MICRO REVIEWING: CEVA

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Outro dia abrimos os seletos portões da Maison Leitão-Czarnobai para um restrito volume de camaradas dispostos a empregar suas GLOSSAS numa pequena porém PEGADA degustação. Mas para que pudéssemos OPERACIONALIZAR de fato o faustoso trago, novo rancho tornou-se MÍSTER.

Somando rápida incursão ao setor de cervejas do mercado mais próximo com as reservas locais da minha geladeira, elegemos a RAÇÃO ideal para aquele TRIO de gargantas atentas: uma Spaten München de 500ml, duas Schmitt Barley Wine, duas Leffe, duas Hoegaarden, uma Dado Ilex, uma Dado Red Ale, duas Eisenbahn Dunkel (todas long neck), uma raríssima Maria Degolada Special como pièce de résistance e uma Guiness de latinha pra tomar de SOBREMESA.

Feitas as apresentações, deixem-me partir para o que realmente importa: los VEREDICTOS.

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SPATEN MÜNCHEN: Foi a primeira garrafa a ser aberta aquela noite. Mesmo após tomar conhecimento de que é considerada praticamente a SKOL local em Munique, insistimos em levá-la para casa e saboreá-la com alguma devoção. Cumprindo com determinação seu destino, a Spaten não é assim de impressionar nenhum paladar, mas também não dá pra dizer que é ruim. Origem: Alemanha. Tipo: Munchen Helles. Graduação alcoólica: 5,2%.

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HOEGAARDEN: Trigo belga = win. Até pouco tempo atrás eu ignorava completamente a existência de um SUBGÊNERO no mundo das cervejas conhecido como WITBIER. Tecnicamente é diferente da WEISSBIER, e na prática, então, nem se fala. Esbranquiçada de tão turva, ela oferece deleites a todos os sentidos a cada gole. Por conta dos complexos processos de fabricação, dizem que a Hoegaarden é diferente de todas as outras cervejas no mundo. Boto fé. Origem: Bélgica. Tipo: Witbier. Graduação alcoólica: 4,9%.

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LEFFE BLONDE: Coisa mais linda num copo, esta cerveja exibe um douradinho castanho escuro quase de WHISKY em sua coloração. Infinitamente superior à já deliciosa Bohemia Confraria, a Leffe é a cerveja de abadia mais famosa do mundo, e apesar de ter demorado quase MIL ANOS pra chegar aqui no Brasil, chegou BOMBANDO, ainda. Eis uma cerveja com GOSTO e personalidade bem distintas. Se não é o caso de cobrar lágrimas emocionadas de quem bebe, pelo menos exige MUITO respeito. Origem: Bélgica. Tipo: Cerveja de Abadia. Graduação alcoólica: 6,6%.

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DADO BIER ILEX: Numa degustação aventurosa, pensei, não poderia faltar a polêmica cerveja feita com ERVA MATE aqui mesmo no nosso estado. Confesso que nos seus primeiros lotes, possivelmente mais experimentais, a Ilex tinha mais graça: a espuma e o próprio corpo da cerveja eram mais esverdeados, e o retrogosto CHIMARRONÍSTICO também era mais marcado. O pessoal não curtiu, mas vou dizer que aprecio deveras aquele gostão meio de REMÉDIO que recende no fundo. Origem: Rio Grande do Sul/Brasil. Tipo: Nenhuma idéia. Graduação alcoólica: 7%.

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DADO BIER RED ALE: Pior que a Baden Baden e que a Devassa Ruiva (pelo menos em versão chopp, tirada na hora no Rio de Janeiro), a representante local das cervejas vermelhas merece um DESCONTO pela BRAVURA. Apesar de ser muito menos encorpada do que se esperaria em uma cerveja de sua ESTIRPE, a escarlate da Dado Bier é o famoso QUEBRA GALHO, o tipo de coisa que dá sentido ao popular ditado não tem tu, vai tu mesmo. Claro que no dia que passarem a vender Baden Baden mais perto aqui de casa, não importa o preço, paro de comprar a Dado Red Ale instantaneamente. Mas enquanto isso não acontece, é item de primeira necessidade na minha cesta básica. Origem: Rio Grande do Sul/Brasil. Tipo: Red Ale. Graduação alcoólica: 5,3%.

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SCHMITT BARLEY WINE: Na opinião de pelo menos 66,66% dos presentes, a Barley Wine da Schmitt ocupa atualmente o trono de melhor cerveja especial local. O título deve em iguais partes ao seu gostão de amargo maltado, ao seu APIMENTOSO RETROGOSTO, e ao seu elevado teor alcoólico, capaz de AVARIAR consideravelmente o mais coeso dos VOCIFERADORES na altura da terceira garrafinha. Se acaso me presenteassem neste Natal com um TONEL de Barley Wine da Schmitt, consumiria-o com GANA até o quasi-coma, portanto CUIDADO. Origem: Rio Grande do Sul/Brasil. Tipo: Barley Wine. Graduação alcoólica: 8,5%.

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EISENBAHN DUNKEL: Boazinha, não mais que isso. Na verdade, apesar dos rótulos bonitos e da BANCA de cerveja catarina, a verdade é que (pelo menos até AGORA), a Eisenbahn vem se revelando pra mim como uma grande decepção. Não é que a cerveja não seja boa: ela é. Mas é que sei lá, com toda essa programação visual caprichada, eu sinceramente esperava mais. E o pior é que nessa versão Dunkel, a Eisenbahn é premiada internacionalmente. Vai entender. Pra mim, não chega nem nos calcanhares da Pikantus. Mas enfim. Origem: Santa Catarina/Brasil. Tipo: Dunkel. Graduação alcoólica: 4,8%.

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GUINNESS: Praticamente o OLDSMOBILLE do apreciador de cerveja, com aquele velho sorvetão cremoso de sempre a Guinness JAMAIS decepciona. Porém, à medida que o paladar do sujeito vai sendo TALHADO na base do empirismo, a Guinness vai ficando cada vez MENOS avalassadora. Ainda acho uma delícia, disso não resta a menor dúvida, mas tendo que escolher entre uma Guinness ou uma Pikantus (pra ficar num território mais ou menos semelhante), vou toda vida na pretinha da Erdinger. Origem: Irlanda. Tipo: Stout. Graduação alcoólica: 4,2%.

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MARIA DEGOLADA SPECIAL: Com teor alcoólico ELEFANTÍACO, odores e sabores inconfundíveis, a RAREFEITA Maria Degolada Special possui receita secretíssima, sobre a qual podemos apenas especular. Confeccionada em FORNADA única, sem rótulo e com edição limitada, trata-se de um elixir em versão BETA cujas propriedades ainda não foram inteiramente investigadas pela ciência. Licorosa e levemente adocicada, diz-se que um dos segredos para atingir o AROMA peculiar é o uso de MOGNO e FUNCHO em algum momento misterioso da confecção, mas tenho quase certeza que é MENTIRA. Origem: ??? Tipo: ??? Graduação alcoólica: ??? (mas fala-se em cerca de 13%).

RESUMÃO: Schmitt Barley Wine e Maria Degolada Special se destacam da multidão, seguidas de perto pela Leffe e, numa outra pilha, Hoegaarden. Entre as Dado Bier, Ilex foi considerada muito estranha pelo paladar da rapeizo e Red muito aguada. Spaten e Eisenbahn Dunkel não deixaram marcas mais duradouras e a Guinness no fim das contas funcionou mais ou menos como uma CONFORT BEER: tu sabe que não vai decepcionar.

Incluindo guloseimas (pães de queijo, amendoins com cobertura de pimenta, salgadinhos e chocolates), o rombo financeiro estacionou na casa dos R$ 25 por cabeça, o que considero um valor extremamente honesto, sobretudo quando se goza do prazer de despertar no dia seguinte sem a MENOR possibilidade de ressaca desenhando-se à frente.

Em breve: mais.

Por enquanto: é isso.