Da importancia da infralogica da metareciclagem

acabei de mandar na lista:

¨a todxs

no processo de maturacao da MetaReciclagem, que
nunca vai terminar, houve um momento que eu julgo
muito importante. Voltando um pouco no tempo lah pra
2004... de um lado, a gente tinha um cotidiano se
firmando em sampa e santo andre, com o galpao e
o parque escola, e do outro tinha gente em outros
lugares querendo fazer MetaReciclagem. A gente
jah tinha uma proposta conceitual, de replicacao
de esporos, de idealizar que o desenvolvimento da
MetaReciclagem nao precisava da presenca das
pessoas envolvidas com o inicio do processo. Ou
seja, acreditavamos que ¨ esporos¨ de metareciclagem
poderiam ser formados em qualquer lugar (nao
vou voltar aqui na discussao esporo vs. rizoma,
viu Ctalker? deixo essa pra depois). Isso tudo com
base na influencia do movimento do software livre,
de as coisas emergirem de maneira descentralizada
de verdade, nao soh no discurso, a partir de um
uso colaborativo da tecnologia. Entao, naquele
momento tinha uma pratica foda em volta de sampa,
e tinha o Ruiz e a Tati querendo replicar no IP,
que eles tavam colocando de peh na Lapa, Rio.
Ao mesmo tempo, tavam rolando umas discussoes
bem produtivas com base na plataforma Waag-Sarai,
que bancou um tempinho de trampo meu e da Bia
Rinaldi, de um comeco de documentacao e analise
de como a MetaReciclagem estava se formando.
Um pouco desse processo tah documentado:

http://metareciclagem.org/drupal/livro/waagsarai

Nesse meio-tempo, pessoas indo e vindo, coisas
acontecendo, foi se formando a ideia de MetaReciclagem
nao mais como ¨quem¨ e sim ¨o que¨, nao mais um
substantivo e sim um verbo... metareciclar, mais
importante que metarecicleirxs.

e eis que aparece o doido lah fazendo apresentacao
sobre MetaReciclagem na camara, Marta Suplicy
falando da ¨oh ene ge metareciclagem¨ e sei lah
mais o que. as coisas meio que comecaram a sair
do controle. Apareceu a possibilidade de gente
mal informada ou ateh mal intencionada se utilizar
de um nome coletivo pra fazer coisas que nao
estavam de acordo com os principios da MetaReciclagem.

e ai caiu a ficha de que a gente nunca tinha parado
pra escrever esses principios. Ateh que escrevemos,
num processo meio na lista meio em IM meio por ai,
e ninguem sabe onde foi parar o bau que tinha a
versao final desses principios, mas eu me lembro
mais ou menos assim - metareciclagem eh

a) desconstrucao e apropriacao de tecnologia
b) documentacao com licencas livres
c) compartilhamento em rede na infralogica metarec

Sempre tendo transformacao social como horizonte.

E claro, ¨tecnologia¨ e ¨transformacao social¨ aqui
entendidos de maneira ampla: linguagem tambem eh
tecnologia, terrorismo poetico tambem eh transformacao
social.

Basicamente, tudo isso como maneira de ter algum
controle coletivo. Claro que na pratica nao tem forca
de obrigacao, mas era uma maneira de tentar dizer
¨ah, se nao falou na lista nao eh metareciclagem¨,
pra garantir que as ideias iam circular e que a
MetaReciclagem ia continuar se transformando e
realimentando.

Mas o tempo passou, e apesar de a pratica da
MetaReciclagem continuar crescendo, por muito
tempo a gente nao usou a infralogica pra mais
do que elocubrar e teorizar. Soh o Regis eh que
continuou contando sobre o cotidiano, o que
ele faz, os papos que rolam, as novas ideias,
as pessoas que aparecem. Eu gostaria de
ler mais sobre isso. E acho que se pans a lista
nem eh o lugar, gosto da ideia de varios blogues
publicando com a tag metareciclagem e agregados
no drupal lah. Nao interessa muito onde, mas
a onda eh documentar, registrar as ideias,
trazer pro coletivo, deixa-las dancarem e
sairem flanando pelo espaco.

Assim, peco a todxs: usem usem usem a nossa
infralogica. Facam seus blogues no wordpress,
ajudem a linkar informacoes no drupal, usem
a lista pra procurar ajuda, informacao, suporte,
doacoes, conselho amoroso. Claro, sempre com
criterio e bom senso, mas, enfim, to esperando.

PS me liguei agora que muita gente vai chiar com
eu falando ¨controle¨ ali em cima. e nao to nem ai.

e vqv¨