Essa retomada da Motorola com o Android está produzindo alguns frutos realmente interessantes. O celular Atrix (já avaliado pelo Engadget) vai um pouco na linha do que eu tinha proposto nesse post no blog da MetaReciclagem ("um cenário em que os telecentros não teriam CPUs - somente teclados, mouses e monitores. As pessoas levariam seus aparelhos com processamento próprio e utilizariam esses periféricos. Depois, poderiam levar os dispositivos para casa, para a escola, para o trabalho."). O Atrix é um potente aparelho modular com porta HDMI e acessórios muito interessantes: um o transforma praticamente em um laptop - tela de 11", mouse, teclado e bateria de longa duração. Outro é um dock com duas portas USB e uma saída HDMI, para ligar na TV e transformá-lo em estação de mídia. Eles também oferecem teclado e mouse sem fio, via bluetooth.
Pela opinião dos editores da Engadget, os acessórios ainda não são ideais - têm problemas consideráveis de construção, software e preço. Mas não deixam de sinalizar novas aplicações para a capacidade cada vez maior de processamento e armazenamento que está aparecendo por aí. Parece um caminho que faz sentido, já que grande parte do uso que as pessoas fazem de aparelhos conectados é justamente em tarefas que não exigem um computador completo.
O que falta à Motorola agora é acertar a mão no desenvolvimento do Android (menos bloatware, mais liberdade) e - um assunto importante para mim - adequar-se melhor no que toca à sustentabilidade e ao gerenciamento resíduos (a empresa caiu para sexto lugar na última edição do guia do Greenpeace).