coisinhas a�. fala mal.

Onde est� o conhecimento nas ag�ncias de propaganda?

Como identificar e compartilhar o conhecimento relativo � atividade publicit�ria? Ao contr�rio de algumas �reas de atividade, a publicidade trabalha com conhecimento que n�o pode ser resumido em um conjunto de �best practices� imut�veis. O conhecimento deriva de um aprendizado di�rio, dos erros e acertos do dia a dia. Uma das defini��es mais aceitas de aprendizagem �: o �processo pelo qual a conduta se modifica em resultado da experi�ncia�. As faculdades de comunica��o social tentam apreender o conhecimento que � gerado no cotidiano do mercado, mas invariavelmente esse processo apresenta ru�dos: cristaliza pr�ticas defasadas, padroniza as solu��es e n�o permite o debate para a constru��o de novo conhecimento (at� pela forma que toma o ensino tradicional). Uma iniciativa com a inten��o de reter o conhecimento de publicidade deve passar pelo trabalho cotidiano, com uma din�mica que permita apreender as solu��es encontradas pelos profissionais no exerc�cio de seu trabalho. Nesse sentido, deve ter uma estrutura �bottom-up�, ou seja, n�o pode tentar ditar aos colaboradores quais as maneiras de realizar seu trabalho, e sim estimular e aproveitar a gera��o de conhecimento e seu compartilhamento por parte dos pr�prios profissionais.

Por que os profissionais v�o disponibilizar seu conhecimento?
Defender uma tese de colaborativismo, de solu��o conjunta de problemas � f�cil, por�m falso. As pessoas s�o ego�stas, agem de acordo com uma complexidade de instintos, que levam invariavelmente ao prazer ou � dor. O menor impulso ao encontro do coletivo reflete motivos de satisfa��o pessoal (e estamos falando de publicit�rios, conhecidos pelos seus egos inflados). No que se refere a conhecimento, temos uma heran�a cultural muito forte da era industrial, em que o conhecimento l�gico de determinada atividade era crucial para sua execu��o. Eis o motivo da dificuldade em fazer as pessoas compartilharem o que sabem. N�o querem compartilhar o conhecimento espec�fico de determinado assunto, porque n�o querem privar-se do �poder� que ele lhes confere. Mas estamos no s�culo XXI, adentrando a preconizada �era p�s-industrial�, �era p�s-capitalista�, �terceira onda�, ou simplesmente �era da informa��o�. Conhecimento n�o � mais �a habilidade necess�ria � execu��o de uma tarefa�, e sim o valor em si, a nova base de troca, a moeda. E s� tem sentido se utilizado. Nesse sentido, n�o � mais t�o importante a habilidade em si, mas a reputa��o advinda do uso dessa habilidade. Ou seja, n�o interessa mais tanto o savoir-faire, sendo crucial que outros tenham id�ia do que eu sei fazer e confiem em mim para tarefas relacionadas a esse saber. Est�o a� os pr�mios de propaganda para provar. Portanto, o motivo central para o compartilhamento do conhecimento � a valoriza��o pessoal. Perante os companheiros da ag�ncia (que, algum dia, podem te indicar para um emprego em outra ag�ncia), perante o alto escal�o da ag�ncia (afinal, �� bom que os diretores da ag�ncia saibam que eu tenho algo a dizer sobre a atividade que exer�o�),e perante o cliente (que, em momentos de crise, pode chegar num happy-hour pro diretor da ag�ncia e dizer: �eu sei que voc�s est�o meio mal, mas n�o vai demitir o fulano, n�?�).
E o outro lado: estimulando a valoriza��o pessoal dos funcion�rios, a ag�ncia acaba conseguindo que eles disponibilizem o que sabem sobre publicidade.