas de Madrid. Logo na recepção, Fred Paulino conta que Ganso havia enfartado e estava no hospital. Justo nos EUA, que têm péssima fama na saúde.leia mais >>

Diário do ventre da besta - parte 2

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Segunda parte do relato sobre minha participação no ISEA, em setembro de 2012. Por enquanto vai sem os links mesmo. Assim que conseguir eu publico a terceira e última.

Veja também: parte 1 e parte 3.

Em algum ponto do relativamente curto trajeto entre Atlanta e Albuquerque, comecei a prestar atenção à paisagem pela janela do avião. O horizonte se elevava aos poucos, passando por bonitas rochas recortadas e continuando a subir. O verde dava lugar àquela cor avermelhada dos desertos do oeste estadunidense. Sobrevoando aquela amplidão seca, fiquei pensando sobre as dificuldades de fazer funcionar uma cidade contemporânea ali. A aridez só era cortada por ilhas verdes, provavelmente instalações agrícolas intensivas. Alguns açudes, cercados do que parecia ser areia. Imaginei o transporte de combustível pelo meio do deserto. O consumo, a logística. A guerra para sustentar esses fluxos.

O aeroporto de Albuquerque (chamado Sunport, "porto do sol") poderia estar em alguma cidade turística litorânea. Cores fortes, uma luz quente vinda de fora. A influência mexicana é bem caracterizada, ao ponto da artificialidade - mais reconstrução do que herança. Encontrei um telefone público (que realmente tinha uma lista telefônica pendurada) e usei um quarto de dólar para ligar ao hotel requisitando o serviço de traslado. Em alguns minutos chegou uma van para me buscar. Espaçosa e silenciosa, como o próprio deserto havia parecido lá de cima. Lembrei de Jim Morrison fritando ao sol, viajando nos silêncios.leia mais >>

Diário do ventre da besta - parte 1

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Primeira parte (de um total ainda não estimado) do relato sobre minha participação no ISEA, setembro passado, em Albuquerque, Estados Unidos. Estava tentando terminar o texto antes de publicar, mas fazem semanas que ele congelou. Envio assim para esquecer esse começo e respirar um pouco.

Atualizando: veja a parte 2 e a parte 3.

Recostado em uma cadeira pouco confortável do aeroporto de Atlanta, vi o sol nascer alguns minutos após as sete da manhã, horário local. A data, vinte de setembro, me fez pensar na aurora precursora do farol da divindade que abre o hino do Rio Grande do Sul. Um dia me disseram que a cultura gauchesca foi um movimento artificial, articulado por uma classe média urbana em busca de identidade. Lembrei disso ali naquele aeroporto, olhando para os senhores de meia idade vestindo chapéus de cowboy como se não os tirassem nem para dormir, mesmo que a pele branca e fina sugira que não tomam sol há tempos. Até que ponto o cinema de faroeste foi uma influência para que os gaúchos urbanos quisessem buscar a imagem do tipo rude do campo para forjar sua identidade? Qual a profundidade dos tentáculos do império? Era minha primeira vez naquelas terras. Voltei com muito mais perguntas do que respostas. Passados mais de dois meses, faço aqui um esforço para documentar a viagem.

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ISEA

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Há alguns meses fui convidado por Andres Burbano, colombiano que vive nos EUA, a participar do Fórum Latinoamericano dentro do ISEA 2012, em Albuquerque (tenho sempre o impulso de falar "a" ISEA, mas é "o simpósio"). O convite veio direcionado: ele me indicou para participar de um debate sobre "mapeamento cidadão, balões e pipas" e outro sobre "labs abertos para tempos pós-digitais" (e não é por coincidência que lembra o título do meu livro). A organização do evento oferecia inscrição no simpósio e algumas noites de hotel. Como meu bolso anda menos que vazio, me inscrevi no programa de intercâmbio do muy contraditório ministério da cultura brasileiro. Semana passada fiquei sabendo que fui selecionado. Agora é correr contra o tempo para vencer a burocracia (enviar documentação complementar para Brasília, esperar o repasse, pedir o visto e enfrentar coleta de dados e entrevista, comprar a passagem a um preço decente). Se tudo der certo, vai ser minha primeira incursão à terra dos comedores de hamburguer. Prometo que conto como foi.

E já que esse apoio do ministério ajuda muito mas não resolve a vida e que o país de destino é a raiz do dinheiro do mundo, estou aberto a propostas de patrocínio. A cota mais cara é adesivo no laptop. Camisetas são mais em conta, mas exijo modelos e cores que me caiam bem. Boné, nem pensar só com muita grana.leia mais >>

Fortaleza

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Mês passado, fui a Fortaleza a convite da prefeitura de lá para falar sobre "Cultura e Comunicação", em um dos seminários preparatórios para Conferência Municipal de Cultura que acontece agora em novembro. Eles já vão para a quarta edição da conferência, e conseguem assim avançar em discussões e abrir ao público assuntos que usualmente passam longe da sociedade. Deveriam ser um exemplo para todas as cidades.
Fui muito bem recebido, tanto pelo receptivo da prefeitura quanto por amigos. Depois de um almoço no belo Passeio Público Uirá me levou para conhecer o Cuca Che Guevara, onde Paulo Amoreira é um dos coordenadores (mas não estava lá naquela tarde). O Cuca é uma estrutura enorme - com laboratórios, estúdios, piscina, teatro e tudo mais. Lembra o tipo de coisa que se imaginava fazer com as BACs, antes do começo de tudo. Tem também ares do SESC de São Paulo, oferecendo aquele ar de clube pra quem não tem acesso. O Cuca fica em um lugar fantástico, de frente para a foz de um rio. Fiquei lá pensando qual é o sentido de construir o centro de convenções de Ubatuba tão longe do mar.

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Acelerando

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Além das experiências continuadas com mapeamento - rolês de bicicleta para coletar traçados com o GPS, edição e publicação de mapas para o OpenStreetMap, e a montagem do site mapas.ubalab que vai receber camadas de conteúdo georreferenciado -, tem mais um monte de coisas acontecendo por esses dias. Anotando aqui para tentar manter a documentação em dia, apesar das maratonas.

Semana passada participei em Sâo Paulo do Fórum da Internet, organizado pelo CGI. Evento importante, promovendo o contato direto entre atores que em geral não se encontram. Foi bom também para rever um monte de gente. Na sequência, fizemos um encontrinho da MetaReciclagem no SESC VIla Mariana (onde estamos participando da exposição Pedaços da Terra), mesmo com a pesada chuva que escorria pelas bordas de São Paulo no sábado.

Esta semana vou a Fortaleza como convidado da Conferência Municipal de Cultura de lá (eles estão na quarta edição!). Vou falar sobre "Cultura e Comunicação". No mês que vem quero também tentar participar do Pré-forum de Cultura Digital que deve acontecer junto ao Festival Contato, em São Carlos - outra cidade cujo Conselho Municipal de Cultura tem trabalhado bastante.

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GamBHiólogos

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No dia seguinte ao encerramento do Fórum da Cultura Digital Brasileira (onde organizei o encontro Rede//Labs e um painel internacional sobre laboratórios experimentais e cultura digital), tomei um avião para BH. Fred Paulino e Lucas Mafra da Gambiologia tinham me convidado para a abertura (e para escrever um texto para o catálogo) da mostra Gambiólogos, que fazia parte do Arte.Mov BH.

O dia da viagem foi atribulado: logo de manhã, antes de sair para o aeroporto, tive a notícia de que um grande amigo da família havia falecido em sua casa no interior do RJ. Para completar, era justamente a semana que completaria um ano do falecimento do @dpadua, e eu estava indo para a cidade onde ele cresceu. Engoli as lágrimas (o que na semana seguinte me trouxe uma típica dor de garganta) e fui. Eu ficaria bem no centro de BH, no hotel Othon - em um quarto que por algum motivo me fez pensar na casa da minha avó, talvez pelos móveis de banheiro dos anos setentas.leia mais >>

Meio post - ciência, DIY, garagem e bairro

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Na semana que vem, atravesso o Atlântico mais uma vez. Vou participar do Labtolab no Medialab Prado, em Madrid. Vou estar lá focado principalmente na pesquisa RedeLabs, mas certamente com um olho colado na programação do Interactivos, que começa na mesma época. Nessa edição, o tema do Interactivos é ciência de bairro - como extensão do campo da "ciência de garagem" que tem aparecido cada vez mais por aí. Mesmo antes de saber do Labtolab, eu já estava querendo escrever alguma coisa sobre essa transição - da garagem para o bairro, da transição entre o espaço privado e o entorno - e a relação que isso pode ter com uma revitalização da própria ideia de comunidade - explorar curiosidades e aprendizados, levantar a indeterminação gambiológica, criar laços, trazer segurança e troca. Mas não consegui parar pra escrever, e acho que não vou conseguir tão cedo. Então vou colar aqui embaixo alguns links que tinha coletado pra ilustrar o raciocínio. Um dia eu retomo isso e escrevo.

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