Este post foi agregado pelo meu lifelog. É possível que eu não seja o autor.
O cenário do Campus party é uma arena com muitas propagandas, muito lixo visual, muita poluição sonora, orientação absoluta ao público masculino, idolatria ao mito do nerd como indução ao consumo de tecnologia, descaso ambiental, falta de logística, falta de respeito. Um espaço que em sí não propoe nada. Propoe acesso a internet? Uma festa de conectividade? Uma intervenção ao nada? Conceitos tocados que poderiam gerar muitos debates interessantes, mas o [des] objetivo do evento não é dar espaço nem estimular o pensamento, a cultura hacker, é idolatrar aqueles seres virgens, que nunca beberam, que não comem ninguem [essa frase não é minha, é referência de um famoso jornal da capital pauista] mas que consomem toneladas de tecnologia em todas as suas camadas.
Por outro lado, o cenário criado pelas pessoas que se encontraram no Campus party é difícil de descrever, imagina, o primeiro encontrão intergalático de metareciclagem? Imagina um encontro de alguns mantenedores e mantenedoras do estudio livre, encontro de midiativistas, de mulheres g2g, do multirão da gambiarra, de falar de esporos, de falar mau dos cms, de questionar a ditadura da interface, da estética, de questionar o azeredo e falar de direito e de liberdade, do mito das coisas, de cultura digital, de jogos, de fazer jogos, de jogar fliperama, de tomar uma cerveja lá fora, no frio, na chuva, falando sobre o Estado de Direito, de cybercultura, de criação de filhxs, de parto humanizado, de pornografia livre, software livre, e de vez em quando sobre códigos !
Ouvi de uma pessoa que esses foram os momentos mais felizes da sua vida, metáfora, culpa nossa é claro, quem manda a gente interagir com esse tesão de conhecer, de integrar, de xemelizar. Ah consertaram o fliperama que tava quebrado, caiu um botão, soltou um fio, mas a galera já fez a solda e tá tudo certo. Já encheu de gente de novo. Só sei que a gente tem que se encontrar sempre. Nossa, eu já ouvi uma enciclopédia de coisas e já falei outras tantas “de e para” tantas diferentes pessoas. O Duende e o Brazileiro vão ter que me ajudar a taguear isso aqui [ já que passamos horas do frio para os puffs para o frio falando sobre a tag do resignificar]