Fantástico mostra movimento comunitário para levar internet a uma favela carioca

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Faz umas duas semanas, assisti por acaso no Fantástico esta reportagem da série Central da Periferia sobre a favela de Antares no Rio. (Aqui está o link oficial, mas também foi publicada no YouTube - veja no final deste post.)

O resumo da ópera é que um morador está se mobilizando e mobilizando outras pessoas para disponibilizar acesso wireless dentro da favela.

A reportagem mostra como, em certos aspectos, a favela está à frente em termos de utilização da Web. Uma pizzaria, por exemplo, recebe pedidos pelo MSN. E os "nerds" locais também estão se apropriando dos recursos de registro em vídeo para produzir e disponibilizar conteúdo. (Eles estavam filmando a reportagem, mas não encontrei o material no YouTube.)

O antropólogo Hermano Vianna, um dos idealizadores do projeto OverMundo, foi creditado como consultor.

Repito sempre a história presenciada pelo Passamani de crianças de rua "mendigando" notas de consumo na porta de uma loja Mac Donalds para terem direito de acessar a internet da lanchonete.

Essa experiência de Antares também lembra o projeto Hole in the Wall, na Índia - aqui e aqui. Graças a um computador e uma conexão à rede, sem assistência ou supervisão, crianças e adolescentes pobres da Índia aprenderam aproximadamente 400 palavras no prazo de uns poucos meses.

Me lembrei ainda da história do Mackeenzy do Videolog, registrada pelo Cazé no último Intercon.

A história de Antares me interessou fundamentalmente por dois motivos. Primeiro pela demanda ter chegado da comunidade. E também porque se houver um caso de sucesso, os governos terão uma referência de quanto custa e como se faz para disponibilizar internet em áreas carentes.

A intenção clara da reportagem foi chamar a atenção da iniciativa privada, para ver se alguém se anima a reduzir o custo do link para que a transmissão aconteça.

Fiquei pensando se, ao invés disso, o mentor do projeto não recebeu uma proposta de emprego. Pelo visto, o cara reúne a capacidade de improvisação da nossa cultura e a vontade de aprender, de pesquisar. É a próatividade em pessoa.