Conheço Bronac Ferran desde 2006. Fomos apresentados em São Paulo, por indicação de Paulo Hartmann depois do primeiro Mobilefest. Poucas semanas depois, junto com mais algumas pessoas, já estávamos rabiscando o que viria a ser o manifesto que juntou pessoas na rede Bricolabs. Desde então, ela demonstrou bastante interesse no que estávamos fazendo no Brasil, e tivemos a oportunidade de fazer algumas coisas juntos. Ela convidou a mim e Jean Habib para participar da sessão (un) common ground no Picnic Network de Amsterdam em 2007, veio para a Submidialogia #3, me chamou junto com Ricardo Ruiz para o Systems of Learning no ano passado em Londres, e ainda levou José Balbino e Alê Freire para falar das Casas da Alegria na Transmediale desse ano, em Berlim. No fim do ano passado, ela também me chamou para colaborar com idéias e pedaços de texto em um levantamento sobre novas mídias no Brasil, encomendado pela Holanda. O levantamento foi lançado há algumas semanas por lá. Assim que me autorizarem, eu publico o PDF na rede.
O movimento mais recente de Bronac com o Brasil foi a co-organização do Paralelo, uma conferência que aconteceu semana passada em São Paulo (MIS e CCSP). Cheguei a dar uma força nas semanas anteriores, configurando um canal de IRC e ajudando a encontrar lugar (na casa do pixel, valeu ermão) para hospedar um dos convidados - Claudio Rivera-Seguel, do Chile, que entre outras coisas articula a Redcatsur.
Confesso que até o começo do evento eu não tinha entendido muito bem a proposta, que me parecia genérica demais: tecnologia & meio ambiente - um ponto de encontro para artistas, designers e pesquisadorxs. Algumas pessoas já me disseram que esperavam mais, que havia um potencial grande, mas que se existia uma agenda positiva, ela não foi explicitada. Também houve críticas à estrutura do Paralelo - muito showcase de portfolio, e uma visão bastante estanque dos "espaços abertos". Outra crítica que ouvi foi às sessões fechadas, que realmente não faziam sentido (na minha sessão fechada, fiz questão de convidar algumas pessoas "de fora"). Mas no fim das contas acredito que o Paralelo foi bastante positivo, no mínimo pelo simples fato de ter reunido pessoas de diversas partes do mundo que têm perspectivas e ações interessantes. Fiquei feliz de poder conviver por alguns dias com pessoas que eu ainda não conhecia, e também de poder conhecer melhor outras pessoas.
Nos próximos posts vou publicar algumas das anotações que fiz durante os 4 dias de evento, e outras idéias que fui costurando enquanto digeria tudo aquilo.