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Subject: Km etc.
Date: Wed, 17 Apr 2002 14:49:06 -0300
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Amigos,
Creio que todos aqui já têm a consciência da enorme necessidade e oportunidade que representam as áreas de knowledge exchange e afins, tanto em instituições públicas, quando em corporações e ONGs. Mas exatamente do que estamos falando? Eu tenho algumas ressalvas ao conceito de Knowledge Management, não pelo que é, mas pelo que pode parecer às pessoas acostumadas a atribuir um grau hierárquico "superior" ao "gerente" do que quer que seja. "Gerenciamento de Conhecimento", ainda pior. Pode parecer uma simples questão semântica, mas em minha opinião podem estar ocultos aà alguns conceitos que, por causa de preconceitos comuns, podem atrapalhar o raio de ação de nosso trabalho.
O que, em minha opinião, deve guiar as empresas na busca de retenção e geração de conhecimento?
1) Estimular a troca de conhecimento entre os seus colaboradores, com base:
a) nas experiências pessoais de cada um
b) no consenso pela na avaliação coletiva do conhecimento
c) na intenção de direcionar esse "aprender/ensinar" simultâneo de acordo com objetivos do grupo
2) Estabelecer padrões para acesso e pesquisa deste conhecimento
3) Assegurar que todos os membros da comunidade tenham a capacidade e a intenção de utilizar este conhecimento
4) Incentivar o desenvolvimento de novo conhecimento e a sua avaliação por parte dos membros da comunidade
Confesso que não cheguei a estudar nenhum caso especÃfico de membros dessa lista, mas a maioria das iniciativas em KM que vi até hoje tem mais cara de catalogação do que de acompanhamento de uma realidade mutável.
O que se entende por "conhecimento" está mudando rapidamente. Novos tipos de eventos estéticos estão começando a fazer parte da vida das pessoas (obviamente estou falando daquela minúscula fatia de população que tem acesso à internet, mas essa faixa vai aumentar rapidamente). O conhecimento relacional e a reputação têm uma importância crescente.
Em termos de comunidades online, as ferramentas disponÃveis nos dias de hoje são muito mais do que os tradicionais forum online e listas de discussão. K-Logs, bases do tipo hipercortex, wikis, etc. propiciam mais do que uma nova maneira de ensinar. Através de uma nova relação com a realidade (em essência a virtualização do espaço e do tempo e a transformação de todo receptor também em emissor de idéias), as comunidades online possibilitam uma nova forma de manipulação do conhecimento. Outras prioridades são geradas, e a mente pode ocupar-se de tarefas mais abrangentes do que saber quais são as normas da ABNT, por exemplo.
Mais um exemplo, ainda: sou um leitor e mantenedor de weblogs há quase um ano, e tive contato com muitas, ou melhor, MUITAS, idéias sobre diversos assuntos. E comecei a procurar algo mais sobre as conseqüências estéticas do uso da Internet. Sobr o assunto, não posso indicar um autor de weblog com o qual eu concorde totalmente. Mas posso indicar vários pedaços que me importam. E poso colar esses pedaços no meu próprio weblog, alimentando ainda mais o processo.
É essa a diferença fundamental. A consciência de que eu não tenho as respostas, mas que ninguém tem. A consciência de que, para entender a Estética na Internet, nesse caso especÃfico, eu não tenho uma bibliografia consagrada à qual recorrer. Não há gurus ou grandes autores. E, além de tudo, eu não posso dizer que ENTENDI o assunto, porque ele não pára de mudar. Mas, dinamicamente, eu sou um pedaço articulado de uma Inteligência Coletiva (que, para quem perguntar, não guarda nenhuma relação direta com um "Inconsciente Coletivo" ou um "Ser Superior")