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Lixo Zero - Changemakers

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Lixo ZeroSaiu hoje a notícia de que o projeto Lixo Zero, criado pelos Curadores da Terra, foi premiado na categoria Moradia Sustentável da competição Changemakers. O projeto trata da transformação de diferentes tipos de resíduo sólido em material de construção, com o uso de resinas naturais.
Parabéns a eles, e espero que aqueles planos de fazer um piloto do projeto em Ubatuba estejam andando bem.

Curadores da Terra

Conheci o trabalho dos Curadores da Terra ano passado, na programação paralela à COP-15 da Matilha Cultural, em sampa. Me impressionaram os tijolos feitos de materiais diversos. Há algumas semanas, recebi um informativo de uma rede de organizações de Ubatuba comentando que os Curadores da Terra estavam em tratativas com a prefeitura para implementar seu projeto de Lixo Zero. Troquei alguns emails com eles, e fui ontem conhecer Sérgio Prado e Márcia Macul, em sua bela casa na estrada pra praia da Almada. Conversamos por algumas horas, sobre vários projetos deles, mas também MetaReciclagem, lixo eletrônico, apropriação de tecnologias e projetos educacionais. Acho possível que se articule alguma ação metarecicleira na possível usina de tratamento de lixo. No mínimo, valeu a conversa.

Sala Verde de Ubatuba

Ontem fui conhecer a Sala Verde de Ubatuba (na Rua Acre, 404). O coordenador Beto Francine não está na cidade essa semana, mas conheci o Bruno, que toca um projeto por lá. As Salas Verdes são espaços socioambientais articulados pelo Ministério do Meio Ambiente. A Sala Verde de Ubatuba tem uma biblioteca temática, oferece cursos e tem alguns experimentos de permacultura e construção sustentável (aquecedor com garrafa PET, captação de água de chuva, filtro natural, aproveitamento de resíduos e poda, compostagem, construção com superadobe, etc.). Recebem visitações da rede escolar. Ano passado, com uma série de oficinas de construção sustentável, formaram 290 pessoas. O espaço é bem interessante - o restante do prédio era alguma secretaria da prefeitura, mas recentemente virou uma escola.

Esqueci de tirar fotos por lá, mas devo voltar nas próximas semanas.

Land commons

Fiquei de escrever pra Maira por que acho que a ideia de "land commons" e o risco de usarmos abstrações equivocadas. Um dos maiores exemplos que eu conheço de abstração equivocada é o termo "propriedade intelectual", que tenta transferir uma definição concreta ("propriedade") para o campo das ideias, onde a lógica é outra. Meu argumento é que o conceito de "commons" já passou por uma transposição semelhante (o último paper de Imre Simon - aqui, em PDF - definia justamente a ideia de rossio, termo em português que equivale ao inglês commons). O commons ou rossio já trata exatamente do mundo concreto - "terreno roçado e usufruído em comum". Quando se criou a creative commons, se fazia uma transposição semelhante, mais como metáfora do que definição: um rossio das ideias, rossio da criatividade - um espaço criado e usufruido em comum. Mas era, de alguma forma, uma limitação da própria ideia de commons: se limitava a liberar, não envolvia a produção, e criava a necessidade da licença formal. Tentar inverter outra vez o processo e usar essa visão restrita da ideia de commons para voltar outra vez a falar de terra é no mínimo reinventar a roda, e no limite perder de vista um monte de sutilezas do processo de compartilhar espaço físico com outras pessoas.leia mais >>