Este post foi agregado pelo meu lifelog. É possível que eu não seja o autor.Há anos se escuta que para que o software livre se firme como alternativa de modelo de negócio na Sociedade do Conhecimento o governo precisa fazer bem mais do que já vem fazendo. Se, de um lado, iniciativas como o Portal do Software Público e a eclosão de uma dezena de cooperativas de desenvolvimento de software representam avanços significativos, por outro, fica cada vez mais evidente que o país perde chances claras de criar marcos legais exemplares, como foi o da governança Internet.
Há consenso de que existem muitas questões pendentes para a consolidação do software livre como negócio no país, que passam pelo estabelecimento dos marcos legais, incluídos aí os tipos de licenças à luz da nossa Lei do Software; pela formação de mão de obra qualificada; por incentivos à pesquisa básica nesta área; pela maior colaboração entre empresas, universidades e centros de pesquisa; e, principalmente, pelo estabelecimento de um modelo de sustentabilidade.
Até hoje o governo brasileiro é acusado de ter feito muito pouco ou quase nada para evitar que o software livre fosse visto mais como adversário da indústria nacional de software, do que como alternativa capaz de gerar resultados através de um modelo adequado e lucrativo.
Para avançar no marco legal é preciso que o próprio governo trate o software livre mais como mercado e menos como comunidade. E deixe isso claro para todos. Não dá é para ter duplo discurso, como ainda acontece hoje.
Faria bem o Brasil se tentasse entender os modelos de negócios que estão por trás de modelos vitoriosos como os da Sun e da IBM. Ambos baseados no fato de que o desenvolvimento colaborativo quebrou paradigmas, forçou parcerias entre grupos de usuários, fundações sem fins lucrativos e empresas e aumentou a preocupação com a propriedade intelectual, com diferentes modelos de licença.
A Sun, por exemplo descobriu que é possível ganhar mais transformando o Java em software livre. E a recente especificação do JavaDTV aberta, livre de pagamento de royalties, é um bom exemplo. De onde vem o dinheiro? Da venda de uma solução completa, reunindo diversos softwares livres. Não mais da licença, mas do serviço de desenvolvimento e suporte da aplicação. Uma evolução do modelo da venda de serviços.
No mundo todo, o software livre está deixando para trás aquela idéia de que é algo incerto, sem garantias de suporte.
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A grande oportunidade do software aberto é um monte de código para melhorar os pacotes. É uma oportunidade para o Brasil e nós não estamos aproveitando. Nós estamos sendo usuários, estamos sendo críticos, mas continuamos fazendo muito pouco.
É preciso ter em mente que o modelo de software livre deverá transformar a indústria de software, mas não de maneira uniforme. A convivência entre softwares livres e proprietários se manterá por muitos anos, e caberá à indústria e aos usuários extrair o melhor dos dois mundos.
O uso do Software Livre nas rotinas de trabalho e na administração de serviços de Tecnologia da Informação nos mais diversos setores da gestão pública será o tema central dos debates do FreeSoftwareRIo 2008 – Congresso Internacional de Software Livre para o Setor Público, que acontece semana que vem, dias 8 e 9 de dezembro, no Centro de Convenções da Bolsa do Rio de Janeiro. Apesar de alguma avanço, até no cenário da informatização da gestão pública brasileira Software Livre continua a ter um amplo caminho a conquistar.
Entre as presenças internacionais já confirmadas no FreeSoftwareRio, destacam-se o engenheiro de software e cores da Dreamworks, Karl Rasche, e de Timothy Ney, Co-fundador do Linux Greenhouse e ex-executivo de Software Livre da Fundação GNOME, que participam de discussões sobre o uso do Software Livre na iniciativa privada.
Karl é coordenador de software e cores na animação da DreamWorks, especializado no universo da pós-produção e masterização de filmes, incluindo cinema digital, tecnologias de reprodução de imagem e gerência de cores.
O painel Open Source na Dreamworks acontecerá às 10h do primeiro dia do FreeSoftwareRio.
Informações e inscrições em www.freesoftwarerio.com.br.