inclusão digital

Inovação e tecnologias livres

O post abaixo foi agregado por RSS. Link original
---

Instigado pela proposta do baú da década (mas atrasado como contribuição), escrevi um texto sobre como estou vendo o momento atual. Dividi em duas partes: na primeira, analiso coisas que aconteceram nos últimos anos (em especial desde a criação do projeto Metá:fora até agora); na segunda coloco alguns temas que estão me interessando de hoje para o futuro. É um começo de conversa que tem a ver, entre outras coisas, com o que vem depois da inclusão digital, com a relevância das tecnologias para o futuro do Brasil e com inovação baseada em conhecimento livre. Espero comentários, críticas e sugestões.

Ler online no blog desvio:

Parte 1: a década que foi; Parte 2: hojes e depois.

Também publiquei versões em PDF, Epub e Kindle no Archive.org (e replicando aqui também o PDF).

Flattr this

UbaLab

O toque do tambor?

O post abaixo foi agregado por RSS. Link original
---

O Dalton lançou há alguns dias um email bem interessante na lista da metareciclagem, levantando questões sobre o que nos une, nossos interesses e posições. A conversa rendeu bastante.
leia mais

Mutirão da Gambiarra

Fabricando os sujeitos do capitalismo comunicativo (cognitivo?)

Encontrei esse parágrafo no relato de Trebor Scholz sobre a conferência The internet as playground and factory. Ele comenta a fala de Brian Holmes:

Holmes also asserted that ICT and education in the third world are “a factory for producing the subjects of communicative capitalism.” (Holmes, http://is.gd/1vKmr) Jonathan Beller supported this line of argumentation by drawing on classic media critiques, from Enzensberger’s “Anyone who expects to be emancipated by technological hardware or by a system of hardware however structured, is the victim of an obscure belief in progress" (1970) to Baudrillard’s "terrorism of the code" (1972). (Beller, http://is.gd/5iUSy) Holmes also suggested that focusing on the Internet may altogether distract us from the most important issues of our time.

É uma crítica fácil e de certa forma vazia (afinal, qual é a alternativa? abolir os programas de ICT?), mas não deixa de ser importante pensar no contexto mais profundo das coisas.

Inclusão digital 2.0

Há uns dias recebi (não lembro como) o link para última edição da Nebula, e um artigo chamou minha atenção: Digital Divide 2.0 and the digital subaltern (PDF), de Mike Kent. Ele começa interessante, adicionando duas camadas à tradicionalmente limitada perspectiva da inclusão digital (geralmente preocupada só com o âmbito de software e hardware): wetware (de certa forma aquilo que a gente definia como "interação" na tríade da informação livre) e cultware, "culture ware". Cultware tem a ver com o imaginário da rede, uma predisposição das pessoas a se relacionarem em um ambiente distribuído.

Depois ele traz algumas referências interessantes, como a diferenciação de Gramsci em relação ao intelectual tradicional (que atua, apesar das aparências, na manutenção do status quo) e o intelectual orgânico (que emerge das classes subalternas e atua como catalisador da transformação de consciência nessas classes). Mas fica nisso. A partir de um padrão encontrado nos Estados Unidos, de pessoas que não estão na rede e não têm nenhum contato com ela nem vontade de participar, ele infere a existência de uma classe de "subalternos digitais" e passa a traçar possibiidades de fazer frente a esse problema, que ele identifica como inclusão digital 2.0. Eu não sei de pesquisas semelhantes aqui no Brasil, mas me parece que o artigo trata uma realidade como problema, e isso não é necessariamente verdade.leia mais >>

Musicphones

A Garota sem fio levantou uns dados interessantes de se pensar:

No mundo do MP3, derruba-se em definitivo o conceito que pirataria está ligada às classes mais baixas. Enquanto jovens mais abastados podem baixar toneladas de músicas pela conexão rápida de suas casas (muitas vezes por redes P2P, sem pagar nada por elas), os jovens de classes C e D baixam bem menos músicas, mas pagam pela maioria delas, através dos serviços disponíveis pelas operadoras nos próprios aparelhos.

É fácil constatar o porquê: segundo a TNS, hoje no Brasil temos 26 milhões de celulares com MP3 *e* acesso à web. Porém, o número de PCs com banda larga gira em torno de apenas 9 milhões. E 40% desses celulares musicalmente conectados pertencem às classes C e D, que, por sua vez, são quase em sua totalidade pré-pagos.

Para resumir: quem mais compra música digital hoje são os jovens das classes C e D, através dos celulares, pelas redes de suas operadoras. Muitos não têm banda larga (às vezes, nem mesmo PC) em casa. E como não é preciso ter cartão de crédito para tal, o acesso fica ainda mais fácil - com uma recarga de R$ 30, dá para comprar mais de 50 músicas.

 

Brasil na rede

A Carta Capital publicou nas últimas semanas dois artigos sobre a internet no Brasil, que apesar de terem deixado de lado muita coisa importante são uma sinalização digna de nota de que algumas opiniões que não são novidade pra gente começam a encontrar mais eco por aí. Fica o registro:

59 milhões em ação

Felipe Lobo mandou essa:
A terceira edição da F/Radar, pesquisa conduzida pelo DataFolha a pedido da F/Nazca, constatou que 47% dos cidadãos adultos têm acesso à internet, o que representa 59 milhões de internautas maiores de 16 anos. Desses, cerca de 48% navegam em locais públicos (29% em LAN houses, 10% em escolas, faculdades ou universidades e 9% em postos de acesso público).
Não sei bem o que querem dizer com "cidadão", mas a notícia em si é interessante.