No último dia 20, aqui em Ubatuba, sob os olhares de um monte de parentes e alguns amigos, eu e minha cúmplice de vida nos casamos. Algumas pessoas perguntavam "pra quê, depois de nove anos? vocês não precisam disso". Fato é que realmente não precisávamos, mas de fato queríamos. Como já comentei aqui nesse blog, eu me sinto parte de uma geração muito mais livre no sentido de inventar as próprias bases, sem precisar nem se submeter às tradições nem recusá-las totalmente. Preparamos um ritual remixado, dosando bem a reinvenção e a referência. Acho que no fim das contas conseguimos entregar pra pessoas com expectativas diversas o que elas queriam (e talvez só a gente tenha percebido que não era nem só uma coisa, nem outra). O stalker falou da carga irônica, e na hora não soube o que dizer. Eu não chamaria de ironia, mas talvez de representação ritual. A intenção não era a desconstrução, mas uma construção diferenciada.
Em determinado momento, fiz a chamada pelo brinde. Eu tinha anotado alguma coisa, mas não cheguei a ler. Como acredito que não haja registro em vídeo, vai a base do que falei abaixo (tirando todo salamaleque e agradecimento pela presença de todxs)
---
As pessoas falam que o casamento é uma instituição falida. Eu fico feliz com isso. Aquele casamento que castra, que limita, que faz as pessoas serem menores do que poderiam ser; aquele casamento que tira a liberdade, que exige renúncia e capitulação, eu espero mesmo que tenha acabado. Isso nos dá a liberdade para propor outro tipo de casamento. Fico feliz de ver que não são poucxs as pessoas da minha geração que estão falando em casamento, nesse outro sentido. Como uma celebração do vínculo entre as pessoas.
---
Não foi bem assim que saiu na hora, mas é do que me lembro agora... agora tô aí, esperando os convites de casamento dxs próximxs ;)