E pensando tambem sobre a imagem de dialogo radical e problematizador no Paulo Freire com a curiosidade profunda dxs metarecicleirxs. E ai talvez ver a genese da MetaReciclagem como um processo de identificacao e construcao coletiva a partir dessa curiosidade compartilhada, e seu desenvolvimento e evolucao como maneira de:
a) encontrar mais pessoas que entendem essa perspectiva
b) levar essa perspectiva pra outras pessoas
No levar essa perspectiva pra outras pessoas, tem um aprendizado que precisa rolar: quem jah tah dentro sabe que essa curiosidade eh muito mais do que tecnica, mas muita gente chega na MetaReciclagem pelo interesse de desmontar computadores. Soh que com essa influencia que jah eh instintiva que a gente tem de construcao colaborativa e respeito e toda uma etica de raizes humanistas e que tecnologia eh um conceito muito mais amplo, esse aprendizado tecnico do desvelar o funcionamento interno das coisas passa a funcionar como catalisacao, por metafora, de um outro aprendizado. E aqui, talvez seja a hora de a gente perder o medo de falar em educacao. Nao a educacao tecnica em si, mas educar como verbo intransitivo, sob a luz dessa etica. Educar no sentido de mostrar como se aprende de maneira autonoma, dar dicas de onde buscar a informacao, como pesquisar, como filtrar o que se encontra e construir conhecimento na interacao disso com o repertorio de cada 1.
Eu nao sei xs outrxs, mas eu vibro cada vez que mais 1 entra na lista
metarec, meio caindo de para-quedas, sem entender muito bem o que eh
tudo aquilo, e em vez de ser tratadx como n00ba, eh tratado com um
respeito, carinho e curiosidade que devem ateh intimidar. E fico
pensando nos processos de evolucao de tanta gente que foi chegando
desde 2002, uma molecada que tah crescendo e entendendo as coisas. Sem
querer soar bobo, tenho orgulho dessa galera.