Eu tenho uma d�vida s�ria, levemente existencial ou
filos�fica: at� que ponto deve ser levada a cria��o de
novas necessidades de consumo? Pode parecer
ing�nuo para os senhores da lista que n�o respeitam
opini�es vindas de crian�as com menos de 30 anos,
mas seria querer muito que uma empresa se preocupasse
com as conseq��ncias sociais de seus atos?

S�o muitos os produtos revolucionariamente novos que,
por um lado, facilitam a vida de seus usu�rios, mas por
outro levam a mais exclus�o e frustra��o (tanto pelos que
n�o possuem o produto quanto pelos que o t�m mas
n�o tiveram sua vida resolvida depois de adquiri-lo.

Ser� que eu preciso mesmo de um telefone celular,
para ficar dispon�vel 24 horas por dia para os que me
conhecem? Sem querer ser neooludita, ser� que eu preciso
de uma porcaria de um Palm (desculpe, Omar)?

H� muitos outros fatores ligados � aquisi��o de produtos
al�m da comodidade e da real satisfa��o de necessidades.
H� a necessidade humana de integrar-se a comunidades e
agir como os comuns. H� a esperan�a, estimulada pela
m�dia (a "ind�stria da consci�ncia", de Enzensberger) de que
a aquisi��o de determinado produto v� fazer com que a pessoa
seja feliz. Mas eu n�o vou ser feliz simplesmente porque
comprei um carro importado, tenho o menor celular do mundo
e uso ternos italianos.

Se a publicidade tem tanta for�a, n�o poderia ser usada para
educa��o? Se tem a capacidade de mudar o que as pessoas
pensam, n�o poder�amos tom�-la como ferramenta para
fazer um mundo melhor (n�o, aquela campanha rid�cula do
rock inrio n�o fez nada disso). Se pode criar novas necessidades
de consumo, n�o poderia estimular as pessoas a serem mais
gentis?