Na lista


Cris:
Indico o artigo...
http://www.midiadapaz.org/etica/foto_palestino.htm.


Maneco, no M�dia da Paz:
Usar uma foto sangrenta para atrair audi�ncia � artif�cio ultrapassado e falta de criatividade, por mais que apelos editoriais tenham sido usados como justificativa para edi��o do dia.

Mauriceia
Pois �, esta foto tamb�m foi capa na Folha de ontem... Achei chocante, absurda e desnecess�ria.... n�o precisava colocar uma imagem t�o violenta assim para retratar o que acontece no Oriente M�dio... O pr�ximo passo seja colocar cabe�as decepadas nos nossos jornais...

Izquierdo:
Sou contra qualquer tipo de policiamento. Acredito na capacidade do ser humano de discernir o que � e o que n�o � bom para seus olhos. Os olhos podem mover-se para os lados e, olhem, podem fechar. P�lpebras. N�o somos peixes. (...) A patrulha das m�s [atitudes] pode cair em pr�-conceitos e limita��es culturais que podem acabar distorcendo a finalidade do MdP para algumas pessoas.

Mauriceia
N�o sou a favor da censura, muito pelo contr�rio. Mas posso, sim, cobrar dos editores dos jornais que eu compro um discernimento maior na escolha das imagens que estar�o nas primeiras p�ginas.

Rafael Wally
Na introdu�ao do �ltimo livro do Jos� Arbex Jr., "Showrnalismo", h� a cita��o de um militar yankke sobre imagens de uma determinada guerra. Eram filmagens do pr�prio Ex�rcito de um ataque de helic�pteros a uma vila, apareciam pessoas correndo de um lado para o outro sendo atravessadas pelos tiros dos fuzis, tendo os corpos quase desfigurados. O militar diz que a fita jamais poderia vazar, pois se a sociedade tomasse ci�ncia das barbaridades que acontecem numa guerra, jamais haveria outra.

Penso que mesmo chocantes, repugnantes ou seja l� qual for a classifica��o, estas imagens tem a fun��o de mostrar o que de podre o ser humano � capaz de fazer sob a press�o de um conflito.

E mesmo os judeus, depois do que foram v�timas h� pouco mais de meio s�culo, est�o sendo de certa forma coniventes com a continua��o do conflito e com o massacre dos palestinos.

Mesmo correndo o risco (alto) da banaliza��o e do entorpecimento que o Manoel cita no texto, a censura dessas imagens � desaconselh�vel.

O "jornalismo de massa" tem antes de resolver outros conflitos �ticos, mudar seu direcionamento e sua inser��o na sociedade para depois escolher conscientemente barrar a exibi��o exagerada de imagens desta natureza.

Neste ponto, estou com o Izquierdo contra o policiamento, com a ressalva de que sem educa��o decente ningu�m saber� discernir o que � bom para seus pr�prios olhos.


Hernani
Mandou bem, Wally.... penso que de certa forma � a realidade. N�o podemos esconder a sujeira embaixo do tapete. Tendemos a fugir de olhar para a barbarie do sentimento humano, e assim, acabamos coniventes ou socialmente respons�veis.

Mas palavras certas expressam melhor do que as imagens erradas...


Izquierdo
Educa��o � um ponto importante, mas (puta discuss�o complexa), e se a gente considerar a comunica��o de pasta como um meio de educa��o tamb�m? Ningu�m ignora que grande parte do aprendizado cultural das pessoas se d� atrav�s do contato com os produtos da "ind�stria cultural". isso me leva a crer que grande parte da aliena��o dos adolescentes de classe m�dia � potencializado pela Malha��o e merdas semelhantes. N�o quero responsabilizar a programa��o pela ignor�ncia. Se h� culpados, s�o os pais que se eximem de ter responsabilidades pela educa��o dos filhos terceirizando-a tanto com creches e escolas quanto pela televis�o, videocasse e video games(e agora internet?). Mas se os meios de comunica��o de massa fossem efetivamente utilizados como instrumentos para uma pedagogia que, mesmo n�o podendo ser muito ampla, tentasse ao menos conscientizar quanto � situa��o atual do mundo, poder�amos ter um n�vel de atualiza��o cultural melhor. Concordo em parte com o Toscani. N�o gosto de fam�lias perfeitas, menstrua��o azul e Cl�udia Schiffer. Gosto do reflexo dos postes de luz no asfalto da Santo Amaro quando chove. Gosto de ver pavilh�es abandonados na Barra Funda. Enfim, gosto do ambiente urbano decadente. Mas isso n�o tem nada a ver com a discuss�o. Dispersei. Parei.

Quanto aos judeus, eles n�o est�o sendo coniventes. Eles n�o s�o espectadores dessa guerra. S�o protagonistas.