E o Mauric�ia continua mandando:
Ent�o, Rafael, proponho o seguinte exerc�cio:
Se por um lado, as imagens do ex�rcito americano dizimando civis em uma vila, imagine ent�o o impacto que teria na opini�o p�blica ocidental a fita da decapita��o de Daniel Pearl. Imagine que, ap�s a decapita��o, uma editor maroto colocasse uma entrevista com a esposa gr�vida dele, falando algo do tipo "meu filho nunca vai conhecer o pai.." Percebe o truque da coisa? Voc� n�o acha que com uma fita destas, algum governante belicoso encontraria respaldo junto aos seus eleitores para uma a��o militar?
Como voc� disse, as imagens mostram o que o ser humano � capaz de fazer, mas tamb�m podem incitar rea��es t�o violentas quanto �s apresentadas.
Reafirmo, n�o sou a favor da censura, mas sim que os editores possuam um discernimento �tico sobre o que deve e o que n�o deve ser mostrado, ou melhor dizendo, a melhor forma de se mostrar determinadas coisas.. aproveito e pego algumas palavras do pr�prio ombudsman da folha, sobre o assunto:
"� sutil a fronteira (subjetiva) entre uma imagem que informa e expressa uma realidade cruel e uma outra que, al�m de faz�-lo, causa mal-estar, agride, horroriza sensibilidades.
A julgar pelas vinte e tr�s manifesta��es que recebi hoje de manh� de leitores indignados, a publica��o, na Primeira P�gina, da foto do palestino pendurado sendo esfaqueado por outro palestino ultrapassou a fronteira.
Sensacionalismo � uma palavra desgastada, mas ela foi utilizada com veem�ncia por v�rios desses leitores. E foi essa a minha sensa��o, tamb�m, ao pegar o jornal logo pela manh�, al�m do mal-estar."