hoj
tomei meu [jabá]floral da mata atlântica[/jabá] e fui. trem. encontrei o ike na estação socorro (!). reunião com criente. pá-pum. bom esquema. caminhei até a joão dias (mais longe do que eu havia calculado), pedi info pra tiazinha na banca de doces e tomei o buzão. jardim nakamura via terminal jardim ângela. meu destino, o telecentro jardim copacabana - maluf queria ser gardener, é?
eu havia sido convidado a participar do workshop de colaboração online do sampa para monitores de telecentros. bom bagaray. pessoal ficou meio aturdido com as possibilidades: listas, blogs, wiki, livro colaborativo, artigos, comentários... acho que gostaram. nos próximos meses, vamos conferir. acho que foi plantada uma semente de trabalho colaborativo. sinergia com coisas deles, também (fiquei sabendo da cooperativa de software livre do capão redondo). o saldo: a intenção de alguns de replicar o conhecimento que geraram nesses dias de workshop entre si - alguns tinham menos familiaridade com o meio - e, o que mais me empolga, com os usuários dos telecentros. aprendizado distribuÃÂdo até umazora.
saÃÂÂÂ, fui até o terminal, tinha dois buzos saindo ali, os dois com terminal santo amaro escrito na plaquinha lateral, um com pusta fila e o outro vazio. esse mesmo. mas o bicho saiu pro lado errado. era o mesmo nakamura, que faz só um meio de campo ali no jardângela e vai embora. desci no ponto seguinte, num lugar em que são paulo até parece brasil (porque, como vocês sabem, são paulo não é o brasil), atravessei a vinida e tomei outro. só tinha um bilhete de trem, 50 centavos e tÃÂquete do terminal ângela no bolso, e nego não quis aceitar. disse pra eu ficar sentado ali na frente que depois a gente resolvia. buzão passou pelo terminal dângela mais uma vez, sem pegar passageiros. vazião. derrepentemente o motorista vira pra mim e fala "deus é que tá mandando esse frio". fico na minha. na real, não. não resisto e vou falar alguma coisa sobre o diabo controlando o tempo, mas ele acelera e minha voz é inundada pelo ronco do ôminus. deixassim.
o buzão pára na frente da tiazinha com um olho pra cada lado.
"por onde vai esse?"
motorista: "centro empresarial e terminal santamaro"
a tia sobre. vira pro motorista. "largo treze, né?"
"não, esse não vai passar por lá. é centro empresarial e terminal san-to a-ma-ro"
"tá bom, terminal e largo treze. pego lá." senta.
motorista fecha a porta e arranca. não dá dois minutos, vira pra tiazinha.
"só falta mandar furacão. a senhora sabe, né, deus manda esse frio pra punir os pecadores"
"é nada. o frio é dessa represa que a gente tem aqui. tem dia que aqui tá frio e lá na cidade tá trintagrau"
"não, mas isso é deus que manda pra punir os pecadores"
a tia capitula. cinco minutos depois, manda
"mas rico tem agasalho. como é que rico vai pagar os pecados, se tem agasalho?"
trinta segundos.
motorista: "mas pobre também tem agasalho, a senhora sabe"
"é, mas rico tem mais."
"não, pobre tem outro agasalho: a fé."
a tia perdeu.
dez minutos depois, curva em cotovelo. o motorista avança, pára. manobra.
a tia: "você se perdeu, motorista?"
silêncio.
"motorista, onde a gente tá? você se perdeu!"
silêncio.
"que que a gente vai fazer, motorista?" ela olha pra trás. todos estão tranquilos.
motorista: "no fim tudo fica bem"
silêncio.
"motorista, eu nunca vi isso aqui".
silêncio. juro que o motorista estava sorrindo, pensando "maluca, deve ser pecadora".
"no fim, tudo fica bem, minha senhora".
por fim, chegou de novo àmarginal. a tia se acalmou, aparentemente. desci pela frente no ponto junto à estação santo amaro do trem. fedor do rio pinheiros. embora. ainda faltavam duas etapas pro dia esvair-se.
update: corrigi a acentuação que tava uma merda e mudei esse final falcatrua, aÃÂ