europa

Rolê

Numa dessas manhãs de domingo que começam letárgicas mas logo viram tudo de cabeça pra baixo, recebi um email me convidando a participar da Lift Conference, mês que vem em Genebra. É uma conferência gigante, da qual não sei muito bem o que esperar, mas vou lá. E se tudo der certo já aproveito pra esticar um par de semanas pelo lado de lá do Atlântico e participar do Future Everything em Manchester (do qual já participei uma vez). Agora é tirar o pó do passaporte, arrumar as malas e ir.

Tinkering

O post abaixo foi agregado por RSS. Link original
---

No post sobre o Makers, eu comentei que tinha ficado pensando na  tradição brico-fazedora-hacker" norte-americana, à qual eu nunca dei muita atenção. Acabei de receber pela lista bricolabs um artigo do WSJ sobre o  retorno do tinkering em meio à crise . Tinkering é um termo que se relaciona com a nossa gambiarra - tem a ver com consertar, remendar, brincar, fuçar. Já comentei por aí sobre a tinkering school e o tinker.it.
Em um artigo que eu e Hernani escrevemos ano passado, comentamos que "a repressão ao impulso inventivo cotidiano causa uma insatisfação que acaba sendo canalizada para atividades criativas. Inventores e inventoras em potencial buscam reconhecimento e troca em seus pares, e a gambiarra renasce . Parece óbvio que todo o cenário de crise econômica e a perda de confiança no eterno crescimento do consumismo trariam mais cedo ou mais tarde um reflexo inventivo. O próprio argumento que a gente costuma usar pra situar as práticas de gambiarra no mundo é que no Brasil a gente teve que aprender desde cedo a lidar com a instabilidade e a precariedade - e isso nos faz desenvolver um tipo de habilidade que as culturas dos países mais ricos de alguma forma foram perdendo com o tempo. Mas confesso que minha referência é um pouco bitolada nos contrastes entre Brasil e Europa, me interessa saber como as culturas nortamericanas se articulam nisso tudo. Alguém tem mais pistas?

Tinkering

O post abaixo foi agregado por RSS. Link original
---

No post sobre o Makers, eu comentei que tinha ficado pensando na  tradição brico-fazedora-hacker" norte-americana, à qual eu nunca dei muita atenção. Acabei de receber pela lista bricolabs um artigo do WSJ sobre o  retorno do tinkering em meio à crise . Tinkering é um termo que se relaciona com a nossa gambiarra - tem a ver com consertar, remendar, brincar, fuçar. Já comentei por aí sobre a tinkering school e o tinker.it.
Em um artigo que eu e Hernani escrevemos ano passado, comentamos que "a repressão ao impulso inventivo cotidiano causa uma insatisfação que acaba sendo canalizada para atividades criativas. Inventores e inventoras em potencial buscam reconhecimento e troca em seus pares, e a gambiarra renasce . Parece óbvio que todo o cenário de crise econômica e a perda de confiança no eterno crescimento do consumismo trariam mais cedo ou mais tarde um reflexo inventivo. O próprio argumento que a gente costuma usar pra situar as práticas de gambiarra no mundo é que no Brasil a gente teve que aprender desde cedo a lidar com a instabilidade e a precariedade - e isso nos faz desenvolver um tipo de habilidade que as culturas dos países mais ricos de alguma forma foram perdendo com o tempo. Mas confesso que minha referência é um pouco bitolada nos contrastes entre Brasil e Europa, me interessa saber como as culturas nortamericanas se articulam nisso tudo. Alguém tem mais pistas?

Ovvio

É claro que muito do que eu falo sobre "Brasil" é uma idealização sobre minha própria personalidade. Criando auto-mitos, daquele jeito. Um jeito diferente de se fazer ao mesmo tempo de vítima e vencedor. Por outro lado, muito do que eu falo sobre "Europa" é também o que eu falo sobre as pessoas à minha volta que fizeram tudo certo: faculdade, carreira, seriedade, dinheiro.
Metade do que eu digo é ficção. Inclusive sobre mim mesmo.
Não, isso não é um demérito.

Processos criativos

Há algumas semanas a revista Época publicou uma entrevista com o Geert Lovink. Ele fala algumas coisas que fazem sentido, mas tem uma frase que não desceu redondo:

ÉPOCA – Por que o senhor critica os defensores da liberdade de cópia na rede?
Lovink – Acho que devemos fornecer meios para que a próxima geração da web ganhe dinheiro com ela, possa viver de seu trabalho e de sua criação. O problema é que o pessoal do software livre só pensa em trocar livremente seus programas. Nunca imaginaram como profissionais criativos poderão sobreviver quando nos movermos para uma economia baseada na internet.

Conversei com algumas pessoas e percebi que não fui o único que não gostou dessa frase, de alguma forma. Até faz algum sentido, mas não deixa de denotar uma falta de sensibilidade com o contexto: um comentário como esse publicado em algum ambiente onde haja familiaridade com o software livre, copyleft ou até creative commons poderia cumprir bem a função de crítica, mas numa revista como a Época (mesmo que ela não seja das piores no que se refere a tecnologias) pode ser um tiro pela culatra, matando debates antes de eles chegarem a nascer. Troquei uma idéia por email com o Geert, falando da possibilidade de coexistência de vários modelos econômicos. Falei do tecnobrega no Pará, perguntei se ele assistiu ao Good Copy Bad Copy. Ele publicou a resposta no blog dele. Traduzindo:leia mais >>

De quem é a culpa do trânsito?

O apocalipse motorizado levanta mais uma vez a questão do trânsito de São Paulo, uma cidade feita não para seres humanos, mas seres de lata. E eu penso nas cidades européias com suas calçadas largas, ciclovias e transporte público eficiente, e me dá uma preguiça que é quase um pânico de voltar pra sampa.

Ciganizando

Pois na próxima semana completo quatro meses em Dresden, leste da Alemanha. Aprendi um pouco de alemão, andei bastante de bicicleta, tomei sol à beira do rio, comi bastante wurst und brotchen und kartoffeln, além de beber bier und sekt. Apreciei arquitetura, arte e música nas ruas. Conheci pouca gente... essa cidade tem disso, uma beleza, muita coisa que funciona bem, mas as pessoas são mais travadas & contidas. O silêncio até que me agrada, mas a falta de interesse por qualquer coisa que não seja da saxônia incomoda bastante. Até que tem bastante gente de fora - vietnamitas, angolanxs, mozambicanxs e outrxs - aqui em Neustadt, o bairro "boêmio" (e talvez mais interessante, a Bohemia de verdade fica a duas horas de trem), mas nesses quatro meses não apareceu quase nada pra fazer, nenhuma articulação ou possibilidade de projetos. Pra minha companheira, também pouco surgiu. A terra aqui é mais fechada mesmo. Talvez se soubéssemos mais alemão, talvez, talvez... de qualquer forma, a gente estava conversando sobre isso há um tempo, e no meio da conversa um grande aliado que morou um tempo em Ubatuba ligou. Está em Barcelona, tem um quarto extra, quando vocês vem visitar? Pois vamos sim, e a princípio vamos aproveitar e ficar pro inverno. A idéia de ficar um tempo na Europa tá virando um princípio de ficar navegando pelas possibilidades que se abrirem. Vamos tentar ao máximo evitar contratos de aluguel e outras amarras ou âncoras. Grana há de vir, ou assim esperamos. leia mais >>