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Na esteira da Rio+20: vou participar amanhã à tarde (sábado, 16/06) de um debate sobre lixo eletrônico, dentro da programação do Ministério das Comunicações. Mais informações aqui.

Há duas semanas, Regiane Nigro mandou na lista de discussão da MetaReciclagem a dica do vídeo Comprar, Tirar, Comprar - excelente documentário produzido por Cosima Dannoritzer para a televisão espanhola. Deixei na minha fila de links e só consegui assistir hoje. Gostei muito.

Mais do que tratar somente da questão do lixo eletrônico nos dias de hoje, ela situa na década de 20 do século passado a elaboração da ideia de obsolescência programada - a estratégia segundo a qual a indústria deveria intencionalmente produzir bens que durassem menos tempo, para garantir o crescimento a longo prazo. Traz dois exemplos claros: a formação, na época, de um cartel internacional dos fabricantes de lâmpadas incandescentes, que determinaram a redução da vida útil de seus produtos - de 2500 para cerca de 1000 horas de uso; e mais tarde a criação das meias de nylon, que em um primeiro momento eram extremamente resistentes e depois passaram a ser projetadas para puxar fios e rasgar.

Outro traço interessante do documentário é que ele abre espaço para pensadores que criticam não somente as empresas que adotam práticas insustentáveis como, de maneira mais abrangente, todo o sistema político-econômico baseado na ideia de crescimento constante. Entre eles Serge Latouche (que propõe o decrescimento), John Thackara, autor do livro Plano B e Michael Braungart, autor de Cradle to Cradle.leia mais >>

O Greenpeace publicou um ensaio de Robert Knoth, sobre o lixo eletrônico que é exportado ao Paquistão:

Milhares de toneladas de lixo eletrônico - como PCs descartados, telefones celulares e TVs - são despejados na África e na Ásia a cada ano. Nossa pesquisa mostra que um pouco desse lixo é exportado para o Paquistão.

No distrito de Lyari em Karachi, centenas de trabalhadores, incluindo adolescentes, ganham a vida desmontando o lixo eletrônico e extraindo componentes valiosos como cobre para vender. (Este ensaio) é um panorama do custo pessoal do lixo eletrônico.

Os fabricantes podem ajudar a garantir que o problema do lixo eletrônico tóxico seja resolvido. Veja quais são as empresas que estão fazendo mais nesse sentido.

Acesse o ensaio: Scraplife.

Felipe Albertão deu a dica: a emissora norte-americana CBS News dedicou uma edição do premiado programa 60 minutos à questão do Lixo Eletrônico. Vale a pena assistir.

Watch CBS Videos Online

O site suíço E-waste Guide publicou uma série de vídeos de um projeto piloto na Cidade do Cabo (África do Sul) ensinando como desmontar computadores. Os vídeos são bem didáticos e mostram o processo completo de desmontar computadores, discos rígidos, monitores, teclados e outros, e um deles, chamado waste2art (abaixo), mostra como re-significar componentes fazendo artesanato.
(via Jeroen Ijgossen)

Vem pelo Eduf, do blog Magaiver, a dica do site Last Year's Model - modelo do ano passado - que tem por objetivo valorizar e dar exemplos práticos de reuso de tecnologias, o que acaba repercutindo em consumo consciente, coisas que a gente já sugeriu por aqui.

O processo é lento, mas aos poucos a indústria de eletrônicos começa a se mover em busca de práticas mais sustentáveis. Prova disso é que no começo do ano passado se realizou a conferência Greener Gadgets. Segundo um post posterior ao evento,

a conferência deu destaque a palestrantes de diversos backgrounds e disciplinas. Não apenas convidamos inventores, engenheiros e representantes das maiores fabricantes mundiais de eletrônicos, como também tomamos a decisão consciente de apimentar o diálogo de Bugigangas mais Verdes com artistas, educadores e defensores de questões ambientais. Em nenhum outro lugar esta diversidade foi melhor representada do que na apresentação de abertura pelo artista ambiental Chris Jordan, cujo vídeo você pode ver abaixo.

Jeroen Ijgosse encaminhou a mensagem de Bharati Chaturvedi que traduzo abaixo, falando de um documentário sobre as condições em que o lixo eletrônico é processado perto de Delhi, na Índia.

Aqui está o link para a versão curta de um filme que eu co-dirigi neste último outono. O filme, "Cidadãos em risco", explora a reciclagem de lixo eletrônico no setor informal e introduz complexas questões morais, científicas e de políticas. A estréia foi na Califórnia no ano passado, mas estivemos tão ocupados trabalhando que ainda não o exibimos na Índia. O filme foi parte da campanha da Chintan sobre por que o setor informal precisa tornar-se parceiro na recuperação de recursos, mesmo em situações complexas e tóxicas.

Felizmente, nós tivemos a possibilidade de criar uma associação de recicladores de lixo eletrônico e elxs estão agora tentando estabelecer uma companhia setorial formal, lutando em cada etapa. Elxs querem somente descaracterizar, não recuperar o ouro ou cobre.

Bharati Chaturvedi

Folheando a Wired em uma banca de revistas, encontrei uma pequena nota sobre o Epeat. O Epeat é "um sistema para ajudar compradores nos setores público e privado a avaliar, comparar e selecionar computadores de mesa, laptops e monitores com base em suas características ambientais. O EPEAT também oferece um conjunto claro e consistente de critérios de performance para o design de produtos, e oferece uma oportunidade para os fabricantes assegurarem reconhecimento no mercado por seus esforços em reduzir o impacto ambiental de seus produtos".